❄ Capítulo 12❄

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Os olhos vermelhos e o semblante cansado denunciavam a noite sem descanso de Noah que aguardava Melissa despertar

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Os olhos vermelhos e o semblante cansado denunciavam a noite sem descanso de Noah que aguardava Melissa despertar. Amparado por uma poltrona, ele apoiou sua cabeça no encosto macio e fixou os olhos inchados num ponto fixo qualquer do teto do quarto de hospital.

Nas primeiras horas da madrugada daquele dia, Noah atravessou as portas de vidro, com Melissa em seus braços, desesperado. Ela havia perdido a consciência pela segunda vez enquanto ele percorria o trajeto até a unidade de pronto atendimento mais próxima.

Melissa murmurou frases sem sentindo durante todo o caminho, e tudo o que Noah conseguiu decifrar de suas palavras eram as que ela insistia em repetir. Palavras que antes ele não havia compreendido o significado, mas que agora encaixavam perfeitamente no quebra-cabeças que movimentava sua mente.

Atento, Noah manteve a postura rígida e o semblante cético diante das orientações que doutor Hairref lhe dava; sobre os cuidados que deveriam ter em relação à saúde de Melissa e a do bebê. Ele reprimia as emoções diante do especialista que explicava que os exames de sua noiva acusaram a deficiência de ferro no organismo, o que acabou acarretando o início de uma anemia gestacional. Isto iria implicar a ela, além de uma alimentação saudável e rica em nutrientes a base do mineral, sua reposição com a suplementação de polivitamínicos.

Assim que o médico e as enfermeiras deixaram o quarto, Noah se entregou ao misto de sentimentos. E eles vieram como uma torrente; uma enxurrada que carrega tudo pela frente: a ansiedade em receber boas notícias sobre Melissa, a surpresa em saber que estavam caminhando para a nona semana de gestação, a felicidade e a decepção em receber a notícia através de um médico desconhecido e não dos lábios da mulher que se tornaria sua esposa dentro de alguns dias.

Sem ter o que fazer, ele assistia, gota a gota, os nutrientes e eletrólitos sendo entregues a Melissa através de um aparato de equipamentos. As horas demoravam a passar e eram interrompidas pelo ciclo infindável de enfermeiras que apareciam para fazer a troca ou simplesmente conferir as bolsas de soro.

Constantemente atento ao relógio, Noah sentia os minutos passarem de forma lenta e torturante. O sono de Melissa parecia se tornar cada vez mais profundo. A essa altura, a apreensão do rapaz o dominava quase completamente, somado as batidas aceleradas de um coração prestes a saltar pela boca. Incapaz de continuar ali, ele decidiu respirar um pouco de ar puro, bem longe do cheiro do desinfetante que irritava suas narinas.

Noah desceu as escadas do segundo andar e deixou seu número de contato com a recepcionista, caso Melissa despertasse. Arrastou os pés para fora do hospital, atravessou a avenida e sentou-se em um dos bancos de praça, deixando-se divagar em admiração a uma mulher que brincava com uma criança logo adiante. O tom de pele oliva e os cabelos castanhos da moça eram semelhantes aos de sua noiva, o que fez Noah ficar por um longo tempo contemplando as cenas de um futuro que Melissa viveria dentro de alguns meses.

Questionou a si mesmo, durante esse tempo, o motivo de a noiva não ter lhe contado sobre a gravidez se sempre tiveram um relacionamento saudável e aberto a qualquer assunto.

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