décimo primeiro capítulo

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Fazia seis dias após o sexo que Arlequina havia tido com seu amor. Coringa não costumava ficar tanto tempo assim sem toca-la. Isso era confuso e a deixava triste. Era quase como uma morte não tê-lo dentro dela.

Aquilo era a tortura mais dolorosa. Terrivelmente dolorosa.

Arlequina anda pelo lugar onde os dois estão escondidos a 1 mês. Ela esta sozinha novamente. Coringa saiu sem dizer para onde ia. Sua preocupação só aumentava. Não saber onde ele estar a deixava angustiada.

Sem controle do seu próprio corpo ela anda em direção ao "quarto" de seu amado. A cama estava desarrumada.
Harley aspira o ar do quarto desejando que ele estivesse ali perto dela. Até mesmo para espanca-la. Só queria ele por perto. Já está quase de noite e nada dele aparecer.

- Pudinn...- sussurrou passando os dedos pelo lençol da cama.

Ela andou em direção ao enorme espelho que tinha ali perto e se olhou, seus habituais brilhos nos olhos não estavam presentes. Uma lágrima se formou.

Odiava ser independente do Joker. Isso a machucava muito. Ele não podia passar nem sequer um dia longe dela que a mesma já se sentia sem alma.

Arlequina tira sua roupa de boba da côrte e pega uma camisa branca do seu Killer. Seu amado Killer. Era tanto amor que não cabia em uma só pessoa.

Ela se deita na cama se enrolando no lençol que tinha o cheiro dele. Cheiro maravilhoso. Pensou.

As vozes em sua cabeça falavam asneiras a deixando irritada. Sua insanidade aumentava a cada dia. Estava cada dia mais perdida. Perdida no mundo do crime. Perdida na loucura. Perdida nele.

Fechou os olhos com força. Tudo a sua volta girava. Ela estava iludida demais, era uma tola mesmo. Amar uma pessoa que não a ama. Mas algo dizia para ela que havia algum sentimento bom que Coringa sentia por ela. No mínimo que fosse, havia. Saudades dói, solidão dói também. Mas apesar de tudo isso, ela gostava das dores que sentia, tanto física como emocional. Era uma masoquista mesmo. Sem sombras de dúvidas.

Ela jurou para si mesma que não iria pregar os olhos enquanto ele não aparecesse. Se aconchegou melhor na cama se espreguiçando, seria uma noite longa.

Já fazia 5:00hrs que estava ali, deitada o esperando. Olhou mais uma vez para o relógio e o ponteiro marcava 4:00 da madrugada. Suspirou profundamente olhando para o teto. Virou sua cabeça quando escutou o barulho da porta de ferro velha de sua "casa" sendo arrastada no chão.

Um sorriso se formou em seus lábios. Ele havia voltado. Se levantou e calmamente foi ao seu encontro. Lá estava ele, tirando sua jaqueta roxa a jogando no chão em seguida. Seu olhar estava em direção aos papéis empilhados em cima de sua mesa Onde fazia seus planos para de alguma forma pegar o Morcego.

Todos os planos não funcionavam, mas Coringa era insistente, enquanto não tivesse o Morcego em uma de suas docas sendo torturado ele não iria sossegar. Mania de maníaco.

Ele sentiu olhos o observarem e se virou olhando Harley escondida atrás da porta. Seus dentes pratiados surgiram. Ali estava seu brinquedo.

- Pudinzinho... - sussurrou sua submissa o espiando. Ele nada respondeu. Ter ficado longe dela o dia todo foi um alívio. Esse apelido fazia suas veias pulsarem ferozmente. Apelido totalmente clichê e repugnante.

Coringa faz vista grossa. Ignorando totalmente a Palhaça. Os olhos de Harley começa a lacrimejar. Tanta saudade para na hora ser ignorada. Ela passa as mãos nos olhos secando as lágrimas. Andou até a parte de trás da casa avistando suas hienas dormindo tranquilamente.

Se sentou perto delas e as mesmas botaram suas cabeças no colo da mulher tristonha. Isso era normal. Tinha dias em que era tudo uma beleza. Nada de choros somente risos. Mas sempre tinha também aqueles dias em que a dor no coração da Harley davam sinais de vida. Era um lembrete, avisando a rainha de Gotham que tristeza era algo indomável. Ela não podia se curar. Nunca.

Enquanto isso, na sala o Coringa esfregava os olhos com um lápis nas mãos. Seus capangas tiraram umas horas de folga, portanto seria somente ele, a Arlequina e seus monstros.

Parou de elaborar seu plano quando notou um silêncio no ambiente. Estranho. Arlequina estava calada, não havia ido abraça-lo e muito menos falou coisas sem sentido com sua voz enjuativa. Normalmente ela se pendura em seu pescoço anuciando a todo momento o quanto sentiu saudades dele.

Com brutalidade ele se levantou da cadeira dando passos silenciosos em direção ao quarto. Observou o lugar e ela não estava ali. Já sabia onde ela estaria, seguiu em direção às hienas.

- Pobres hienas. - disse ao ver a cena. Arlequina estava deitada no chão gélido junto das monstros. - Ninguém merece escutar o choro dessa boba. - grunhiu. Virou as costas para a cena mas quando deu um passo, somente um passo, ele notou que não poderia deixa-la ali, deitada naquele chão sujo e frio.

Revirou os olhos serrando os dentes. Virou-se e andou até sua boneca. Pegou ela nos braços e sorriu quando a mesma reagiu ao seu toque. Até mesmo dormindo ela o pertencia.

Arlequina se sentia segura ali, nos braços dele. Não ousou se mexer, não queria acabar com aquilo. Coringa a botou na sua cama e depois a cobriu com o mesmo lençol que horas antes a palhaça estava enrolada sentindo seu cheiro.

Passou o dedo nos lábios vermelhos de sua companheira do caos. Ela era linda, não importava a situação em que a mesma estava.

Se afastou dela deixando-a no quarto escuro. Coringa se sentou novamente na cadeira. Não estava com sono, e ele passaria o tempo que fosse preciso para criar um plano bom. Um plano típico de um místico. O vilão mais intimidador de Gotham City.




:)

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