Capítulo 8

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- Como andam as coisas na mansão de Lincoln? - Me sento de frente pro meu pai em seu escritório.

- As coisas importantes estão todas aí. - Jogo uma pasta com algumas informações que descobri pra ele. Meu pai da uma olhada junto com Carlos, meu padrinho e braço direito.

- Ótimas informações, não vejo a hora de acabar com esse homem. - Meu pai diz e olha pra mim, ele franze o cenho. - O que aconteceu com seu lábio?

Passo a mão no meu lábio inferior e percebo que está um pouco inchado, Savannah me deu uma bela mordida, aquela cadela. Dei uma leve punição pra ela, a algemei na cama e tranquei a porta impedindo todos de entrarem no quarto, deixei um balde ao seu lado pra ela se virar.

Ela estava presa naquele lugar a um dia inteiro, sem comida ou água. Já me sinto vingado.

- Nada pai. Agora preciso ir, qualquer informação eu ligo.

- Ok, fale com sua mãe ela está no quarto. - Me despeço dos dois e vou até o quarto de minha mãe. Ela estava conversando com Karime uma mulher linda, mas muito magra pro meu gosto.

- Max, meu amor. Quanto tempo. - Minha mãe é uma mulher linda, com o cabelo loiro e olhos verdes. Toda semana praticamente ela pintava o cabelo, não consigo entender como a juba dela não caía. E sem contar o número de jóias que ela usava, era um absurdo.

- Mãe, Karime. - Dou um aceno de cabeça e um beijo em ambas.

- O que faz aqui? Vai ficar pro jantar? Eu e Karime estávamos justamente falando de você. - Minha mãe tem o espírito casamenteiro, desde que minha mulher morreu ela vem tentando me jogar pra cima de Karime.

- Pois é Max, estávamos nos perguntando quando você irá me convidar para jantar com você. - Nunca! Penso mas prefiro não falar.

- Tenho andado muito ocupado, mas quem sabe um dia desses. Agora tenho que ir. - Mesmo com os protestos de minha mãe, eu vou embora. Pego meu carro e toco pra mansão de Lincoln.

Estaciono o carro e saio sem tranca-lo. Falo com alguns caras no caminho e vou direto pro quarto onde deixei Savannah.

Quando entro ela está encostada na cama, com os olhos fechados. Ela está mais pálida que o normal e ao redor de seus olhos estão bem pretos, seus lábios estão ressecados.

Boto o copo d'água e o prato de comida em cima da mesa. Cutuco ela com o pé, e solto seus braços. Seus pulsos estão bem vermelhos e machucados, eu fiz questão de por uma algema que machucasse seus pulsos.

Ela me olha e respira fundo. Eu me agacho na frente dela e boto uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- Você e sua vida estão mudando, você deve tentar aceitar isso, porque não há maneira possível de evitar tudo isso. Goste ou não, lute ou não, sua vida antiga acabou. Acabou antes de você acordar. Então seja uma menina boa, que você vai ser tratada melhor. - Digo e levanto, pego o prato de comida e água e boto na frente dela. Que sem pensar ataca a ambos.

Fico olhando ela comer e beber. Depois que acaba ela passa as mãos ao redor dos pulsos.

- Por que seu pai lhe vendeu? - Desde que Lincoln falou que o pai de Savannah havia a vendido eu fiquei com vontade de saber o porquê, mas não gosto de mostrar interesse nas meninas que são vendidas ou sequestradas. Na verdade eu sabia por altos.

- Esse era o único jeito dele não ficar pobre, ele ia perder todo o dinheiro. E aí teve a brilhante ideia de me vender como escrava sexual. - Ela diz e consigo sentir repulsa e ódio em seu tom de voz. Até que hoje ela está um pouco mais calma, estou até estranhando.

- O que você está armando? - Pergunto na lata e ela me olha por uns segundos.

- Nada.

- Está sim, você não é tão calma assim. - Ela respira fundo e da de ombros.

- Eu não posso fazer nada, já estou na merda não tem porque ficar atacando a todos....

Savannah narrando.

Essa minha explicação foi tão ridícula, ele é esperto sacou rapidamente que eu estava armando algo.

Eu queria fazer com que ele confiasse em mim, e pensasse que eu já tinha aceitado a situação.. O discurso ridículo que ele fez acima, quase me fez voar em seu pescoço e mostrar pra ele que eu não sou obrigada a aceitar essa situação de cabeça baixa.

- Você bem que podia me deixar ir um pouco no jardim, eu estou a tempos aqui. Não aguento mais. - Ele me olha por intermináveis minutos e nega com a cabeça.

- Eu não esqueci isso. - Ele aponta pro lábio.

- Eu não tenho culpa se você me beijou. - Digo ríspida e cruzo os braços, sinto meus braços bem mais finos que antes. Meu Deus eu devo está horrível.

- Quando eu beijo, você corresponde. Nesse lugar é assim que as coisas são. - Me levanto rápido demais e quase caio quando minha vista fica preta e o mundo gira. Droga odeio quando isso acontece.

- Ei você está bem? - Ele pergunta ainda de onde está, e eu dou uma bufada.

- Estou ótima. Ganhei na loteria. Estou sendo abusada nesse lugar e você pergunta se está tudo bem? Eu estou vivendo um inferno aqui então não pergunte se estou bem. - Ele me olha e arqueia uma sobrancelha. Max se aproxima de mim e segura meu rosto apertando minhas bochechas fortemente.

- Fale direito comigo garota, quem manda aqui sou eu. Seja menos sarcástica.

- Desculpa. - Ele abre um meio sorriso e aperta minha nuca.

- Por você ter reconhecido seu erro, vou permitir que você fique quinze minutos no jardim. - Ele diz e se afasta. Ok, hoje é tudo ou nada, vou ter que bolar um plano para me livrar desse lugar.

Vendida pelo meu pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora