Capítulo 6

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Julia Patterson

Ao ler o anúncio Julia, pensou mil coisas sem saber se devia rir ou ficar revoltada. O sujeito estava à procura de uma mistura de égua parideira com capataz.

Uma coisa tinha que admitir, ele foi bastante honesto, quanto as suas expectativas, o que era raro nesses anúncios.

Existem vários anúncios e era sempre a mesma coisa do tipo: "aquariano sensível procura garota moderna para juntos explorarem o significado do universo". O que não queria dizer nada.

Mas além da honestidade, o que mais o anúncio revela sobre o fazendeiro? Sua idade deveria ser de trinta à cinquenta, mas, já deseja ter filhos, estava mais para trinta. Se estava à procura de uma mulher madura e de personalidade bem formada, era sinal que tratava de um homem caseiro ou até pacato. Ao que tudo indicava o tal fazendeiro parecia ser trabalhador e honesto e eu resolveu apelar para um anúncio de jornal por não ter tempo para procurar uma noiva.

Anne me cutucou me trazendo de volta a realidade.

-Olá Julia. Onde você está? Nossa o que aconteceu, faz um tempão que estou te chamando. - Sorri para ela e disse:

-Nada, só estava pensando no anúncio. Manda a foto pro meu celular.- Anne faz uma cara travessa e fala:

-Não vai me dizer que ficou tentada em responder o anúncio?Respondo.

-Não! Só quero mostrar para Laura depois. - Ela me envia a foto e fica tirando sarro de mim.

Voltamos ao prédio conversando sobre os acontecimentos dos últimos dias, nos despedimos no elevador, e voltei para minha mesa. Abri novamente a imagem e li o anúncio, fechei a imagem e resolvi procurar algo mais útil para fazer, do que ficar cogitando os motivos que levam alguém em busca de companhia.

Estava cansada de trabalhar nesse escritório, tudo se tornou entediante e corriqueiro, nada mais me surpreendia. Lembro quando entrei para trabalhar, isso foi seis anos atrás.

Tudo era novidade, mas agora estava farta disso tudo, poderia procurar algo novo, precisava lutar contra mim mesma se não continuaria aqui, me sentindo inútil.

E mais uma vez pensei no anúncio:

Fazendeiro sediado em Nebraska procura uma esposa.

Abri novamente a imagem e li o anúncio.

Não,não estava tão desesperada a esse ponto, é?

Preciso de um emprego novo, um lugar diferente, não de um marido!

Por outro lado eu já estava com vinte e oito anos, já tinha vivido avida inteira em cidade grande, cheia de badalações e sabia que não fazia meu gênero.

Quando criança passava as férias no campo na casa da minha avó, mesmo sendo um lugar simples e pacato eu gostava do ritmo tranquilo e silencioso.

Não se tratava de desespero e sim curiosidade. Precisava de distração,seria como um encontro se desse certo tudo bem, se não desse, não teria nada a perder.

Entusiasmada,abro a tela do computador e começo a digitar uma resposta ao anúncio, terminando peço para o boy da empresa colocar no correio,assim que o garoto saiu com sua carta, sentiu um friozinho na barriga, o mesmo quando você entra naquelas enormes rodas gigantes,ou no primeiro encontro, bom naquela altura sua carta já estava longe.

Eu uma noiva de correspondência, talvez o tal fazendeiro nem respondesse o meu anúncio. O que nós teríamos em comum.

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