CAPITULO 17

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ALGUM TEMPO DEPOIS.

O casamento iria se realizar em trinta dias, no cartório local de Montana.

Julia estava exausta, pois desde o dia do telefonema de Guilherme, sua vida havia se tornado agitadíssima. Os amigos vinham visitá-la e se despedir, a mudança tivera de ser providenciada, armários esvaziados. Por mais rigorosa que fosse na escolha do que ia levar consigo, acabara reunindo uma bagagem considerável. Submetera-se também ao exame médico, que enviara logo em seguida para Guilherme.Ele por sua vez, lhe enviara seu atestado dias depois.

Enviou para à fazenda inúmera caixas contendo livros, cd's, dvd's, aparelho estéreo, roupas de inverno, roupas de festas, enfim a maioria de sua bagagem. E só imaginava o que Guilherme sentiria quando visse sua casa cheia dos pertences de uma... estranha. Mas ele não mencionara nada a esse respeito nas duas breves conversas telefônicas que haviam tido. Ao cair em si, depois de tanta correria, Julia via-se voando para Montana mais uma vez.

Agora,em definitivo.

Guilherme não a beijou quando foi recebe-la no aeroporto, e Julia ficou satisfeita. Estava cansada, tensa e as primeiras dúvidas começavam a assaltá-la. Pelo modo como Guilherme a fitava, se começasse a beijá-la não iria parar tão cedo e Julia não se julgava preparada para isso.

Porém,seu coração disparara ao vê-lo, sinal de quem agira certo ao aceitar o pedido. Julia planejava passar os cinco dias anteriores ao casamento num hotel em Montana, mas Guilherme reprovou seus planos.

-Não vejo motivo para você gastar dinheiro quando pode vir ficar na fazenda.

-É muito mais prático. A maioria das minhas roupas não serve para este lugar e terei de comprar tudo novo: botas, calças, malhas. Para que voltar para cá de novo se posso comprar tudo já? Além disso não quero ficar com você antes do casamento e você sabe o porquê.

Guilherme segurou-a pela cintura e puxou-a contra si.

-Porque eu a levaria para cama assim que entrássemos em casa. - Julia arregalou os olhos, engoliu em seco e apoiou-se no peito dele. Apesar da camisa grossa, sentiu lhe as batidas fortes e aceleradas do coração e reconheceu que Guilherme fazia o possível e o impossível para se conter.

-Isso mesmo. Não estou preparada para cumprir esta parte do nosso acordo. Me sinto cansada, nervosa e, para ser sincera, quase não o conheço ainda.

-Pode ficar tranquilo.

-Quer dizer que uma das condições para que eu a leve para a cama é colocar uma aliança no seu dedo? – ele perguntou num tom meio áspero.

-Não é isso. Se o casamento fosse daqui a dois meses, ou vinte dias,tenho certeza de que... bem, de que faríamos amor antes da cerimônia, mas não é esse o caso. Só lhe peço uns dias para repousar e me recuperar.

Guilherme estudou lhe o rosto pálido e as olheiras escuras.

Julia se apoiava nele deixando que seu corpo que seu corpo a amparasse a,apesar do desejo que o consumia, ele reconheceu que ela devia estar de fato cansada.

-Então durma. – aconselhou-a com voz grave. – Durma bastante e descanse, pois vai precisar de toda sua energia daqui a cinco dias.

Realmente Julia dormiu bastante, porém a tensão emocional continuava a perturbá-la. Mas qual noiva que não ficava nervosa às vésperas do casamento?

O dia em que assinaram o acordo pré-nupcial no escritório do advogado foi simplesmente esgotante. Guilherme estava de péssimo humor quando veio apanhá-la no hotel e respondia com monossílabas a tudo o que ela dizia. Por fim, Julia achou melhor calar-se. O fato, no entanto preocupou-a.

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