CAPITULO 29

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ALGUMAS SEMANAS DEPOIS

Guilherme  conseguiu vender suas cabeças de gado de corte por um preço bem mais alto do que esperara ou imaginara. Numa época em que todos estavam preocupados com a qualidade e o tipo de comida que ingeriam, ele iniciara há alguns anos uma pesquisa que lhe permitia criar o gado com uma taxa mínima de gordura, sem que a carne perdesse a maciez. Seus esforços haviam valido a pena, pois cada safra de seu rebanho era disputado no mercado.

Com o dinheiro arrecadado, conseguiu pagar a prestação da hipoteca, aumentar o rebanho para a próxima safra e ainda deu para comprar alguns reprodutores novos da melhor qualidade.

Com o resto, poderia consertar parte do maquinado estragado e encostado, o que o ajudaria no serviço diário. Daria até mesmo para levar Julia a um restaurante uma vez por mês para jantar.

O fato de só ter podido levá-la para tomar um café na Floris, até então, o magoava. Queria poder acompanhá-la a lugares melhores, mais sofisticados, comprar-lhe umas joias, roupas novas, tudo que uma mulher gosta de ganhar do marido.

A fazenda ainda estava longe de ser o que fora um dia, mas, passo a passo, Guilherme a reergueria. Era a primeira vez, desde do testamento, que conseguia obter algum lucro e fechava o orçamento com alguma folga, saindo do vermelho!

Julia o acompanhara a Montana na visita ao gerente do banco. Ele imaginara que a esposa fosse querer fazer umas compras, mas, com o passar do tempo, Guilherme percebia o quanto Julia diferente de Vanessa. Ainda que gostasse muito de roupas.

Bastava ver o modo e a elegância descontraída com que se vestia, mesmo para trabalhar na fazenda ou em casa. Embora muitas vezes optasse apenas por um jeans e uma camisa, o talhe das peças era impecável, o que lhe dava uma aparência muito mais sofisticada. As calças lhe serviam como uma luva e mexiam com sua libido.

Para não falar nas saias justas que deixavam à mostra as pernas encantadoras. Mas, o que Guilherme mais gostava era de vê-la com uma de suas camisas brancas, desabotoada, presa apenas por um nó na cintura.

Ela as usava sem sutiã e ficava extremamente sexy.Guilherme achava irresistível e Julia tinha consciência disso.

Primeiro, ele introduzia a mão sob a camisa, depois a despia, e então faziam amor onde quer que estivessem no momento.

Depois de acompanhá-lo ao banco, Julia quis ir às compras, porém, para surpresa de Guilherme, ela entrou numa loja de roupas masculinas e comprou-lhe apenas uma calça jeans nova e meia dúzia de cuecas. Mais nada.

— Não entendo como um dia pude morar numa cidade como Nova York — ela comentava, olhando o movimento das ruas.

— É tão barulhento aqui.

Guilherme ficou pasmo.Montana tinha aproximadamente setenta mil habitantes e as ocorrências mais graves ali não passavam de simples brigas de bar.

Não. Julia não se parecia em nada com Vanessa, que considerava Montana um mero lugarejo. Vanessa só se sentia bem em lugares caros e sofisticados como Londres, Paris, Roma.

Julia estava alegre por voltarem à fazenda, onde se sentia mais feliz do que em qualquer outro lugar. A tranquilidade ali advinha do fato de estarem bem próximos à terra, à natureza, à própria vida. Ali ficava o seu lar.

Já passava da uma da tarde quando chegaram à fazenda e Guilherme foi para o quarto trocar de roupa e recomeçar o trabalho. Como ainda fosse muito cedo para cuidar do jantar, Julia aproveitou aqueles raros momentos de folga e sentou-se numa cadeira de balanço na varanda para abrir as correspondências que havia pego na caixa postal, leu a carta de Laura e Anne e para sua grande surpresa tinha uma carta de seu irmão.

PROCURA-SE UMA ESPOSA - COMPLETA SEM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora