(Jack na mídia)
Chego em casa e me jogo em meu sofá. Retiro o celular do bolso e, quando vejo as mensagens, tem mais de quinze mensagens de homens querendo meus serviços.
"Olá, eu quero marcar uma festa de família e eles pensam que estou namorando. Quero teus serviços. Me diga quando pode e vemos todos os detalhes.", "Ei garota, preciso do seu serviço daqui dez dias. Pode ser? Me liga se puder e acertamos tudo.", entre outras várias mensagens.
Dentre todas, uma me fez prender a atenção. Ela era igual, mas diferente de todas as outras.
"Bom dia! Tudo bem com você? Espero que sim. Bem, meu nome é Jack e tenho 22 anos. Eu vou fazer um cruzeiro em família e eu sempre disse a meus primos que eu tinha uma namorada de quase dois anos de relacionamento. Eles me pediram para levá-la. Você poderia me ajudar? Se puder me ligue, por favor. Obrigado desde já."
Ele fala de um jeito mais gentil que todos os outros. Logo que terminei de ler a mensagem liguei para ele.
Ligação:
Jack:- Alô?- responde uma voz grossa.
Jeana:- Olá, recebi sua mensagem. Quando podemos nos encontrar?
Jack:- Bom, estou livre o dia todo. Podemos nos encontrar no parque?
Jeana:- Ótimo, que horas fica melhor para você?
Jack:- Quem sabe nos encontramos no parque para um almoço naquele restaurante ao ar livre?
Jeana:- Ótimo. Então, uma da tarde pode ser?
Jack:- Claro. Até lá então.
Jeana:- Até.
Jack:- Beijo.
Ligação.
Parece que tem intimidade comigo pra se despedir assim. Mas esse "beijo" me fez corar. Sei pois senti meu rosto começar a esquentar. Me levantei e fui escolher minha roupa.
Jeana:- Ótimo, parece até que vou a um encontro com um namorado. Que roupa eu visto?
Pego uma calça jeans e uma blusa branca de meia manga lisa e vou até o espelho. Acho que não. É só um almoço no parque.
Volto a meu armário jogando minhas roupas na cama. Pego uma outra blusa, dessa vez preta com uma frase em inglês escrita em branco e junto com a mesma calça anterior.
Jeana:- Ele vai achar o que? Que eu não dou a mínima pro meu emprego.
Jogo na cama também e volto ao armário. O tempo vai passando e, quando vejo, são 11:00. Eu ainda não havia escolhido minha roupa. Não havia nada no armário.
Vou até a pilha de roupas na minha cama e vejo a ponta de um vestido por baixo de outro. Que mania horrível a minha de dividir um cabide para duas roupas. Pego o vestido e vou em frente ao espelho.
Jeana:- Perfeito.- falo com um sorriso no rosto.- Esse passa uma boa impressão.
O separo de toda a roupa. Pego minhas sandálias estilo gladiadora, mas sem salto, e um chapéu que eu amo. Guardo toda a roupa que estava na cama e já haviam se passado quase meia hora.
Corro para o banheiro e tomo um banho rápido. Volto para meu quarto e me visto. Arrumo meus cabelos e ponho o chapéu. Faço uma maquiagem rápida e já eram quinze para uma da tarde. Passo perfume e corro.
Saio de casa rápido. Levo, dessa vez, um bloquinho e caneta. Vou quase correndo para lá. Chego lá, ligo para Jack.
Ligação:
Jack:- Oi.
Jeana:- Como você está vestido?
Jack:- Como um homem deve estar vestido.
Jeana:- Sem brincadeiras, Jack.
Jack:- Ok. Você seria uma ruiva, de vestido amarelo claro com flores roxas, sandálias e um chapéu?
Jeana:- Sim. Como sabe?
Ligação.
Desligou na minha cara! Sinto alguém me tocar no ombro.
Jack:- Sei, pois era a única no celular por aqui. E eu ouvi tudo.- diz sorrindo.
Eu o imaginei o tempo todo. Imaginava um garoto, praticamente. Ou então um homem. Imaginava que seria um homem talvez meio feio. Mas ele era lindo. Acabo por encara-lo nos olhos.
Jack:- Há algo errado?- pergunta procurando respostas em mim com seus lindos olhos azuis.
Jeana:- Ah... Não. Vamos procurar uma mesa pra nos sentarmos.
Ele me oferece o braço e eu aceito. Vamos caminhando até o local e logo achamos uma mesa.
Jeana:- Bom, então me fale. Quando é esse cruzeiro?
Jack:- Mês que vem. Serão quinze dias de viagem com rumo ao Caribe.
Jeana:- Exatamente que dia?
Jack:- Dia três.
Jeana:- Ótimo. Preciso do seu endereço para te buscar no dia três.
Jack:- Quem disse que você que vai me levar?
Jeana:- Desculpe-me, mas não sou a mulher que aceita o tradicional do homem ir buscar. Eu que busco.
Jack:- Ahn.. Nananinanão. Eu te busco e ponto final.
Jeana:- Tá legal. Eu aceito.
Jack:- Ótimo, passo na sua casa às 8:00.
Jeana:- Ótimo. Vamos às regras. Cobro trezentos por dia. Ou seja, vai sair meio caro pra você. Então eu vou te fazer uma proposta de cento e cinquenta por dia.
Jack:- Obrigado.
Jeana:- Sobre o modo de agir como casal, mãos dadas sempre que quiser, mãos bobas não permitidas, beijos só quando eu quiser ou permitir e não faço sexo.
Jack:- Perfeito.
Jeana:- E mais uma coisa, você não pode se apaixonar por mim e nem fazer com que eu me apaixone por você.
Jack:- Tudo bem. Não farei nada pare que você se apaixone por mim.
Jeana:- Puxa, obrigada. Você é o primeiro que aceita tudo normalmente e não joga uma cantada.
Jack:- Eu escuto uma música a que diz "Sem cantadas..."
Jeana:- "... Ela prefere os originais."
Nós rimos um do outro.
Jack:- Não sabia que você escutava essa música. Você tem um jeitinho tão delicado, não tem jeito de quem escuta essa música.
Jeana:- Sabe, eu gosto das músicas dele.- sinto a barriga roncar.- Vamos pedir o almoço, estou com fome.
Jack:- Também não tem jeito de ser fominha.- fala rindo.
Dou um leve empurrão em seu braço e ele chama o garçom.
Jeana:- Hum... Eu vou querer essa lasanha e um suco de uva.
Jack:- Traga o mesmo pra mim.
O garçom anota os pedidos e se retira. Nós continuamos conversando a tarde toda. Para resumi-la, tive a melhor tarde desde o início do meu trabalho.
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Foi Por Acaso
RomanceSe Jeana estava tentando não se apaixonar pelo seus clientes e por ninguém... Não deu certo. Como não se apaixonar por ele? Um homem tão atencioso, carinhoso (talvez de verdade ou talvez de mentira), tão delicado... Creio que você também se apaixona...