Capítulo - 40.

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*POV ANNE*

Depois do absurdo que o Nash me falou, não falei com ele o resto do dia, tentei evita-lo ao máximo, e pelo jeito ele fazia o mesmo, pois acho que ele ficou em seu quarto o dia todo. Eu não sabia exatamente, aquela casa era muito grande, ele podia estar em qualquer lugar.

Lembro quando eu, Papai, Blue e meu falecido tio, brincávamos de esconde-esconde. Era bem desafiador, pois haviam vários lugares, ainda mais quando se tem 1,40 de altura, eu e Blue cabíamos em qualquer cantinho. Mas no caso, Nash é um homenzarrão de 1,80, não tem um cantinho em que possa se esconder.

No dia seguinte, acordei mais cedo, tomei meu café e fui para a escola sozinha, andando, sei que era um pouco longe, mas precisava pensar um pouco. Ainda estava muito brava com ele.

Nash não apareceu na escola, não vi ele na hora do recreio, nem nas nossas aulas em comum do dia, que seriam: biologia e literatura.

— O que foi? — Sky me pergunta em alto e bom tom, na aula de história.

A professora virou com um olhar mortal para nós, mas logo se voltou para o quadro negro, e continuou anotando coisas inúteis sobre a 2º guerra mundial.

Olhei sorridente para Sky, entendi que ela não queria assistir aquela aula, e eu não estava com cabeça, apenas pensava em Nash.

— Eu só estou entediada com essa matéria. — Lanço um sorriso torto, e encaramos nossa linda Professora Rex.

— Vai ver se a matéria da detenção esta mais interessante. — Sua roupa tinha estampa do papel de parede da minha vó, o que fazia ela parecer ainda mais velha.

— Ou eu posso ficar aqui, e tirar um cochilo. — Sky diz mais pra mim do que para ela.

— DETENÇÃO. — Ela cospe as palavras.

Eu e Sky nos levantamos e pegamos nossas coisas. Ela coloca sua bolsa com uma alça, deixando-a pendurada de um lado das costas como os adolescentes fazem, então saí desfilando em meio as carteiras. Enquanto eu só a acompanho.

Detenção, la eu poderia ter um pouco de paz. Ou não. Não mesmo. Meu sangue ferve quando eu vejo Ashley encarando suas belas e feitas unhas postiças.

— O dia não podia ficar pior. — Digo para Sky olhando para trás.

Sky vai para o fundo da sala, junto com seus amigos barra pesada, aqueles olhos claros e rostinho de anjo, eram mais durões do que parecia.

Eu vou para o canto da sala, duas fileiras distante de Ashley. Abaixei a cabeça e tentei não pensar o quanto eu estava mal pelo Nash, por ele ter me falado aquilo, por ele não ter se desculpado e por ele não vir a escola. E tentei não pensar na minha mãe, nem o quanto eu queria que ela estivesse ali, para eu lhe dar um abraço e chorar no seu colo.

Acordo com uma pontada na cabeça, olho em volta e tem um aviãozinho caído ao meu lado. Recolho-o e abro. A caligrafia era feminina, a cor da caneta rosa, e tinha corações em vez de pingos no I, isso ja dizia muita coisa de quem o tinha escrito.

"Oi Anne onde ta seu namorado lindinho? Avisa pra ele que eu to com saldade
                                         A.
  Haha brincadeirinha você ja sabe quem eu sou"

Ainda escreveu "saldade", com toda certeza era aquela biscate. Não sei nem como ela conseguiu fazer um avião, ainda mais que voasse.

Olho para Ashley, com um olhar mortífero. Ela percebe e me olha, lança um sorriso sínico e volta a sua unha.

Pego uma folha de caderno e escrevo uma resposta.

"Olá, Ashley. Ele está muito bem, obrigada.
Ah, antes que eu me esqueça, dicionário mandou lembranças.
                        Cooper, Anne."

Amaço o papel, formando uma perfeita bolinha, e a atiro com toda força em sua cabeça. Bingo!

Ashley me olha indignada, ela pega a bolinha e se levanta, abre a boca, sinto que para me xingar, mas o sinal tocou e como um cachorrinho, ela seguiu o fluxo em direção a porta.

Espero Sky se despedir de seus amiguinhos com um "toca ai" e seguimos para a porta.

— Ainda ta mal? — Ela pergunta me dando cotovelada.

— Argh! Aquele idiota! — Reviro os olhos.

Tinha uma movimentação no campo, Sky me puxou pelo braço pra ir ver o que estava acontecendo.

De repente as pessoas se arrumam em fileiras paralelas, fazendo um caminho que dava em um enorme buque de rosas vermelhas.

Olho para Sky que me coloca no meio do caminho. As pessoas começam a aplaudir e o buque caminha em minha direção.

Sinto todo sangue do meu corpo ir parar em minhas bochechas. Nash sai de trás do buque, e se ajoelha na minha frente.

— Mary Anne Cooper, eu te amo. — Ele estende sua mão a procura da minha, que eu imediatamente lhe dou, sinto meus olhos marejarem. — Me perdoa? Fui um tolo, egoísta e egocêntrico. Sei que está com raiva, com toda a razão. Essas horas sem te ver me fez pensar o quão eu sou idiota e o quão grande é o meu amor por você, não quero te perder por uma bobagem, algo que disse da boca pra fora.

Eu não tenho reação, apenas consigo balançar a cabeça em sinal de positivo. Nash se levanta e me da um selinho.

Pego o buque, dou um abraço nele.

O mundo parou por um instante, parou para o nosso abraço, para nosso reconcilio, parou para a gente.

Será que todo casal sente isso? Sente o mundo parar quando se tocam? Sentem que nada mais no mundo importa quando você está ao lado de quem te ama e te faz bem? Espero que sintam, pois é a melhor sensação a qual se pode ter.

— Eu te amo. — Cochicho em seu ouvido.

Ouço a multidão em nossa volta gritar "Beija, beija, beija"

E a voz do povo é a voz de Deus.

Dei beijos na sua bochecha e fui seguindo até a sua boca, mas logo paro.

— Vamos para casa?

— Só depois do nosso almoço.

Nash me levou em um restaurante na frente da praia, eu ja tinha ido la algumas vezes, mas com o Nash, aquele lugar ficou especial.

— Não acredito que você fez isso. — Digo ainda extasiada com a surpresa.

— Faço tudo por você. — Ele mordisca alguns camarões em seu prato. Estende sua mão em cima da mesa, e eu levo a minha ao encontro.

— Eu te amo. — Digo bebericando um pouco de suco.

Quando o almoço acabou, ficamos na praia até o por do sol, juntos na areia. Essa separação serviu para nos unir. E quando anoiteceu, voltamos para casa.

My Brother || Nash GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora