Capítulo - 32.

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*POV NASH*

Anne estava caída no chão. Desacordada. Eu não entendi o que tinha acontecido, mas a coloquei nos braços e corri para a sala, procurando Adriana.

— LIGA PARA UMA AMBULÂNCIA!

— O que aconteceu? — Adriana estava calma, sua voz era firme, enquanto eu estava quase chorando como uma criança.

— ELA FOI SE LEVANTAR E DESMAIOU. — Estava tentando manter a calma.

— Estou ligando, se acalma. — Ela pega o celular e disca os números, vi que sua mão deu uma leve tremida, o que me deixou mais aliviado.

Olhava Anne em meus braços, tão leve e frágil, eu a odiava por me fazer-la ama-la tanto.

(...)

Na ambulância, ficavam medindo seu pulso a todo instante, não entendia bem o porque, até começarem a gritar:

— SEU PULÇO PAROU! VAMOS! UM. DOIS. TRÊS. — Algum paramédico grita para os outros dois.

E eu não podia fazer nada a não ser chorar e observa-la dando pulos involuntários ao levar sequências de choques.

— VOLTOU! — Um dos enfermeiros gritou e eu dei graças a Deus por deixa-la viver.

Por alguns segundos eu entendi o que Anne sentiu, a angustia da morte de quem amas, por alguns segundos quase perdi o amor da minha vida e em apenas nesses segundos imaginei minha vida sem ela, sem seu sorriso cativante, ou seu olhar profundo e misterioso que ao mesmo tempo que dizia tudo não dizia nada. Me lembrei da nossa viagem até a Califórnia, e como estávamos felizes juntos, e essa felicidade não podia acabar, não agora, não tão cedo.

(...)

— Doutora, o que ela tem? — Perguntei ja no quarto do hospital junto a Anne.

— Seu desmaio foi causado pela falta de nutrientes em seu sangue, ou seja, ela está com anemia profunda. — A médica era séria e mantinha postura.

— E a parada cardíaca? — Olho para Anne enquanto falo, ela estava toda conectada a fios quase esbarro em um quando passo minha mão por uma mecha de cabelo rebelde.

— Ainda não sabemos o motivo, precisamos fazer uns exames, mas apenas quando ela estiver consciente.

— Obrigado, Doutora. — Agradeço.

A médica vai embora e eu me sento em uma cadeira ao lado de Mary.

*POV ANNE*

Uma luz branca no meu olho. Será que eu ja morri? Vou poder falar para minha mãe que eu a amo? Seria mais fácil se eu realmente tivesse morrido, mas infelizmente eu ainda sou uma mera mortal. A luz apaga e um borrão se mexe a minha frente.

— Oh, acordou. — Tudo ali era branco, inclusive a roupa do borrão.

— Acordou? Anne! — O borrão ganhava forma. Uma enfermeira fecha a porta e um par de olhos me encara.

— O que houve? — Minha voz quase não saia.

— Depois de você desmaiar, ter um ataque cardíaco no meio do caminho, e dormir por 3 dias? Nada. — Nash faz uma feição irônica.

— Está brincando?

— Por que eu brincaria? Eu fiquei apavorado, pensando que ia te perder. — Uma lagrima escorre de seu olho.

Levo minha mão até a lagrima, e a seco. Passo meu dedo pela sua bochecha, e percebo a quantidade de fios e agulhas em minha mão.

— Eu vou deixar seu pai te ver. — Da um sorriso sereno e um beijo em minha testa.

Ele sai, e em alguns segundos meu pai está no quarto comigo.

— Anne! Você quer me matar? – Ele pensa no que acabou de dizer. — Oh, desculpe... eu não quis...

— Esta tudo bem, eu juro que estou bem. — Dou um sorriso forçado.

— É a primeira vez em mais de 3 meses que você diz que está bem. — Ele coloca sua mão em minha testa. — Deve estar delirando, vou chamar um psiquiatra.

— Eu to bem, pai. Tá legal? — Dou uma leve gargalhada, sincera dessa vez.

— Este rapaz, seu namorado, não diga a ele que eu falei isso, mas eu gosto dele. Aprovo o namoro de vocês.

— É a primeira vez em 16 anos que eu escuto você falando isto, acho que não sou eu quem está delirando.

Ele me olha sério, e ri. Fazia tempo que eu não o via sorrindo. Agora estava gargalhando, e se transformou em um inexplicável choro.

— Pai? Esta tudo bem? — pergunto meio confusa.

— Eu te amo minha patinha, eu te amo. Não vou deixar nada de mal te acontecer. — Ele acaricia minha bochecha, um sorriso nos lábios e uma lagrima no olho.

— Eu também te amo, pai.

My Brother || Nash GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora