Hoje está completando exatos 5 dias que estamos presos nessa caverna, a comida está acabando e creio que iremos morrer. É uma situação desesperadora, pois se ficarmos aqui, morreremos de fome e sede, e se sairmos, eles nos matarão da forma mais dolorosa possível, pois há vários deles (as) lá fora. O mundo está um caos!
Tudo começou com ocorrências de explosões envolvendo celulares, computadores e outros pequenos eletrônicos, matando seus usuários em muitos lugares do mundo. De início ninguém se preocupara, pois talvez deveria ser apenas defeitos de alguma marca especifica, mas logo fora descartado, pois os incidentes envolviam produtos de todas as marcas possíveis. Pensaram que fosse alguma radiação, mas também fora descartado, pois nenhuma alteração anormal fora captada por cientistas e astrônomos. A onda de mortes crescia, os governos não sabiam o que se passava e a população mundial já começava a entrar em pânico, algo muito sinistro estava acontecendo.
Produtos que até então eram seus fiéis companheiros, produtos que tomavam o lugar das amizades, produtos que substituíam a velha forma de se interagir socialmente; agora eram nossos inimigos. Ainda sem saber o porquê de aquilo estar acontecendo, governos de muitos lugares do globo começaram a interromper a produção de celulares, computadores e outros produtos tecnológicos, afim de parar tal situação. Internet e linhas telefônicas foram cortadas, surgia a hipótese de alguma organização ter invadido o sistema de ambas e estar sendo a grande causadora de todo pânico, com isso somente grandes autoridades do governo ainda as possuíam. Pessoas que passavam várias horas de seu tempo conectadas, agora temiam os antigos amigos inseparáveis. O mundo foi se desconectando aos poucos, porém, coisas mais terríveis ainda estavam para acontecer.
A situação foi ficando ainda pior quando diversos veículos começaram a ficar possuídos pela força misteriosa. Só nos primeiros dias foram registrados inúmeros acidentes nas rodovias, quedas de aviões e logicamente, milhares de mortes por atropelamento dos mesmos. Com celulares e eletrônicos era fácil de se escapar, era apenas tentar manter certa distância para não ter o corpo explodido, afinal eles não tinham rodas, tampouco voavam. Mas com veículos era impossível fugir, pois te perseguiriam pela terra, agua e ar, ou seja, a chance de fuga era quase zero. Com todas essas circunstâncias desfavoráveis, o fim da humanidade parecia estar próximo, já não havia mais esperanças, aquilo que um dia fora motivo de orgulho, que enriquecera tantos, agora era o inimigo do homem, e queria ver sua extinção da terra. A maldita tecnologia era a vilã.
Eu via o inferno diante de mim, vi vários amigos e familiares sendo explodidos ou destroçados por maquinas guiadas por algo invisível. Era surreal tudo aquilo, parecia um filme barato de ficção cientifica, mas não, era muito real, via tudo diante de meus sofridos e paralisados olhos castanhos. A solução era fugir, minha casa não era segura, algum caminhão poderia invadir a qualquer momento minha residência. Mas fugir para onde? Me pegariam de todas as maneiras, eu teria que fazer o impossível para tentar escapar daqueles monstros. Então por impulso, resolvi olhar o caos nas ruas próximas de minha casa e por sorte avistei a velha montanha que ficava ao sul da cidade. Com a mesma rapidez, veio uma recordação que naquela montanha, havia uma caverna onde eu brincava de explorar em meus tempos de criança. A caverna seria ideal para tentar escapar do caos que habitava a terra nos últimos dias. Sua entrada dava pouco para passar um homem, mas seu interior era grande o bastante para passar algum tempo até a poeira abaixar, se é que as coisas voltariam como antes. Ainda com um pouco de esperança em dias melhores, reuni bastante suprimentos e organizei tudo para na hora certa, partir em direção da montanha em busca da sobrevivência. Mas até chegar na abençoada caverna, que agora em diante passaria a ser meu novo lar, seria um imenso desafio, uma missão quase que suicida.
Antes de partir, fiquei muitas horas observando da janela de minha vazia casa (joguei fora tudo que utilizasse alguma forma de energia para seu funcionamento). Da minha janela, eu observava o movimento de todos aqueles veículos pilotados por nenhum ser vivente, seria difícil passar por aquelas ruas sem ser morto. A solução para a minha fuga, seria atravessar a vizinhança pelos jardins e quintais das casas, e logicamente torcer para que nenhuma máquina infernal me pegasse. Para sobreviver na caverna, eu teria que levar suprimentos comigo, mas não muito pois uma mochila pesada atrapalharia minha fuga em caso de alguma perseguição. Esperei a hora certa, a hora onde não havia muitos monstros por perto, e sai rumo as montanhas.

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Contos De Terror
HororColetânea que reunirá alguns pequenos contos de suspense e terror. Aqui você encontrará histórias sobre vampiros; lobisomens; demônios; fantasmas e etc. Você irá se sentir em uma pequena cidade do interior Brasileiro, daquelas bem carregadas de lend...