Capítulo 04

905 50 0
                                    


Com a intimação em mãos Anahí se preparava psicologicamente para o encontro. Como se fosse uma novela, ela fazia o roteiro em sua mente: ia levar as meninas para ele ver, ficariam com o pai nos fins de semana e eles não teriam mais contato. Ela seguiria sua vida tranquila com José. As meninas o amam, chamavam-no de pai.

FLASHBACK

Manuela: Mamãe? – perguntou quando parou em frente a Anahí e José, que assistiam um filme na sala. Anahí fitou a filha, ela estava com uma carinha pensativa e mexia nos cabelos. Manuela estava nervosa e com medo da mãe brigar com ela por causa do que iria perguntar.

Anahí: Eu conheço essa carinha – disse estreitando os olhos. José apenas observava. Sophia tinha apenas 10 meses e dormia. Manuela estava com três anos e meio, era uma criança muito inteligente para sua idade.- Manda a bomba Manu...

Manuela: Na minha escolinha todas as minhas amiguinhas tem papai – fez um biquinho de choro, Anahí sentiu seu coração apertar – eu queria que o tio José fosse meu papai... – olhou pra Anahí e depois pra José que abriu um sorriso pra menina. Anahí pegou a filha no colo.

Anahí: Você quer chamar ele de papai? – Manuela assentiu – então acho que você tem que pedir isso pra ele – apontou pra José. Manuela olhou pra José que estendeu os braços, passando-a para seu colo.

José: Eu vou amar ter uma filhinha linda como você – deu um toquinho no nariz dela que sorriu.

FIM DO FLASHBACK

Ainda estava machucada e muito magoada. As palavras de Alfonso foram duras, como facadas em seu coração. Chorou por meses. A gravidez de Sophia havia sido complicada, teve que repousar muito. E Alfonso que deveria estar ao seu lado, a queria longe. Em vez disso, José esteve ao seu lado, viu Sophia nascer. José é merecedor de titulo de pai, tanto de Sophia como Manuela. Sempre dizem que pai é quem cria, quem dá conselhos, a figura masculina que está ali sempre presente, te protegendo, impondo as regras e limites da casa, compartilhando bons e maus momentos do seu lado. Alfonso não estava ali.

Sentada na cama, com os cotovelos apoiados nas pernas, ela revisava cada palavra que continha naquele papel. Com raiva, amassou o papel e o jogou longe. José que a observava a um bom tempo, encostado no batente da porta do quarto, se aproximou dela, sentando ao seu lado.

José: Ei, vai ficar tudo bem meu amor... – falou carinhosamente, acariciando as costas dela. Sem dizer nada, Anahí apenas se aconchegou nos braços dele. Se perguntava por que Alfonso teria que ressurgir das cinzas justo agora que sua vida estava tranquila? Desejou naquele momento, com todas as suas forças, que José fosse o pai biológico de suas meninas. Não pode privar Alfonso de fazer parte do dia a dia delas, mas como seria o relacionamento dos dois? Alfonso sempre deixou claro que jamais aceitaria Anahí com outro homem. Ela tinha medo por ela e por José. Não queria e nem podia magoa-lo. José é um anjo em sua vida.

Anahí: Ainda dói... – falou com a voz embargada – não estou pronta, nunca estarei pronta pra vê-lo...

José: Está sim, você é forte princesa... – beijou-lhe carinhosamente nos cabelos – você precisa conversar com ele, acertar as coisas... Fechar esse ciclo na sua vida, colocar uma pedra sobre o passado. Talvez esse reencontro reascenda todo aquele amor que um dia sentiu por ele, e que eu sei que ainda sente – Anahí ergueu o olhar e o encarou, balançou a cabeça negando – eu sei que ainda está aí – apontou pro coração dela – se não o amasse tanto, não estaria com tanto medo, não doeria mais tanto. Você já teria superado – Anahí tentou falar algo, mas José tocou os lábios dela, pedindo que o deixasse continuar – a mim dói com essa possibilidade de te perder, uma dor inexplicável – acariciou a bochecha dela – eu te amo como nunca amei ninguém na vida. Amo suas filhas como se fossem minhas – Anahí sorriu – mas se precisar abrir mão de você pra sua felicidade, se sua felicidade estiver ao lado dele, mesmo ele sendo um otário, não pensaria duas vezes. A única coisa que eu desejo é te ver feliz, apenas isso. – finalizou com os olhos mareados. Anahí o abraçou forte. Que homem era esse? Ela não poderia colocar em risco seu relacionamento com José para viver na instabilidade com Alfonso.

Anahí: Você vai comigo semana que vem? – pediu quase suplicando, olhando-o nos olhos. José conhecia bem aquele olhar. Ele sorriu, enxugou as lágrimas dela e selou sua boca num selinho demorado.

José: Não... Não me obrigue a isso, por favor – pediu de olhos fechados.

Anahí olhou bem para aquele homem a sua frente. Será que ele existia mesmo? Sentiu uma necessidade imensa de beija-lo. Avançou em seus lábios, fazendo José cair pra trás na cama. Anahí não pensou duas vezes e arrancou a camisa de José, a jogando em algum canto do quarto. Estava sobre ele, largou a boca dele para atacar o seu pescoço. José levou as mãos a barra da camisa que ela vestia, estava prestes a tirar quando a porta do quarto se abriu de uma vez. 

Empezar Desde Cero (Mini)Onde histórias criam vida. Descubra agora