Anahí arrumou as coisas das meninas e naquela tarde mesmo foi embora. Antes do esperado que seria na segunda feira. Precisava voltar, pedir perdão a José. O que ela fez com ele era sujo e se sentia mal com isso.
Alfonso não quis a deixar ir, mas depois de mais uma discussão permitiu que Anahí fosse, afinal a batalha já estava ganha. Deu um sorriso vencedor quando lembrou que não tinham se prevenido em nenhuma das vezes que fizeram amor. Se tudo conspirasse a favor dele, em breve Anahí lhe daria outro filho. Ela não tomava anticoncepcional, ele sabia. Sempre o organismo de Anahí rejeitava a medicação, então passaram a prevenir apenas com preservativos.
Assim que chegou em Monterrey, Anahí deixou as meninas com a mãe e dirigiu até o apartamento de José. Entrou no apartamento e o procurou pelos cômodos. Sim, ela possuia as chaves do local, o que facilitava tudo quando quisesse ir vista-lo para fazer uma surpresa. Chegou no quarto e ele estava sentado na cama, com a cabeça baixa, pensativo.
Foi até ele e se sentou ao seu lado. Ouviu quando José suspirou.
Anahí: José eu... – mordeu o lábio, não sabia como começar.
José: Você dormiu com ele... – sussurrou. Anahí sentiu como se dessem um golpe em seu coração. Ele já sabia. mas quem havia contado?
Anahí: Como? Eu...é...
José: Eu deveria ter terminado com você ontem – suspirou e enxugou as lágrimas, fitou Anahí – você me machucou de uma forma que não faz ideia. Não sei se você algum dia sentiu toda essa dor que eu estou sentindo. É dilacerante, você cravou um punhal pelas minhas costas – colocou a mão no coração e ali esfregou.
Anahí: José ...
José: Não fala nada – ergueu uma das mãos como se dissesse "pare" – me deixa falar... – Anahí assentiu, comprimindo os lábios. Ela sabia o quanto isso doía, sentia-se mal com tudo isso. A atração que sente por Alfonso saiu fora de controle – eu sabia que isso ia acontecer. Mas lá no fundo ainda restava uma esperança... Esses três anos que você viveu aqui foram incríveis, você foi a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida. – ele soluçou, voltou a enxugar as lágrimas, respirou fundo, fitou o teto e voltou a olhar pra Anahí – as meninas... eu amo aquelas crianças como minhas filhas. E eu sinto como se elas realmente fossem, minhas filhas de coração. – segurou as duas mãos de Anahí, ela olhou nos fundos dos olhos dele. José percebeu nos olhos dela que aquilo também doía nela – fui muito criticado pelos meus amigos quando iniciei meu relacionamento contigo, você sabe – Anahí assentiu, José enxugou as lágrimas dela que também caiam com o dedão – eu lutei por você, passei por cima de muita gente que dizia que eu não deveria engatar um romance sério contigo, você tinha uma filha de outro e ainda por cima estava gravida. Ouvi muita coisa de pessoas que se diziam meus amigos e só sabiam criticar o meu sentimento por você. Diziam que era uma atração física, uma mulher linda, sedutora, sexy, com o sorriso mais lindo do mundo – sorriu fraco e Anahí o acompanhou – eu não sei se algum dia vou superar tudo isso, se ainda terei forças pra amar alguém. Mas de uma coisa eu tenho certeza... – Anahí sussurrou um "o que?" fraco pra ele – eu nunca, jamais te esquecerei ou deixarei de te amar. Você é única e insubstituível aqui – apontou pro coração. Anahí colou sua testa na dele. – eu te amo. Amar machuca, amar dói. A única coisa que eu quero nesse momento é que toda essa dor acabe, que essa angustia, esse aperto no peito passe... – começou a chorar igual a uma criança. Anahí o abraçou forte.
Anahí: Me perdoa... me perdoa... – ela segurou o rosto dele com as mãos. José negou com a cabeça.
José: No momento eu não consigo... – levantou-se e deu as costas pra ela. – vai embora, por favor. Eu preciso ficar sozinho. – pediu em um tom de suplica. Anahí levantou-se, parou atrás de José e encostou sua testa nas costas dele e ali depositou um beijo demorado – Não torna as coisas mais difíceis Any – ela se afastou, pensou em falar algo, mas achou melhor não. – deixe as chaves na mesinha da entrada – disse ainda de costas. Anahí assentiu e saiu do apartamento dele aos prantos.
A dor que sentiu ao vê-lo destruído foi imensa. Ela o amava, tinha certeza, mas também amava Alfonso. Não sabia se o que estava fazendo era o correto, o mais sensato. Mas precisava dar uma segunda chance a Alfonso e ver se ele realmente mudou. E com o tempo voltaria a se aproximar de José. Precisava dele por perto, mesmo que fosse como um amigo. O melhor amigo que uma mulher pode ter.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Empezar Desde Cero (Mini)
FanfictionSerá que fotos dizem mais do que palavras? Alfonso recebeu fotos comprometedoras de Anahí. Possuído por uma ira incontrolável e cego de ciúmes expulsou-a de casa, duvidando de sua fidelidade e de seu amor. Anahí saiu do apartamento com o coração d...