Capítulo 18

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Anahí arrumou as coisas das meninas e naquela tarde mesmo foi embora. Antes do esperado que seria na segunda feira. Precisava voltar, pedir perdão a José. O que ela fez com ele era sujo e se sentia mal com isso.

Alfonso não quis a deixar ir, mas depois de mais uma discussão permitiu que Anahí fosse, afinal a batalha já estava ganha. Deu um sorriso vencedor quando lembrou que não tinham se prevenido em nenhuma das vezes que fizeram amor. Se tudo conspirasse a favor dele, em breve Anahí lhe daria outro filho. Ela não tomava anticoncepcional, ele sabia. Sempre o organismo de Anahí rejeitava a medicação, então passaram a prevenir apenas com preservativos.

Assim que chegou em Monterrey, Anahí deixou as meninas com a mãe e dirigiu até o apartamento de José. Entrou no apartamento e o procurou pelos cômodos. Sim, ela possuia as chaves do local, o que facilitava tudo quando quisesse ir vista-lo para fazer uma surpresa. Chegou no quarto e ele estava sentado na cama, com a cabeça baixa, pensativo.

Foi até ele e se sentou ao seu lado. Ouviu quando José suspirou.

Anahí: José eu... – mordeu o lábio, não sabia como começar.

José: Você dormiu com ele... – sussurrou. Anahí sentiu como se dessem um golpe em seu coração. Ele já sabia. mas quem havia contado?

Anahí: Como? Eu...é...

José: Eu deveria ter terminado com você ontem – suspirou e enxugou as lágrimas, fitou Anahí – você me machucou de uma forma que não faz ideia. Não sei se você algum dia sentiu toda essa dor que eu estou sentindo. É dilacerante, você cravou um punhal pelas minhas costas – colocou a mão no coração e ali esfregou.

Anahí: José ...

José: Não fala nada – ergueu uma das mãos como se dissesse "pare" – me deixa falar... – Anahí assentiu, comprimindo os lábios. Ela sabia o quanto isso doía, sentia-se mal com tudo isso. A atração que sente por Alfonso saiu fora de controle – eu sabia que isso ia acontecer. Mas lá no fundo ainda restava uma esperança... Esses três anos que você viveu aqui foram incríveis, você foi a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida. – ele soluçou, voltou a enxugar as lágrimas, respirou fundo, fitou o teto e voltou a olhar pra Anahí – as meninas... eu amo aquelas crianças como minhas filhas. E eu sinto como se elas realmente fossem, minhas filhas de coração. – segurou as duas mãos de Anahí, ela olhou nos fundos dos olhos dele. José percebeu nos olhos dela que aquilo também doía nela – fui muito criticado pelos meus amigos quando iniciei meu relacionamento contigo, você sabe – Anahí assentiu, José enxugou as lágrimas dela que também caiam com o dedão – eu lutei por você, passei por cima de muita gente que dizia que eu não deveria engatar um romance sério contigo, você tinha uma filha de outro e ainda por cima estava gravida. Ouvi muita coisa de pessoas que se diziam meus amigos e só sabiam criticar o meu sentimento por você. Diziam que era uma atração física, uma mulher linda, sedutora, sexy, com o sorriso mais lindo do mundo – sorriu fraco e Anahí o acompanhou – eu não sei se algum dia vou superar tudo isso, se ainda terei forças pra amar alguém. Mas de uma coisa eu tenho certeza... – Anahí sussurrou um "o que?" fraco pra ele – eu nunca, jamais te esquecerei ou deixarei de te amar. Você é única e insubstituível aqui – apontou pro coração. Anahí colou sua testa na dele. – eu te amo. Amar machuca, amar dói. A única coisa que eu quero nesse momento é que toda essa dor acabe, que essa angustia, esse aperto no peito passe... – começou a chorar igual a uma criança. Anahí o abraçou forte.

Anahí: Me perdoa... me perdoa... – ela segurou o rosto dele com as mãos. José negou com a cabeça.

José: No momento eu não consigo... – levantou-se e deu as costas pra ela. – vai embora, por favor. Eu preciso ficar sozinho. – pediu em um tom de suplica. Anahí levantou-se, parou atrás de José e encostou sua testa nas costas dele e ali depositou um beijo demorado – Não torna as coisas mais difíceis Any – ela se afastou, pensou em falar algo, mas achou melhor não. – deixe as chaves na mesinha da entrada – disse ainda de costas. Anahí assentiu e saiu do apartamento dele aos prantos.

A dor que sentiu ao vê-lo destruído foi imensa. Ela o amava, tinha certeza, mas também amava Alfonso. Não sabia se o que estava fazendo era o correto, o mais sensato. Mas precisava dar uma segunda chance a Alfonso e ver se ele realmente mudou. E com o tempo voltaria a se aproximar de José. Precisava dele por perto, mesmo que fosse como um amigo. O melhor amigo que uma mulher pode ter. 

Empezar Desde Cero (Mini)Onde histórias criam vida. Descubra agora