Capítulo 23

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Com a mão na fechadura da porta, Anahí sentiu um calafrio. Respirou fundo tentando buscar forças para conseguir contar a Alfonso. Se bem o conhece, ele não aceitaria e ainda ficaria furioso, mas talvez esses três anos que estiveram separados o fizeram mudar. Pelo menos, nesse ultimo mês, estava mais carinhoso.

Deu dois passos para trás, olhou para o carro pensando em sair e dar uma volta. Lembrou-se que Manuela e Sophia estavam na casa dos avós paternos, e agora seria um momento ótimo para falar com ele. Se ocorresse uma briga, como ela previa, melhor seria com as meninas longe.

Mas como contar sem magoa-lo? Tentou se colocar no lugar dele, ela com certeza ficaria com ciúmes, mas seria obrigada a aceitar a criança. Um ser inocente que não pediu para vir ao mundo. Estava ali por um descuido dela e de José. Tocou a barriga, fechou os olhos e encostou a cabeça na porta.

Enfrentar Alfonso não seria fácil, jamais. E ainda dizer que José acompanharia tudo, que seria ele que iria nas consultas. Já imaginava a terceira guerra mundial armada naquela casa. Contou mentalmente até dez e entrou de uma vez antes que desistisse.

Anahí: Precisamos conversar – disse o empurrando quando ele se aproximou para beija-la.

Alfonso: O que foi? Não me quer mais meu amor? – perguntou com receio, Anahí sorriu negando.

Anahí: Claro que quero seu bobo! – parou em frente a ele, mexendo na gola de sua camisa polo verde – eu quero ficar o resto da minha vida contigo – ele abriu um sorriso e selou os lábios, quando ia iniciar um beijo Anahí o parou espalmando as mãos em seu peito – espera bebê... eu preciso te contar algo – ela mordeu os lábios e respirou fundo – eu estou grávida – fechou os olhos e ouviu Alfonso vibrar com a noticia.

Ela abriu os olhos e Alfonso percebeu que eles estavam mareados. Anahí deixou que as lágrimas caíssem.

Alfonso: Não está feliz meu amor? – acariciou a bochecha dela – isso é maravilhoso! Vamos ter um bebê! Mais um fruto do nosso amor – beijou a testa dela, depois a bochecha direita, a esquerda e a ponta do nariz.

Anahí mais uma vez se afastou e Alfonso se assustou. Seriam os hormônios?

Anahí: Estou na oitava semana de gestação...- sua voz saiu quase como um sussurro.

Alfonso: O que? Não... Não... Você não... daquele cara Anahí? – ela assentiu segurando as lágrimas – PORRA! – gritou. Anahí se encolheu – Eu... não... você não pode ter essa criança – disse esfregando as mãos no rosto e nos cabelos.

Anahí olhou pra ele incrédula. Ele estava sugerindo que ela abortasse?

Anahí: Eu não vou fazer isso! – disse com a voz embargada e como que por instinto ela pôs as duas mãos sobre a barriga.

Incrível como Alfonso mudava da agua pro vinho. Ela jamais faria algo contra as crianças. Os bebês não tinham culpa, e se Alfonso realmente a quiser de volta, terá que aceitar o pacote completo, caso contrário, mesmo que doa muito nela, seria melhor continuarem separados.

Alfonso: Ou o bebê, ou eu! Você escolhe... – falou dono de si, tendo a certeza que Anahí escolheria ele.

Ela apenas balançou a cabeça deixando as lagrimas banharem seu rosto. Pegou a bolsa do sofá e saiu batendo a porta. Jamais faria isso, se ele rejeitou um, imagine quando souber que são dois. 

Empezar Desde Cero (Mini)Onde histórias criam vida. Descubra agora