Russell e eu estávamos sentados na, agora, fria ponte de madeira. Depois do beijo, saímos da água sem dizer mais nada.
Sem o calor do corpo dele, o frio voltava e me dava arrepios. Deveria levantar, tomar um banho quente e deitar mas não conseguia. Tantos motivos mas nenhum o suficiente para culpar se eu ficasse doente.
- Eu vou pegar uma toalha - Russell fala levantando e pegando suas coisas. Não disse nada, apenas continuei olhando o nada.
Não queria que o beijo prejudicasse nossa "relação". Isso afetaria a todos. O gostinho do arrependimento queimava minha boca por onde o gosto dele havia ficado.
Depois de um tempo, senti uma aproximação e olhei para atrás, deparando com um Russell sem blusa, e uma toalha cobrindo ele.
- Aqui - fala jogando uma toalha quente comparando com minha pele.
- Obrigada - falo levantando. Tiro o caso e coloco à toalha que confortou como um abraço quente.
- Sabe as casas pequenas que vimos ontem - fala apontando na direção da floresta do lado do lago.
-Sim, o que tem? - pergunto, torcendo meu casaco encharcado.
- Peguei a chave de lá com Mía - fala coçando a nuca - Pensei que talvez você não quisesse voltar hoje - chacoalha as chaves em suas mãos e eu abro um sorriso em agradecimento.
Eu realmente não queria ir para a casa, todos ainda estariam acordados. Russell acenou com a cabeça em direção as trilhas e eu o segui.
- O beijo...- ele fala de repente.
Tomo cuidado para não cair em nada, andando na trilha. Claro que o beijo não foi nada. Foi muito bom mas nada além disso. Óbvio que não.
- Sim - falo pensando no que responderia a mais mas nada vinha em minha cabeça.
- Eu não sou o cara ideal para você - fala baixo e olho em seu rosto. Seu rosto estava concentrado, olhando para frente. O que ele queria dizer aquilo? O beijo não foi bom? Ou...não sei...
Uma ponta da tristeza se aflorou no meu coração sem saber muito a razão.
O resto do caminho foi todo em silêncio e só foi quebrado para dizer adeus. Havia três casas pequenas, semelhantes à chalés.
Entrei e procurei o interruptor. Assim que o chalé foi clareado, reparei que havia mais coisas do que imaginava. Tudo era de madeira, porém, perfeitamente planejado como todas as coisas criadas pelos pais de Mía e Sam.
Fechei a porta e comecei a investiga-lo. Passei pela cozinha/sala e entrei no quarto. Havia uma cama de casal, um armário embutido e uma pequena escrivaninha. Tudo estava vazio e novo. Mesmo ninguém morando, as empregadas continuavam limpando? Me pergunto.
Abro a porta do lado da escrivaninha, entrando no pequeno banheiro. A primeira coisa que reparei foi a banheira de madeira pequena do lado esquerdo. Me olhei no espelho e eu estava mais pálida do que o normal.
Comecei a tirar a roupa, aliviada em não sentir mas o molhado gelado na minha pele. Abri a torneira quente, esperando a água encher a banheira. Peguei minhas roupas e torci o máximo que pude. Deixei-as perto da pia e me preparei para entrar na banheira, fechando a torneira.
A água quente aliviou meus músculos, me fazendo relaxar. Deitei minha cabeça na água e afundei até encostar minha cabeça no chão da banheira.
Não sei quanto tempo fiquei lá, mas meus dedos já estavam enrugados e a água morna. Tirei o ralo da banheira, me enrolado na toalha. Assim que peguei minhas roupas, o som de alguém chamando meu nome me assustou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweater Weather
Roman d'amourEla é como qualquer garota: gosta de se divertir, ter amigos e até mesmo uma queda. Como consequência um coração partido. Ela decide se mudar da cidade dos anjos para um lugar mais frio, pois ela se sentia assim por dentro, cortando qualquer tipo de...