Sky is the Limit (Larry AU)

Moment

Quando eu voltei para casa ontem a tarde depois de passar o resto da manhã inteira gritando e brincando com Harry no riacho, eu não poderia estar mais contente. No entanto, meus pais não compartilhavam da mesma felicidade que eu. Na verdade, eles estavam bem irritados.

Cheguei bem na hora do almoço, quando todos já estavam à mesa e já haviam começado a comer. É rotina sentarmos todos juntos a mesa, meus pais, minhas irmãs e eu, para termos um momento em família enquanto almoçamos. Mas, ontem, eu quebrei essa rotina, e eles não poderiam estar mais furiosos.

O clima estava muito pesado. Entrei na cozinha sorrindo e sai de lá com a cabeça baixa, o olhar entristecido. Nenhuma palavra foi dita enquanto todos comiam, o que causou um silêncio constrangedor e a culpa era minha.

Minhas irmãs foram pedindo licença para meu pai para sairem da mesa conforme terminavam de comer, e ele as garantia automaticamente, somente com o olhar ou com o movimento da mão. Elas olhavam de forma recua para mim, como se sentissem um pouco de pena e apreensão. Meu pai não me dirigia o olhar e mamãe já me repreendia com os olhos.

Todos já haviam deixado a mesa e a sala de jantar, exceto por papai, mamãe e eu. Apressei-me a terminar de comer para sair logo daquele ambiente sufocador, mas fui impedido pelo meu pai, que se conteve ao máximo para não vociferar.

"O que aconteceu hoje, meu filho?" Mamãe começou. "Briga na escola, suspensão, desapareceu por horas, quase não apareceu para o almoço... O que aconteceu, Louis?"

"A briga não foi minha culpa", foi a primeira coisa que disse após ter ficado alguns segundos em silêncio para bolar a mentira que hei de contar. "Hannah pensa que eu armei pra cima dela, mas eu não tive nada a ver com o que aconteceu. Talvez ela só esteja com ciúmes de Eleanor..."

"Você precisa dar um jeito nisso", mamãe disse séria. "Você está no seu último ano escolar, tem boas notas, ótimo índice nos jogos, você acabou de entrar para o top 10!" Ela saudou. "Sabe o que uma suspensão pode fazer com isso?"

"Pode arruinar suas chances!" Papai abriu a boca pela primeira vez. "Você sabe o quanto estamos nos esforçando para isso?"

"Sim. Eu acho que sei melhor do que ninguém, pai", joguei essa com uma fina camada de petulância no tom de voz, o que me trouxe uma sensação, até certo ponto, libertadora. Mas, é claro, meus pais não gostaram muito, não.

"Olha esse teu tom", papai me repreendeu e apontou com indicador, mostrando um olhar irritadiço.

"E o que era tão importante que você tinha que fazer hoje de manhã?" Mamãe quis saber. "Pra onde você foi, com quem você estava?"

Ok, como eu ia explicar essa? Aí eu já não sabia, nem tinha mentira para contar. Trabalho de química, talvez? Pesquisa? Treino? Ah, não sei. Nada pareceu fazer sentido. Sem ter para onde correr, optei por dizer a verdade... com algumas leves alterações.

"Eu fui para o Creek", respondi, "sozinho."

"Mas você disse que..." Mamãe começou e eu a interrompi.

"Eu disse que tinha pego uma carona, eu sei. Só não queria preocupa-los. Eu fui pra lá porque era o único lugar calmo que eu conhecia, e eu queria ficar sozinho um pouco para... espairecer", disse, lembrando-me de Harry. "Eu precisava pensar sobre o que aconteceu. Quando a senhora me ligou, eu acabei tropeçando e caindo no riacho, então tive que esperar minha roupa secar pra poder voltar..."

"E o seu celular?" Papai perguntou.

"Não se preocupe!" Tirei ele do bolso e coloquei sobre a mesa. "Consegui salva-lo... mas fiquei sem serviço."