Leap, pt.I

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Harry não me disse mais nenhuma palavra, nem se quer me dirigiu o olhar. Ele ficou bem esquisito depois de ouvir o que eu tinha para dizer e eu fiquei apreensivo e sem reação. Ele tremia bastante, fechava as mãos com força e batia contra a cabeça. Eu apenas me manifestei para que ele parasse com aquilo, pois estava realmente me assustando.

No caminho até em casa, ele pareceu se tranquilizar. Várias perguntas rondavam minha cabeça. Eu queria saber se fiz alguma coisa errada, se disse algo que ele não gostou, que não deveria... mas não ousava perguntar. Despedi-me dele e não recebi um tchau em troca.

E, desde então, eu nunca mais o vi.

Sério. Eu não consigo parar de pensar em outra coisa. Eu acordo pensando em Harry, durmo pensando nele e sinto algo diferente... sinto... saudades dele. E isso é algo muito novo para mim, muito estranho.

Eu nunca me senti desse jeito em relação a ninguém. Essa vontade ardente de estar perto, de olhar para ele outra vez, ouvir sua voz, sentir seu toque... por que eu me sinto desse jeito? Por que tenho tanta saudade dele?

Cada dia que passa é como uma tortura. Eu espero fielmente que irei encontra-lo pela escola, mas não o vejo nem de relance. Faço os experimentos, agora, mais sozinho do que nunca, pois Harry não está lá para me atrapalhar, nem me mostrar suas covinhas ao sorrir sinicamente... e eu detesto isso.

Detesto sentir saudades dele e não o ter junto a mim.

Eu tenho perdido a cabeça recentemente... e andado no mundo da lua. Estão fazendo graça comigo durante o treino, pois eu não estou prestando atenção direito nos lances e erro todos os dribles. Não tem nada de errado comigo, fisicamente, eu só não consigo parar de pensar.

Pensar em Harry, pensar no que aconteceu. Será que esse sumiço é minha culpa? Eu disse alguma coisa que mexeu muito com ele, isso é certeza, mas... mas, então, o que aconteceu? Por que ele sumiu? Será que ele sofreu algum acidente ao voltar para casa?

Eu não consigo mais jogar direito, então volto para casa no mesmo minuto que me mandam para o banco. Tomo o dobro de água que necessito, meu coração se acelera e meu corpo se esquenta. Suas bochechas inchadas, seus olhos rosados... Lembro-me da última vez que o vi.

Não consigo me concentrar nos estudos. Leio duas linhas do texto e meus pensamentos começam a me render novamente. Eu me lembro dos momentos que passamos juntos, que me faziam ficar irritados, mas agora, me fazem rir. Lembro-me da primeira vez que nos beijamos e eu fiquei estranho... isso é vingança comigo?

Mas eu não desapareci...

Ligar é inútil. Enviar mensagem? Mais ainda. Harry desapareceu completamente da minha vida desde aquele dia. O pior não é nem isso; é não saber o que aconteceu, qual o motivo. Minha única alternativa é ir até a casa dele, mas não tenho coragem de fazer isso. Morro de vergonha...

Bom, talvez tenha outra coisa que eu possa fazer. É um tiro no escuro, mas eu tenho que tentar. Hoje tem aula no laboratório e, para variar, Harry não aparece. Faço o experimento normalmente e, ao final do mesmo, entrego os resultados para o professor e aproveito para lhe perguntar:

"O senhor sabe onde Harry está?"

"Eu ia te perguntar a mesma coisa, Tomlinson."

"Eu já liguei várias vezes pra ele, mas o celular vive desligado... Você acha que aconteceu alguma coisa?"

"Bem... Talvez seja só um resfriado", o professor faz pouco caso enquanto recebe papéis de outros alunos. Espero eles irem embora para continuar.

"É, mas já faz duas semanas que ele não vem pra aula, você não acha estranho?"

"O que você quer dizer, Tomlinson?"

Sky is the Limit (Larry AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora