Perdi a conta de quantas vezes já rolei pela cama, e de quantas vezes já verifiquei a babá eletrônica, nenhum choro, nada, apenas o som da respiração de Estela. Já cansada de finge que estou dormindo, levanto da cama e vou direto pro quarto de Estela. Abro a porta devagar, o abajur em forma de princesa continua ligado, o inalado ainda perto do berço, e a bebê dentro continuar dormido serena, o pipo em sua boca subindo e descendo conforme sua respiração. Me aproximo e testo sua temperatura, continua normal, respiro aliviada pela milésima essa noite e saio do quarto.
Aproveitando a perda de meu sono, vou assiste um filme, mas antes, vou preparar algo para comer. Espero que ainda tenha cereal. Quando ligo a luz da cozinha, dou um grito, depois tampo minha boca com minhas próprias mãos. Ben esta, ou melhor, estava sentado no escuro, as duas mãos cobrindo o seu rosto, que devido minha entrada nada silenciosa, foi retiradas. Espero não ter acordado Estela.
— O que faz escondido aqui? — pergunto.
— Não estou escondido, apenas com as luzes desligadas.
— Eu poderia confundir você com um ladrão.
— A claro, um ladrão que espera as pessoas da casa acorda para assalta. — encosta as costas na cadeira. — O que faz acordada as ... — ele ver as horas no relógio em seu braço — 03:06 da manhã?
— O mesmo pra você. — vou em direção ao armário, pego o cereal e coloco em cima do balcão.
— Não consigo dormir.
— Estou preocupada com Estela. — despejo o leite na pequena vasilha, coloco cereal, mistura com a colher e levo a primeira colherada a boca.
— Da febre voltar? — pergunta.
— Uhum.
— O remédio é bom, ela tomou a primeira dose a duas horas no hospital e a febre dela já baixou.
— Isso não me deixar aliviada. — sento de frente para ele na mesa. — Quê? — ofereço. Ben senta direito na cadeia e se inclina pra frente pegando minha colher e minha vasilha com cereal. Olho estupefata pra ele. Ok, eu oferece por educação, não esperava que ele fosse aceitar.
— O que foi? — pergunta depois de mastigar o cerebral e devolver a vasilha.
— Nada. — pego minha colher e volto a comer.
— Ainda tem cereal?
— Segundo armário, terceira porta de cima. — respondo. A cadeira vai para trás e ele levanta. Ele realmente vai fazer cereal.
De canto de olho, presto atenção em seus movimentos, quando ele terminar de prepara seu cereal, voltar a senta em minha frente, coloco a primeira colherada na boca, e faz uma careta.
— O que foi? — pergunto.
— Não está do mesmo jeito. — aponta do seu cereal para o meu.
— Colocou leite? — faz que sim com a cabeça — Acuçar? — concorda de novo — O cereal é o mesmo, então não sei o que não deu certo.
— Quê trocar?
— O quê?
— O cereal.
— O meu já tá acabando.
— Sem problemas.
Olho pra minha vasilha quase vazia e para a de Ben cheia, ok, eu seria uma tola de recusar comida. Empurro minha vasilha em sua direção e ele a dele na minha, e fizemos a troca. Experimento e não vejo diferença, bem, quase. A diferença do meu pro dele é que sempre coloco pouco leite e muito cereal, e no de Ben, ele colocou muito leite e pouco cereal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lola
RomanceAos dezoito anos você pode esperar e desejar muitas coisas. Como uma bolsa na faculdade, finalmente encontrar o amor da sua vida, ter seu coração partido pelo mesmo. Até mesmo ganhar na loteria! Haviam mil e uma possibilidades para o futuro de Lola...