Capítulo 13

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Virou rotina ir passeia com Estela e Ben esta presente. Diferente da primeira vez — em que ficamos em silêncio o tempo inteiro — as vezes que se seguiram, conversávamos bastante. Ben trazia sua câmera, não apenas para fotográfava Estela, mas também outras coisas. Certa vez pedi para ver algumas de suas fotos, e enquanto ele me mostrava, a palavra magnífico não parava de ecoa em minha cabeça enquanto as olhava. Mas é claro que eu não o bajulei, apenas disse que as fotos estavam bonitas e não magníficas.

Quando demos uma parada na sorveteira, meu celular começou a tocar. Era Diana.

— Oi — atendo animada. Depois que o filho e a nora se foram, era raro ver Diana, pra falar a verdade, a última vez que eu a vi, foi um dia depois do velório de Paul e Cami. Ela ligava para saber como Estela e eu estávamos indo, mas nunca dizia que ia nos visitar.

— Feliz aniversário! — é o que diz, e isso me faz rir.

— Você lembrou. — me sinto feliz. Diferente de muitas pessoas por ai, eu adoro a data de meu aniversário, mesmo que poucas pessoas lembrem.

Quando marco meia noite, Fred foi o primeiro a me dá parabéns, falou coisas lindas pelo telefone que me fez chorar. Pela manhã, Alice me mandou um textão, que quando chegou na terceira linha eu já estava chorando. Célia e Silvio não ficaram para trás, os dois haviam se juntado e juntos compraram um colar lindo para mim, e pra variar, comecei chorar quando descobri que o colar abria e que dentro havia uma foto minha, de Estela, Cami e Paul. Lembrava perfeitamente do dia que essa foto foi tirada. Estela havia completado três meses, e para comemorar, Paul teve a idéia de irmos para a pizzaria.

— Como se eu fosse esquecer, já faz três anos que comemoramos seu aniversário, Lola. — percebo a tristeza em sua voz  — Gostaria de pedir desculpas por deixar você sozinha nessa situação, eu sei que é muita responsabilidade cuidar de uma criança, e espero que você me entenda, mas não posso ir ai, onde posso ver tantos sinais de meu filho. Mas quero que saiba, caso aconteça algo, saiba que estou aqui para ajudar.

— Eu sei — sussurro. Ficamos em silêncio alguns segundos até Diana falar novamente:

— Vocês estão bem?

— Na medida do possível, sim.

— Certeza?

— Certeza.

— Isso me deixar aliviada.

— Não precisa se preocupar, estamos bem.

— E como Ben tem se saído? — fico surpresa com essa pergunta, até onde eu sabia, Diana não sabia que Ben estava morando com a gente.

— Como a senhora sabe?

— Tenho olhos e ouvidos em todos os lugares. — e rir, acabo rindo junto. Seus olhos e ouvidos tinha nome e eu a conhecia muito bem, Célia. — Então?

— Tem se comportado. — dou uma rápida olhada em Ben, ele está ocupado tirando algumas fotos de Estela dentro do carrinho.

— Ben é um rapaz de coração bom, mesmo não sendo meu filho, eu o considero como um. — concordo com a cabeça mesmo sabendo que Diana não podia me ver. A história do pai de Ben e  Paul era digno de novela mexicana. Julian era casado com Diana a doze anos, mas separam quando Diana descobriu que ele a traia com a secretaria, Paul tinha 10 anos quando eles se separam. Eu sempre ria quando Paul contava sua reação quando descobriu que a outra mulher de seu pai — Mabel, mãe de Ben — estava esperando seu irmão. Paul contava que planejou botar a criança dentro de uma caixa e deporta para Madagascar. Mas tudo mudou quando seu pai levou Paul para conhecer seu irmão caçula. Ele disse que não soube explicar o que sentiu quando olhou para o bebê, primeiro, disse que achou estranho um bebê menino ter cabelos ruivos. Mas que de uma coisa tinha certeza, iria jogar a caixa pronta pra deporta Ben para Madagascar, fora.

LolaOnde histórias criam vida. Descubra agora