BEN
Há exatamente três anos atrás, eu me apaixonei, e isso foi um erro, pois a mulher que eu desejava nunca poderia ser minha.
Tudo começou em uma manhã de segunda-feira. Eu estava de ressaca e meu irmão me obrigou a acordar cedo. Eu teria reclamado se fosse qualquer outra pessoa me pedindo isso — minha mãe por exemplo — mas era Paul, e o que ele pedia, eu obedecia. Cheguei em sua casa faltando dez minutos para as nove, quando passei pelo portão e me direcionei até a casa, já estava me preparando para escutar um belo sermão. De como sou irresponsável, que eu deveria ter mais responsabilidade, que se eu quisesse mesmo entrar nesse mundo da fotografia, eu tinha que levar as coisas a sério. É claro que eu sabia ser responsável, mas por favor, eu só 20 anos, ninguém poderia me julgar pelas minhas irresponsabilidades.
No entanto quando entro na casa, encontro tudo silencioso.
— Paul? — chamo. Espero um pouco e não obtenho resposta, então continuo minha caminhada pela casa, quando chego na cozinha, deixo minha câmera em cima da mesa e vou fuça a geladeira. Pego um pedaço de queijo e presunto, junto os dois fazendo o rolinho. Quando fecho a geladeira com um baque, um grito feminino preenche meus ouvidos.
— Oh. Meu. Deus! Você me assustou! — ela colocar a mão sobre o coração e respirar fundo.
Eu não falo nada, pois estou ocupado demais encarando a garota. E puta que pariu, que garota! Era ela linda, seus cabelos eram enormes e estavam uma bagunça, que em minha humilde opinião, a deixava ainda mais linda. Sua pele morena parecia um bronzeado, como se ela tivesse pegado sol na praia e o efeito ainda não tivesse passado. Os traços de seu rosto eram delicados, seus lábios eram fartos, até pareciam que foram feitos para mim me beijar. E seus seios, por Deus! Já não bastava ter o rosto perfeito, tinha que ter o corpo também. Estava tão distraído, que mal percebi que ela falava comigo.
— Quem é você? — E essa voz! Imagine o som de sua risada. Espera, que merda foi essa?
— Sou irmão de Paul. — respondo. Espero que ela não tenha percebido o quanto ela havia me afetado.
— Ah! O irmão de Paul, ele falou que você viria hoje. — ela estava segurando uma tesoura de jardim em suas mãos.
— Ele está em casa? — por favor, que não esteja, pois assim eu teria mais tempo com a garota.
— Ele e Cami estão ocupados no momento. — e pelo modo como seu rosto ficou vermelho, eu podia imaginar muito bem o que meu irmão e sua mulher estavam fazendo. — Mas sintam-se em casa.
— Obrigada. — ela sorrir e virar para ir em direção a porta da cozinha, no desespero, acabo dizendo a primeira coisa que me vem a cabeça: — Espera!
Ela volta quase no mesmo instante. Droga, o que eu digo?
— Como é seu nome? — improviso.
— Nossa, como fui mal educada. — ela vem até mim e me estende a mão, prendo a respiração. Quando foi que eu virei tão frouxo ao ponto de prender a respiração na presença de uma garota? — Lorena, mas pode chamar de Lola.
Lola. O apelido combinava com ela.
— Ben. — aperto sua mão.
Quando soltamos nossas mãos, posso perceber ela me avaliando. Espero que ela goste do que ver, pois eu estava gostando bastante do que estava vendo.
— Foi um prazer em te conhecer. — ela sorrir e em seguida sai pela porta dos fundos.
— O prazer foi todo meu. — sussurro ainda olhando para onde ela acabou de sair.

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Lola
RomanceAos dezoito anos você pode esperar e desejar muitas coisas. Como uma bolsa na faculdade, finalmente encontrar o amor da sua vida, ter seu coração partido pelo mesmo. Até mesmo ganhar na loteria! Haviam mil e uma possibilidades para o futuro de Lola...