Sabe quando você está brigada com sua amiga e chegar aquele momento que você se pergunta o por que de estarem brigadas? Já fazia algumas semanas que Alice e eu estavamos sem nos falar, e depois de vê-la sentada do outro lado da sala sozinha, percebo que foi infantil de minha parte ter parado de falar com ela.
— Uma de vocês duas tem que levantar a bandeira branca. — Fred diz ao meu lado, como sempre, percebendo o rumor de meus pensamentos.
— Acho que terei que ser eu, afinal, eu que comecei com isso. — paro de olhar para Alice e sento direito em minha cadeira.
— Graças a Deus! Odeio ter que ficar divido entre vocês duas.
— Mas eu não pedi para você ficar do meu lado, você é amigo dela tanto quanto meu.
— Você sabe que eu sempre vou escolher você. — Fred volta para o seu lugar quando a professora entrar na sala, e mesmo da outra fileira, ele sussurra: — Sempre.
Reviro os olhos e rio ao mesmo tempo. Quando Jaqueline, professora de recursos humanos, começa da sua aula, tento ao máximo presta atenção, mas por mais que eu tentasse, não conseguia, não até conversar com Alice.
✖ ✖ ✖
— Desculpa. — é a primeira coisa que digo quando sento ao lado de Alice no ônibus. Em dias normais, nós duas esperariamos o ônibus juntas. — Por ter sido tão infantil, por ter lhe expulsado daquela maneira lá de casa.
— Lola …
— Deixar eu terminar — a interrompo — Desculpa por ter parado de falar com você, desculpa por Fred ter escolhido o meu lado. — tento fazer graça, e da certo, Alice rir.
— Eu que peço desculpas, eu não deveria ter dito aquilo, principalmente eu, que sei tudo que os pais de Estela já fizeram por você.
— Estamos bem? — pergunto já abraçando minha amiga.
— Estamos. — ela responde rindo. Quando nos afastamos, pergunta: — E como anda as coisas em casa? Tem algum corpo esquartejado no porão?
— Não, as coisas até que vão bem.
— Sério? Qual foi o milagre?
E conto tudo a Alice, tudo.
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Quando chego em casa ainda estou sorrindo por ter feito as pazes com Alice, e o sorriso só aumenta quando presencio a seguinte cena: Ben deitado no sofá com Estela em cima dele, o homem estava brincando com a criança, colocava a mão no rosto e quando descobria, fazia um " Bu ", fazendo a bebê rir ainda mais, ele faz isso diversas vezes.
Estava com intenção de passar pela sala sem ser percebida, mas Estela me denuncio. Assim que ela me viu fez uma cara de manhosa e esticou os braços em minha direção.
— Lola? — fui descoberta. Ben senta direito no sofá. Vou até ele e pego Estela, a bebê me abraçar como todas as noites e ficar assim, com o rostinho em meu pescoço quieta. — Não ouvir você chegando.
— Não queria atrapalhar vocês. — passo a mão nas costas de Estela. Ben parece ficar sem graça pois olhar pro outro lado. Homens …
— Ah.
— Obrigada por cuidar de Estela.
— Porque diz isso?
— O que?
— Agradece por eu cuidar de Estela, isso me faz sentir como uma babá. — rio.
— Me desculpe babá. — Ben faz uma careta.
— Isso não tem graça.
— Tem sim.
— Você não deveria está botando Estela pra dorme agora.
— Deveria.
— Então vá colocar Lorena.
— Opa, agora estamos sendo profissionais aqui? Muito bem. — ajeito a mochila em minhas costas. — Obrigada por cuidar de Estela enquanto eu estava fora, senhor Benjamin.
— De nada, senhora Lorena.
— Eu tenho 18 anos, não colar comigo.
— Quem disse?
— Eu.
— Vá dorme.
— Eu vou, mas não é por que você está mandando, é por que eu quero.
— Hm.
— Eu sou bem grandinha pra sua informação.
— Eu sei. — e sussurra algo que não consigo escutar.
— O que disse?
— Boa noite.
— Você não disse isso. — insisto.
— Boa noite. — repete se divertindo com a situação, bufo Irritada.
— Boa. — lhe dou as costas. E mesmo estando um pouco distante, escuto Ben dizer novamente.
— Boa noite, Lola.

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Lola
RomantikAos dezoito anos você pode esperar e desejar muitas coisas. Como uma bolsa na faculdade, finalmente encontrar o amor da sua vida, ter seu coração partido pelo mesmo. Até mesmo ganhar na loteria! Haviam mil e uma possibilidades para o futuro de Lola...