Há dias em que a saudade aperta, sufoca, faz o coração ficar pequenininho, comprime tanto que chega a faltar ar; o mundo se torna pequeno pra tanta dor que lhe cerca. Eu sei, grito pra todo o mundo ouvir que meu coração não é mais seu e que tudo não passou apenas de um caso rápido de amor. Mas a verdade é que eu menti, todas vezes. E ainda minto, todos os dias, principalmente quando digo isso olhando no espelho, tentando me convencer de que não sinto a sua falta, por mais que um pedaço de mim, todo quebrado e corroído, tente me lembrar que sim, eu sinto sua falta; por me lembrar que poderia ser eu sentada no teu colo, às 03h45 de uma madrugada gelada qualquer, enquanto você me esquenta com teus braços me enlaçando pela cintura e me enchendo de beijos e muito carinho; por me lembrar do teu sorriso, do teu cheiro gostoso de lar, da sensação de paz que você me traz. Porque sim, amor, você é a luz que me traz paz, independente do quão clichê isso soe.
Mas, meu bem, você sabe que eu sinto muito por todos os obstáculos que impediram o nosso amor de continuar crescendo, sabe que meu peito dói todos os dias de saudade e se eu pudesse, droga, se eu realmente pudesse, estaria sentada no teu colo, às 03h45 de uma madrugada gelada qualquer. Mas não posso. Droga. Eu não posso. Anseio um dia tomar minhas próprias decisões, que por mais demoradas que sejam, são tomadas.
O que me resta é ficar te observando daqui, de longe, enquanto você abraça outra pessoa pela cintura e a rodopia no ar. Amar é querer ver o outro feliz. E eu espero que você seja, não com uma pessoa que não sabe nem escolher o sabor do sorvete, mas sim com alguém que saiba o que quer, e queira você, mais do que eu te quero.Por Ana Otrente.
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Carta Aberta Ao Meu (Quase) Amor
PoesiaAmores não correspondidos ou apenas poemas aleatórios que transbordam em seu coração.