Carta n° 5
Aconteceram inúmeras coisas em tão pouco tempo neste ano, que mal tinha em mente de que este coração corroído poderia sentir novamente. Os dias se passavam e cada vez que você aparecia naquela sala de aula eram múltiplos tiros de doze no meu peito. Cada vez.
A primeira vista que meus olhos focaram-se em você foi o pior, pois a sensação de que não teria volta estava a tona, já havia acontecido. E era tão familiar, o doce som da sua voz, parecia que já te conhecia a tempos - ou de outras encarnações. Foi aí que tudo começou, meu primeiro suspiro havia dado o aviso de que minh'alma esvaiu-se para transcender acima de sua personificação.
Eu sei que você não percebe. Nunca teria a possibilidade. Queria tanto lhe conhecer, ouvir tuas histórias, do que passou, dos seus planos para o futuro ainda incerto... E eu sei. Você nunca notaria.
Está fora de cogitação alguém tão singelo como eu, apenas uma simples estrela, brilhar o suficiente para chamar sua atenção, uma galáxia distante. És tão grande e admirável, que poderia passar a tarde toda sentada abaixo de uma árvore florífera enquanto tomamos um café com o pôr-do-sol de fundo, apenas para te escutar.
Te acho tão parecida com a atriz da Capitã Marvel, que isso chega a ser idiotice. É ridículo as ideias de que tenho de ti, uma super heroína, mas ainda considero que seus traços tão íntimos e pequenos muito mais bonitos. Deve ser por causa da nova substância que corre em minhas veias, deixando-me atordoado demais para pensar, mas do que tenho visão agora é o mar de rosas que sempre quis vivenciar. Estive em seu meio por inúmeras vezes, mas as rosas nunca ficaram tão belas e cintilantes perto do brilho de tuas íris. Seus olhos fechadinhos é o que me leva ao declínio, me sinto em queda livre quando este olhar decai sob mim, e o coração para por milissegundos, como se parecesse que ele também suspira diante de sua presença.
Não me julgue mal, se meu coração tem vida própria e estou fora de cogitação de controlá-lo, é que já me segurei demais em tantas vezes. Deixei passar inúmeros cometas por minha órbita e eu mal percebia as aparições. Mas hoje em dia eu realmente quero tentar, senão sufocarei nas profundezas de meus próprios sentimentos. Agora, deixo minhas boas emoções aflorar serenamente, se quiseres, aceite-os. Estou de peito aberto, justa e franca.
Eu sei, talvez não precisava disso tudo, mas é que o interior técnico de minha mente insiste em não deixar este pensamento de lado. Talvez o coração tenha raqueado o sistema. Talvez.
Mas eu precisava tentar, senão estas sensações de estar invisível em outros sentidos iria atormentar-me onde é que eu esteja. Então desde já peço perdão, se ultrapassei a linha permitida. Só precisava de um sinal, de uma resposta, ou de um simples "Oi".
Mas seu visualizado já me deu a resposta que precisava. Valeu a tentativa.

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Carta Aberta Ao Meu (Quase) Amor
PuisiAmores não correspondidos ou apenas poemas aleatórios que transbordam em seu coração.