Carta Aberta Ao Meu (Quase) Amor

Não te reconheço

Me lembro com clareza, os teus olhos murchando ao dizer que era a hora, que não dava mais. Segui com o pretexto de uma interrupção necessária (mas não irrecuperável); a luz que sobrou, desvairava-se a cada desgaste. E como uma fórmula incompleta, o resultado foi um fracasso. Voz aos pequenos problemas que mais tarde nos ensurdeceriam, e a gente sabia – deixamos. Hoje me pergunto por que, e já encontrei tanto, mas tenho tão pouco de ti. Foi pelos dois, acabar antes que nos acabasse, agora a memória que não leva rancores, grita o contrário, e eu não consigo achar aqueles problemas não consigo lembrar do que me fez seguir sozinho e quando lembro já nem parecem significantes não quero mais pensar mal sei cuidar de mim imagina de você minha vontade de começar outra vez não combina com a de ninguém depois que você foi não paro pra respirar. Que me valha a vida, pesada e insegura sem os teus braços, o que me resta são as partes boas, embrulhadas no orgulho, e não te reconheço, nem sei mais quem sou.

– Perina.