27: Para sempre

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       Quando tio Joseph chegou nós o estávamos esperando no escritório e da janela podíamos ver o helicóptero descendo do céu nublado e pousando no heliporto, um tempo depois ele entrou calmamente no escritório de paletó de terno azul e sapatos de couro marrom... ele não parecia estar surpreso conosco ali... Carlisle, eu e Ben em meu colo que dormia tranquilamente... certamente Louise o informou... ele olhou para Ben depois para Carlisle.
-Quem é o garoto?. Perguntou tio Joseph em um tom neutro.
-É o meu filho Joseph. Disse Carlisle levantando-se da poltrona cinza em que estava para cumprimentar meu tio com um aperto de mãos.
-E onde está a mãe dele?. Perguntou tio Joseph sentando-se em outra poltrona da mesma cor atrás de sua mesa, sua expressão era suave e curiosa.
-Eu sou a mãe dele. Disse sem rodeios... ele me encarou por um longo momento sem entender absolutamente nada.
-Como?. Perguntou ele olhando para Carlisle franzindo a testa.
-Sim é verdade... mas a história é um pouco mais complicada e por isso lhe peço que me escute antes de tirar qualquer conclusão equivocada. Disse Carlisle em um tom diplomático, meu tio parecia zangado agora e direcionou o olhar para mim.
-Espero que tenha mesmo uma ótima explicação para o que acabei de ouvir de Helena.
-Não pretendo estender essa conversa mais que o necessário então tentarei ser o mais breve o possível... eu já conheci Helena antes foi a muito tempo... em outra época... e nos casamos e tivéssemos Benjamin, nosso filho. Contou Carlisle, meu tio ficou confuso.
-Não teria como... Helena só tem dezessete anos, o que está me dizendo é um absurdo.
-Não senhor... então como poderia me explicar a existência de Annabelly nesta casa?. Perguntou Carlisle, tio Joseph pareceu refletir por um instante... abriu a boca para dizer alguma coisa mas a fechou, sem palavras.
-O pai dela se chamava Víctor Lindenberg.
-Está sendo incoerente senhor Gladstone... o pai de Helena... MEU irmão se chamava August Lindenberg e eu mesmo fui a Los Angeles para sepulta-lo. Disse tio Joseph perdendo a calma, eu me encolhi junto a Ben, por sorte meu menino dormia como um anjo como se não houvesse uma perturbação no mundo.
-Estou me referindo a outra época... a uns duzentos anos atrás. Disse Carlisle, tio Joseph se levantou da cadeira ele parecia estar bem incomodado com a aquela conversa e começou a andar de um lado a outro.
-Eu não estou vendo um pingo de sensatez em suas palavras senhor Gladstone... e eu entendo que o fato de a senhorita Annabelly estar aqui não tem justificativa, o que eu não entendo é o que está tentando me explicar.
-Eu sou um vampiro Joseph, isso você já sabia. Disse Carlisle, tio Joseph parou de andar abruptamente e olhou para Carlisle.
-Isso explica o fato de eu ter conhecido a filha de Víctor Lindenberg, o homem que construiu está casa e que deu início a sua família, e que é avô de Benjamin e também é um vampiro... Helena era o nome da filha de Víctor e ela está bem aqui nesta sala e é sua sobrinha. Continuou Carlisle o olhando seriamente, tio Joseph ficou sem reação... ele olhou para mim procurando uma confirmação.
-É a verdade tio Joseph. Disse e me levantei com Ben em meu colo, coloquei a pintura a frente dele que estava enrolada.
-O que é isto?. Indagou, eu sorri para ele.
-Abra e veja com seus próprios olhos. Sugeri, ele desenrolou a pintura e arfou pasmo e lentamente olhando para Carlisle e para mim se sentou em sua poltrona segurando a pintura.
-Ontem descobrimos que o noivo de Giovanna, Laerte... coincidentemente era o noivo de Annabelly, ele assassinou Helena e agora que descobrimos isso... temo que ele tente novamente.
-Espere por favor Carlisle... e se não for uma coincidência... e se ele estivesse usando Giovanna para se aproximar de mim?. Perguntei começando a encaixar as peças do quebra cabeça... Carlisle ficou sem reação, assim como eu que começava a entender o porque.
-Do que os dois estão falando?. Peguntou tio Joseph, ergui a mão para meu tio pedindo que ele espera-se... e olhei para Carlisle.
-O que você acha?. Perguntou Carlisle mas eu olhei para Ben em meu colo... tentando raciocinar, as peças se encaixavam e faziam sentido agora, eu já havia chegado a uma conclusão antes mas ainda assim recomecei do começo... mas porque? Porque Laerte se aproximaria de Giovanna? De repente... me lembrei de um pequeno trecho significativo da última vez em que vi Laerte.
     Faz tanto tempo desde a primeira vez em que a conheci foi amor a primeira vista mas... você nunca me amou não é mesmo? Só tinha olhos para o "amor da sua vida"... Ah como eu me cansei disso... até que... uma certa noite eu não suportei mais e acabei tirando sua vida mas isso não adiantou nada... por que eu continuei a amando ainda mais até que um belo dia es que a encontro por aqui em Los Angeles... foi tão fácil ficar perto de você...
-"foi tão fácil ficar perto de você"... "foi amor a primeira vista"... "Você nunca me amou não é mesmo? ". Sussurei, Carlisle estava a minha frente quando voltei a realidade.
-Helena o que foi... no que esta pensando? O que você quer dizer com isso?.
-Foi o que ele me disse da última vez em que nos vimos, me lembro de não ter entendido nada... sobre o que ele queria me dizer com isso... me lembro dele dizer que sempre me amou, acho que o perigo é ainda maior do que imaginávamos... desde o começo quando ele começou uma relação com Giovanna percebia que ele me tratava de uma maneira diferente da que deveria, ele parecia um namorado ciumento e possessivo quando saíamos juntos, não deixava que ninguém se aproximasse de mim... ele sempre insistia para que Giovanna me levasse com eles, eu não queria ir mas não podia dizer não a minha irmã. Disse a Carlisle entendendo tudo... quase tudo... haviam coisas que eram impossíveis de entender, como o porque ele as matou... sabia que era para se alimentar delas mas porque com tal brutalidade? Isso era difícil de entender... ou talvez não, ele era sádico e estava obcecado por mim.
-Espere um momento Laerte também é um vampiro?. Perguntou tio Joseph... eu assenti e ele colocou as duas mãos na frente do rosto e as deslizou para cima enterrando os dedos no cabelo, também aflito.
-Isso está ficando cada vez pior. Sussurrou Carlisle  furioso, fiquei enjoada.
-Sim... tem um vampiro sádico e obcecado no meu pé que maravilha.
-Ele não vai tocar em você dessa vez, eu vou protege-la. Jurou Carlisle ao me abraçar.
-Helena o que você acha disso?. Perguntou tio Joseph mais pálido ainda.
-Bom se eu fosse uma vampira... eu ficaria com pena dele mas isso não é uma opção para mim... pelo menos por enquanto. Disse, Carlisle riu embora fosse um tom amargo, meu tio estava lívido.
-Helena...
-Esse seria o único jeito tio Joseph mas eu não posso agora por causa do bebê. Revelei, meu tio ficou estático por um longo minuto.
-Você está grávida. Disse ele e não era uma pergunta, ele juntou as mãos e olhou o teto como se pedisse forças.
-Como seu tio e tutor eu devo protegê-la minha filha e sinceramente estou chateado.
-Eu não posso dizer que eu sinto muito tio porque eu já amo essa criança que carrego em meu ventre.
-Gostaria que tivesse se casado primeiro... o que acha que seus pais fariam comigo se soubessem que não estou cuidando de você? Que fui negligente?. Perguntou ele que parecia culpado.
-Eu duvido que eles fariam alguma coisa tio mas minha mãe certamente me mataria, não ao senhor. Disse, meu tio riu a contragosto.
-Muito bem, pelo que vejo eu não tenho poder nenhum de decisão aqui e já demonstrei que sou incapaz de cuidar de você... por isso Deus não permitiu que eu tivesse filhos... o que vocês dois pretendem fazer agora?. Perguntou tio Joseph, me virei para Carlisle em expectativa.
-Casar?
-Casar então. Concordou ele acariciando meu rosto, eu sorri para ele e beijei sua mão.
-Não a nada que eu diga que farão vocês mudarem de idéia não é?. Perguntou tio Joseph nós assentimos mas não o olhamos.
-E então para quando vai ser... o casamento? Afinal preciso comprar um terno. Disse tio, eu sorri para ele agradecida por sua aceitação... Carlisle segurou minha mão.
-Quando?. Perguntou ele seriamente.
-O mais rápido o possível. Sussurrei, ele beijou minha mão.
-Tem certeza absoluta de que quer isso mesmo?. Perguntou ele novamente... eu revirei os olhos.
-Considerando que eu morri casada em minha outra vida para mim de qualquer forma isto é uma mera formalidade. Sussurrei afastando uma mecha de cabelo que caiu em seu olho... ele reprimiu um sorriso e nos beijamos... e aquele beijo me disse tudo o que eu queria sentir naquele curto minuto... eu o amava, ele me amava, nós nos amávamos... e nada e nem ninguém poderia mudar isso e assim estaríamos juntos para sempre, por toda uma eternidade... daqui alguns meses, seria mais do que apenas palavras, como em um uma fábula só que seria real o meu... felizes para sempre.

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