26: Minha pequena cantora

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O dia já estava amanhecendo quando acordei e apenas um lençol fino me cobria... olhei para o lado e uma bandeja de prata com meu café-da-manhã estava lá em cima da cama... me sentei na cama, eu estava com tanta fome... e para minha felicidade completa bem lá no meio da bandeja em um pratinho de porcelana um delicioso pedaço de torta de maçã me convidava a devora-lo... enquanto eu o comia Carlisle saia do banheiro todo molhado com a toalha enrolada na cintura... eu sorri mas continuei comendo... ele olhou para mim com um sorriso encantador enquanto o devorava com os olhos.
-Bom dia rouxinol... se quiser tomar um banho tem algumas roupas pra você ali. Disse Carlisle apontando para uma porta perto da janela enquanto secava o cabelo com um toalha menor.
-Você comeu tudo que eu trouxe, boa menina. Disse ele olhando a bandeja... eu não tinha me dado conta de que havia terminado de comer tudo... dei de ombros enrolando o lençol no corpo e saindo da cama, fui até a porta que ele tinha me indicado passando por ele que me lançava um olhar malicioso mas eu o ignorei abrindo a porta dando de cara com o maior closet que eu já tinha visto na minha vida... parecia mais uma loja, cheio de araras... um sofá vermelho sangue, um tapete macio cor de areia... uma estante lotada que ocupava uma parede inteira de sapatos de todos tipos e cores, tudo muito bem organizado... eu não sabia nem por onde começar... ele passou por mim impecavelmente vestido de terno preto e com o cabelo molhado penteado para trás ele foi até uma outra porta de correr no fim daquela sala/closet e a abriu revelando uma infinidade de vestidos longos, médios, curtos e ele escolheu um azul escuro com bolinhas brancas pequeninas e mangas curtas.
-De quem é isso tudo?. Perguntei dando mais uma olhada naquele míni-shopping center.
-De quem mais poderia ser eu não tenho outra esposa? Pedi a Elizabeth que comprasse alguns coisas para você, ela foi muito gentil e fez mais do que eu lhe pedi. Disse ele me entregando o vestido... eu olhei para ele pasma.
-Vou deixá-la se arrumar agora. Disse ele tocando meu rosto e saindo logo em seguida, eu escolhi um salto alto preto... o primeiro que vi pela frente e me dirigi ao banheiro, havia uma banheira tamanho família me esperava com a agua morna, espuma e pétalas de rosa... ele estava me mimando de mais.
Carlisle foi me buscar no quarto e rapidamente estávamos na entrada, a Ferrari nos esperava... e Benjamin que brincava no jardim veio até mim com seus lindos olhos azuis violeta alegres quando me viram... e em um flash ele estava nos meus braços.
-Bom dia amor da minha da vida. Disse apertando-o em meus braços e o enchendo de beijinhos enquanto ele ria.
-Eu também quero. Disse Carlisle se inclinando para meus lábios mas Benjamin se ergueu em meu colo propositalmente e beijamos suas bochechas.
-Ela também é minha Ben. Disse Carlisle... e Ben mostrou a língua a para ele, Carlisle o pegou no colo e fez cócegas em Ben que riu sem parar até ele escapar de seu colo e sair correndo pelo jardim um atrás do outro tão rápido que pareciam vultos... eu ri enquanto eles brincavam.
-Parece que eles estão disputando você querida. Disse Víctor atrás de mim... eu me sobressaltei com sua aproximação inesperada.
-Perdoe me se a assustei. Disse ele se colocando ao meu lado... eu sorri para ele depois que me recuperei do susto.
-Tudo bem.
-Não sabe o quanto fico imensamente feliz em vê-lo... o senhor é... exatamente igual ao meu pai mesmo que o senhor não seja ele... mas também é meu pai... isso me deixa um tanto desorientada e confusa, não sei o que pensar. Disse a Víctor, Ben e Carlisle tinham sumido no jardim.
-Eu também fico muito feliz Helena e de qualquer forma você é a minha filha... a minha pequena cantora para sempre... e isso nunca vai mudar. Disse ele eu o olhei comovida... meu pai também me chamava de minha pequena cantora.
Era tão assustadora a sensação paterna que sua presença exercia em mim, me tranquilizava da mesma forma como eu me sentia quando meu pai estava ao meu lado... eu me sentia realmente desorientada pois eu não sabia se deveria ficar triste ou feliz... por achar ser intimamente traição me sentir como me sentia perto dele.
-Eu jamais poderia tomar o lugar do seu pai mas quero que saiba que estou aqui para você querida. Disse Víctor olhando em meus olhos com a mesma expressão compreensiva que meu pai me olhava.
-Não entendo por que vocês são tão parecidos. Disse franzindo a testa, ele sorriu.
-Nem tudo tem uma explicação. Disse ele, eu assenti.
-Annabelly também me disse a mesma coisa... Carlisle lhe contou que ela...
-Sim ele me contou... e Annabelly também tem razão minha filha... nem tudo tem uma explicação, assim como não conseguimos explicar como ela ainda pode estar aqui ou mesmo você... eu queria muito tê-la descoberto a mais tempo... aliás a vocês duas, isso me resignaria, me traria paz saber que estavam tão perto. Disse ele olhando o jardim eu segui seu olhar... Carlisle estava deitado na grama com Ben aninhado em seu peito como um bebê... eles riam para mim, eu suspirei feliz por vê-los tão unidos.
-Talvez... o fato de eu ser tão parecido com seu pai seja porque você precisa de mim dessa forma como um pai... e da mesma forma é com Annabelly, ela ainda está aqui porque você também precisa dela... não sabemos realmente o que a vida nos reserva... só sabemos o básico, é preciso viver o hoje, o aqui, e o agora e agora você precisa de nós, você precisa de uma família... a vida lhe tirou a sua da pior forma possível e agora ela está lhe dando uma... e nós estaremos aqui com você e para você como uma família. Disse Víctor deixando seus pensamentos fluirem ao meu lado para que eu enxergasse a verdade... eu tinha uma família... uma nova família... aqueles a quem eu amava estavam a minha volta o tempo todo e eu não estava mais sozinha... na verdade nunca estive realmente sozinha por que eles estavam comigo o tempo todo e eu estava perdendo o meu tempo me fechando dentro de mim mesma... assim como meu pai fez...
-Posso pedir um abraço?. Perguntei ele se virou para mim erguendo os braços e eu fui até ele.
-Obrigada por fazer com que eu me sinta melhor... obrigada por me ajudar a entender as coisas de outra forma e obrigada por estar ao meu lado papai. Disse a ele enquanto nos abraçavamos... e pela primeira vez depois de tanto sofrimento eu podia encontrar algum conforto dentro de mim e... chorar... não de tristeza mas sim de alegria, ele se afastou de mim e colocou as mãos em meus ombros.
-Obrigado por permitir que entremos em sua vida... e por me chamar de papai... faz dois séculos que não ouço está palavra. Disse ele sorrindo para mim... senti alguns puxões leves na saía de meu vestido era Benjamin.
-Mamãe porque está chorando?. Perguntou ele eu me abaixei para olhar aquele rostinho lindo... angustiado por me ver chorar.
-É de felicidade meu amor. Disse a ele o puxando para meus braços.
-E eu também não ganho um abraço?. Perguntou Carlisle, eu me ergui do chão com Ben no colo e ele nos abraçou.
-Agora temos que ir... infelizmente. Disse e ele me pegou no colo junto com Ben e nos levou em um pulo suave até a porta do carro... Víctor abriu a porta e Carlisle nos colocou lá dentro, ele me beijou antes de fechar a porta e já estava do meu lado no carro... e antes de partirmos eu abri o vidro e meu outro pai me beijou no rosto e a Ben também.
-Boa sorte minha pequena cantora. Disse ele e nós partimos a toda velocidade.
Agora vinha a parte que mais me preocupava... contar a verdade a tio Joseph e torcer para que ele entendesse pois o perigo nos ameaçava, me ameaçava especificamente, teríamos que tomar uma atitude rápida e precisa agora que sabíamos com quem estávamos lidando... antes que fosse tarde demais mais uma vez.

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