34: Neblina

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      Mercy estava deitada ao meu lado encolhida como um bebê com sua cabeça em meu colo, suas feridas e fraturas tinham sido curadas em uma velocidade surreal... mas ainda tinha sangue em sua saia e em sua blusa branca de cetim, ele simplesmente a jogou ali do meu lado e saiu novamente sem dizer uma palavra... ela estava olhando para o vazio.
-Mercy... eu sinto muito... Mercy eu juro que...
-Não... eu não quero mais falar sobre isso... não quero ouvir mais nada sobre esse assunto. Disse ela virando seu rosto para cima para olhar em meus olhos... ela não chorava mais.
-Você não pode mais ficar aqui, ele pode matar você... você tem que ir embora. Sussurrei, eu não conseguia parar de chorar.
-Eu já estou morta de qualquer forma mesmo então ele apenas daria fim ao que resta de mim. Disse ela acariciando meu rosto e secando minhas lágrimas... não podia deixar de perceber o quanto Mercy era linda... pequena parecia ser frágil e tão delicada mesmo sendo irmã daquele ser.
-Por favor você tem que sair daqui agora. Disse a ela aflita, ela se levantou e se sentou a minha frente sacudindo a cabeça, ela não iria embora.
-Você está bem?. Perguntei, ela sorriu fracamente.
-Sim estou... quando nos machucamos nos curamos rapidamente, é uma vantagem no meu caso. Disse Mercy... seu olhar era sombrio e brilhava para mim como se ela tivesse acabado de ter uma idéia muito boa mas depois ela olhou para minha barriga e ficou decepcionada.
-Não posso transformar você.
-Tudo bem... mas me escute por favor você precisa ir embora daqui agora mesmo, Carlisle vai me encontrar, você precisa fugir. Insisti, ela balançou a cabeça.
-Não vou a lugar algum enquanto você ainda estiver aqui.
-Então o que faremos agora?
-Tentar sobreviver e esperar por seu marido... eu liguei para ele enquanto a trazia para cá. Confessou ela com um sussurro piscando para mim, pela primeira vez abri um sorriso e franzi a testa olhando uma neblina densa se apossar do cômodo todo.
-Nossa está frio aqui. Sussurrei, vi Mercy si enrijecer toda e olhar a abertura na parede, sons de passos se aproximavam pela varanda, as tábuas rangiam, Mercy se levantou em um átimo e congelou como eu quando vimos quem era... o vestido branco se misturava com a neblina, sua pela era pálida como a luz da lua, seus olhos negros profundos...
-Não acredito que você está aqui. Sussurrei ainda sem acreditar, ela sorriu docemente para mim.

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