22: Meu anjo

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         Saí do quarto com a roupa que Annabelly me ajudara a escolher, um longo vestido branco que arrastava no chão e um decote V, com um salto alto preto, foi Annabelly quem escolheu... e meu cabelo estava solto como sempre e enquanto andava pela corredor imaginava como devia ser a casa dele... a nossa casa como ele dissera, um mundo desconhecido para mim, suspirei virando no corredor e chegando a escada e ele estava lá me esperando ao pé da escada conversando com a Sra. Austen que parecia estar aceitando ele aos poucos, ela não estava mais carrancuda, eles estavam rindo e de repente ele se virou e olhou para mim ainda de pé no alto da escada seu sorriso lindo desapareceu de seu rosto pálido e seus se entreabriram como se ele estivesse sugando o ar para dentro, perplexo, seus olhos ganharam um brilho diferente como se ele estivesse gostando do que via... eu nem tinha parado para reparar nele quando ele entrou no meu quarto naquela manhã, ele estava tão lindo... usava uma calça jeans preta uma blusa branca e uma jaqueta preta de couro, simplesmente lindo.
-Não vai vir aqui em cima ajudar a sua noiva a descer as escadas?... por que com esses saltos duvido que sobreviva até chegar aí embaixo. Disse tentando não ficar nervosa enquanto ele me olhava, levantando o vestido e mostrando os saltos... ele subiu as escadas degrau por degrau com o cuidado de não aparecer como o Flash do meu lado e sem tirar os olhos de mim.
-Você está... linda. Disse ele já na minha frente me olhando de cima a baixo.
-Você é linda. Disse ele, pegando minha mão e a beijou como um cavalheiro... eu suspirei... depois ele passou minha mão pelo seu braço e descemos as escadas.
-Onde está Branca Sra. Austen?. Perguntei a Louise, percebendo que Branca não estava ali.
-Ela foi a cidade com Albert senhorita.
-E como está a senhora Jones e a Branca elas estão bem?.
-Ahhh... elas estão bem querida. Disse ela e seus olhos se encheram de lágrimas.
-Ahh... o que foi por que ficou assim?. Perguntei tocando em sua face macia.
-Estou feliz por vê-la se recuperando querida. Disse ela, eu a puxei para meus braços.
-Obrigada por você também ter cuidado de mim Louise.
-Vamos meu amor. Disse Carlisle segurando minha mão, eu assenti para ele... e mi virei para Louise.
-Até logo. Disse me despedindo dela que ainda chorava... Carlisle abriu a porta para mim sorrindo, eu também sorri para ele, nós saímos para fora... e eu arfei quando vi uma Ferrari preta estacionada ao pé da escadaria, ele parou a meu lado e eu o olhei pasma.
-O que estava esperando... uma carruagem com cavalos brancos?. Perguntou ele sarcasticamente.
-Na verdade eu nem estava pensando no que iríamos exatamente.
-Eu liguei ontem para o seu tio... você vai dormir na nossa casa hoje e amanhã, mas a trarei de volta... ele vai chegar amanhã. Anunciou ele enquanto me ajudava a descer as escadas novamente e abriu a porta do carona para mim, um segundo depois ele estava no carro e nós seguimos pelo caminho de árvores de madeira acizentadas e com florzinhas cor de rosa rapidamente... e eu senti a necessidade pela primeira vez na vida de colocar o cinto de segurança, olhei para ele enquanto colocava o cinto.
-Está querendo ir até aonde a lua?. Perguntei, ele me olhou e riu... seus cabelos voavam com o vento... e eu não tinha visto quando ele colocou os óculos escuros.
-Não tem graça dirigir devagar em um carro desses. Disse ele... rindo... eu pensei por um momento e acabei concordando.
-É não tem graça mesmo... como você conseguiu convencer meu tio?. Perguntei a Carlisle, ele abaixou um pouco os óculos e piscou para mim colocando os óculos de volta.
-Não se preocupe com isso.
-A onde fica sua casa?. Perguntei fechando os olhos e encostando a cabeça no banco de couro vermelho.
-A nossa casa fica a uns 50 quilômetros daqui. Disse ele, eu abri um olho e ergui uma sombrancelha ele sorriu.
-E você mora sozinho?.
-Não... mas meu irmão e seus filhos nos visitam de vez quando.
-Vampiros podem ter filhos?. Perguntei abrindo os olhos bruscamente.
-Sim... só com humanos pelo menos.
-E porque só com humanos?. Perguntei curiosa.
-Vampiras não podem gerar filhos pois são inférteis e seus corpos não mudam mais quando são transformadas... quando nos transformamos nossos corpos param de mudar, param de amadurecer... somos conservados na idade em que fomos transformados. Explicou ele, eu me virei no banco em direção a janela e deixei que o vento batesse em meu rosto... meus cabelos voavam como um redemoinho.
-E como são seus sobrinhos?. Perguntei... eu adorava crianças, eu sempre fui louca para ser mãe... me lembrava de quando era criança minha irmã e eu brincávamos de ser mães... as vezes até fingiamos que estávamos grávidas e colocavamos bexigas debaixo de nossas roupas ou até mesmo uma bola para simular uma barriga de grávida... sorri me lembrando.
-Nossos sobrinhos... são muito espertos mas até do que os próprios pais poderia dizer, são crianças muito aventureiras, as vezes até esquecem de voltar para casa... passam praticamente o dia inteiro fora de casa brincando na floresta... você gostava muito de brincar com eles...
-Eu brincava com eles, quantos anos eles tem?. Perguntei mas eu não abri os olhos... o sono me puxava.
-Os gêmeos tem trezentos e dez anos.
-E ainda são crianças?. Perguntei me aconchegando mais no banco.
-A infância vampírica demora mais que a humana agora eles têm uma aparência de um pré-adolescente... quando eles forem adultos vão ter mais ou menos oitocentos anos ou um milênio quem sabe, depois eles param de envelhecer ao atingir a idade adulta... já que eles são semihumanos eles vão se desenvolver até uma certa idade e depois vão parar de crescer e sua forma física não mudará mais. Disse ele, eu bocejei de novo.
-Está com sono?.
-Claro, você me acordou as seis da manhã. Disse... ele riu.
-Então durma com os anjos meu amor quando estivermos perto eu a acordo. Disse ele e senti o vento dentro do carro cessar, sua voz, ficou distante, e eu dormiria sim... só que com o meu anjo de olhos azuis violetas em meus sonhos... e também sonhei com um filho, um garotinho de olhos azuis iguais aos do pai e com uma cabeleira negra cheia de cachos grossos... acho que consegui ouvir seu choro enquanto as imagens em minha mente escureciam, como se estivesse cega.

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