24: descoberta infeliz

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         Estava deitada em uma cama macia de lençóis de seda que eu podia sentir a textura em minha pele me virei para o lado tinha alguém lá comigo... engraçado... eu tinha sonhado que tinha um filho que meu pai estava vivo e que eu tinha um noivo ou marido que era um vampiro lindo demais para ser de verdade com olhos hipnóticos de um tom de azul com violeta que só poderiam existir em um sonho... senti lábios frios em meu pescoço perto da orelha que fizeram todos os pêlos do meu corpo se arrepiarem... eu abri os olhos sonolenta e dei de cara com um lindo par de olhos azuis violeta... meu sonho era real... foi aí que lembrei que eu realmente tinha um filho e que eu realmente tinha visto meu pai, me levantei rapidamente com a intenção de sair da cama e ir procura-los mas Carlisle segurou pela cintura.
-Calma apressadinha a onde pensa que vai?.
-Onde eles estão? Eu quero vê-los. Insiste, tentando escapar de novo mas ele segurou meus braços e se sentou de joelhos na cama em cima de mim com suas pernas ao meu redor... ele estava sem camisa...
-Primeiro a senhora vai se acalmar, segundo vai comer alguma coisa por que já são quase três horas da tarde e você ainda não comeu nada hoje... e terceiro...
         Quando ele soltou as minhas mãos, eu o puxei para mim prendendo-o passando as pernas em seu quadril, entrelaçando os dedos em seus cabelo pelo e o beijei... parecia que meu corpo inteiro estava gritando para eu fazer aquilo... ele rolou na cama me levando junto com ele e meu beijo desesperado.
-Helena o que foi isso?. Perguntou ele quando conseguiu se libertar de mim.
-Me beije. Disse, ele pensou por uns três segundos depois ele me agarrou e prendeu nossos lábios em um beijo que pensei que me consumiria em combustão instantânea... até que ele me afastou de novo...
-Não senhora, você ainda está muito fraca e precisa mesmo comer alguma coisa. Disse ele se levantando da cama em um pulo e pegou uma bandeja de prata, a levou até mim colocando na minha frente repleta de uvas, peras, morangos, maçãs, todas cortadas em cubinhos perfeitos dentro de tigelinhas também de prata, pão, biscoitos e chá eu olhei para ele que sorriu.
-Agora coma meu amor. Disse Carlisle, eu o obedeci e peguei uma tigelinha com morangos... e enquanto levava um a um na boca... olhava o quarto ao meu redor a cama em que estava era imensa com criados mudos aos lados e uma porta ao lado de um deles... aliás o quarto inteiro era imenso... uma estante com uma TV de tela plama tamanho cinema, duas portas fechadas uma de cada lado da TV, um sofá cinza perto de uma porta aberta que dava para o corredor... uma única janela bem ampla e alta com cortinas vermelhas pesadas de veludo, o teto era cônico com um lustre de pedras vermelhas, não poderiam ser rubis? Ou poderia, pensei... me levantei da cama enquanto comia alguns biscoitos e fui até a janela... o quarto ficava em uma torre alta... dali eu poderia ver os campos de rosas, um jardim bem lá embaixo com muitos pontinhos de cor que pareciam ser flores, uma estufa, alguns bancos de pedras um chafariz em um canto, a floresta ao redor formando um mar de sombras que de onde estava lá no alto pareciam guarda-chuvas mas o céu era a parte mais... especial daquela torre e por um momento eu me imaginei ali naquele mesmo quarto a dois séculos atrás com Carlisle ao meu lado olhando aquele céu... se eu não fosse cega naquele tempo... eu podia senti-lo atrás de mim me observando... me virei para trás e ele estava na sombra a dois passos da luz do sol poente.
-Você pode sair no sol?. Perguntei a ele que apenas assentiu com um riso delicado.
-Como foi que aconteceu... quando eu morri... você disse que estava caçando naquela noite. Disse a ele relembrando.
-Sim eu estava... e você estava sozinha com Benjamin... em nosso antigo quarto que fica lá embaixo no piso inferior mais perto do jardim... eu não pensei que algo de mal poderia acontecer a você aqui neste castelo, você nunca se incomodou quando eu precisava sair e sua dama de companhia ficava com você... eu não pensava que o ex noivo de sua irmã fosse nocivo até que nos dávamos bem... até aquela noite quando cheguei eu ouvi Benjamin chorar e fui até o quarto... você não estava lá, até que eu ouvi algo vir do jardim, eu vi se alimentando de você... ele correu quando me viu... eu fui até você a peguei nos braços mas era tarde de mais para fazer qualquer coisa, seu corpo tinha sido drenado até a última gota... você já tinha ído... e eu procurei por sua dama de companhia mas ela não estava em nenhum canto desse castelo... eu tinha que ficar com Ben e só foi por nosso filho que aquele canalha escapou... o enterro foi a pior parte nisto tudo, sua irmã, seu irmão e seu pai ficaram arrasados... assim como eu... mas Annabelly foi quem reagiu pior a isto, pouco tempo depois ela se suicidou... e seu pai também tentou fazer o mesmo mas por sorte eu estava lá e consegui transformá-lo... Víctor tem sido um ótimo amigo e avô para nosso filho, nós dois cuidamos dele, e de um tempo para cá meu irmão e sua família vieram passar uns tempos aqui... as crianças que alegraram este lugar... foram elas que tornaram nossas vidas menos sombrias. Disse Carlisle me virei para ele... o vento jogava meus cabelos para frente.
-O que aconteceu com meu irmão?. Perguntei inexpressivamente.
-Ele pensou que seu pai estava morto... ele era o mais novo de vocês... saiu uns tempos da cidade... casou e teve filhos e só retornou sessenta anos depois a mansão Lindenberg... ele nunca mais apareceu por aqui. Disse ele se aproximando a medida que a luz do sol diminuía.
-E a minha dama de companhia... como ela foi desaparecer assim? Qual era o nome dela?. Perguntei e eu sentia que alguma coisa estava errada em toda aquela história.
-Ela simplesmente desapareceu... sem deixar rastro, ela se chamava Mercy. Disse Carlisle, eu me virei para ele abruptamente.
-Mercy? Qual era o sobrenome dela?. Perguntei minha pulsação dizia que isso era coincidência demais.
-Evans... senhorita Mercy Evans. Respondeu ele, eu coloquei a mão na boca pasma... não podia ser a mesma pessoa podia?.
-Tem certeza?. Perguntei preocupada e andei de um lado para o outro angustiada... Carlisle pegou minha mão me fazendo parar.
-O que foi? Qual é o problema?.
-Mercy Evans é o nome da irmã do monstro que destruiu a minha vida. Disse a ele que me encarou sem acreditar.
-Não pode ser. Disse ele descrente.
-Ela sabia sobre você?. Perguntei aflita.
-Todos os nossos empregados são vampiros... inclusive ela. Disse ele, meu coração disparou.
-Como era o nome dele... do ex noivo de Annabelly?.
-Laerte. Disse ele, meu corpo gelou quando ele disse aquele nome e eu me lembrei daqueles olhos verdes cintilantes.
-Helena? O que foi?. Perguntou ele eu o encarei lívida por dentro.
-Laerte é esse o nome dele... o nome dele... ele esteve tão perto de... mas eu consegui escapar, não sabia que ele era um vampiro. Sussurrei, seu rosto ficou sem expressão por um instante e depois o medo lampejou em seus olhos seguido pela raiva... ele tinha entendido... e então eu me deixei levar para a escuridão, para uma inconsciência inerte em que eu pudesse me recuperar daquela descoberta infeliz... mas foi só meus olhos se fecharem que eu vislumbrei aqueles malditos olhos verdes e ouvi sua ameaça ecoar em minha, entendendo agora algumas das coisas estranhas que ele me disse, ele me conhecia, sabia quem eu era o tempo todo, por isso ele envolveu minha irmã nisso, para se aproximar de mim, então a culpa delas terem morrido era minha... ele esteve tão perto esse tempo todo...

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