Nós ainda estávamos abraçados quando Nathan abriu a porta do quarto e gritou "LOUISE, ACONTECEU". E em segundos minha melhor amiga entrou no quarto correndo e balançando os braços no ar como um boneco de posto.
- Aconteceu o quê?- Jake perguntou enquanto eu ía socorrer Louise que estava caída no chão- Isso tudo é felicidade?
- Tá mais para um ataque epilético...
Eu disse fazendo careta enquanto puxa as mãos da garota tentando fazê-la ficar de pé. Me afastando da idiota que não parava de rir, eu caminhei até a cama e peguei minha jaqueta.
- Huumm, a jaqueta ta na cama...
Nathan disse movendo as sobrancelhas sugestivamente enquanto se aproximava de Louise e eu sorri falsamente estreitando os olhos.
- Quer ver a jaqueta parar na sua cara?
Eu ameacei dando passos lentos até ele e parei no meio do caminho quando ouvi a voz de Anne nos chamando.
- Sem violência, cunhada!- Ele levantou as mãos no ar e começou a rir enquanto nós quatros íamos saindo do quarto.
- Não sou sua cunhada!
- Ainda!- Jake falou passando um de seus braços pelo meus ombros e eu o olhei confusa- Você ainda não é cunhada dele.
- Esse é o meu irmãozinho!
Nathan gritou sorrindo e Louise levantou os polegares em sinal de positivo para Jake. Eu apenas me afastei deles rolando os olhos e peguei uma das tigelas com saladas que Anne trazia com dificuldade.
- Já está querendo agradar a sogra, Kate?
- Anne vocês tem convênio médico?- Eu perguntei colocando a tigela na mesa e assentiu sorrindo- Ótimo! Porque se os seus filhos continuarem com essa palhaçada, vão precisar no mínimo de uma reconstrução facial.
Anne começou a rir e eu percebi que estava perdida quando todos começaram a rir também. Bufando irritada, eu vesti minha jaqueta sentindo que minhas bochechas iriam explodir a qualquer momento.
- Não há nada que eu posso fazer sobre isso, a não ser dizer que você será muito bem recebida na família e que eu faço muito gosto nesse namoro!
Ela disse sorrindo e abraçou o filho que também sorriu e beijou sua bochecha. Era um complô e eu nem sabia de onde estava vindo tudo isso. O que eu poderia tirar desse jantar? Que essa família é maluca e que minha melhor amiga é uma vaca sem serventia. Ela estava assistindo tudo isso, não estava me ajudando e ainda estava se divertindo as minhas custas.
- O que eu perdi?- Richard perguntou descendo as escadas, agora ele estava vestindo uma calca jeans casual e uma blusa pólo verde.
- Perdeu algumas coisinhas, mas vai ficar sem saber pra ver se aprende a ficar menos tempo de baixo do chuveiro!- Anne repreendeu o marido e puxou Jake pelo braço na direção do que eu achava ser a cozinha- Pare de encarar sua namorada um pouco e vem me ajudar.
- Namorada?- Richard perguntou com as sobrancelhas franzidas e nos encarou buscando por respostas- Não tô entendendo nada!
- Bem vindo ao clube!
Eu sorri sem descolar os lábios arrancando algumas risadinhas que já estavam me irritando, Richard continuou perdido mas preferiu deixar pra lá e ir atender o telefone que estava tocando na sala. Quando estávamos todos reunidos novamente, nos sentamos e começamos a comer. O jantar foi feito com brincadeiras e conversas animadas o tempo inteiro. Era bom saber como as famílias reais eram, era tudo muito íntimo e nem um pouco constrangedor. Na minha família é muito raro fazer alguma refeição juntos, mas quando isso acontece eu me sinto incomodada, como se não fizesse parte daquele ambiente. Eles até faziam perguntas do tipo: "Como foi o seu dia?" ou "Como andam as coisas na escola", mas eu sentia que não era apenas perguntas corriqueiras e sim um interrogatório.
- Kate?- Ouvi Anne me chamar e desviei olhos do meu prato- Está tudo bem, querida?
Balancei a cabeça positivamente sorrindo para ela e bebi um pouco do vinho que Richard me ofereceu. Depois que acabamos de comer, eu e Louise ajudamos Anne a tirar as coisas da mesa e fomos comer sorvete na sala enquanto assistíamos um filme que estava passando na televisão. Quando terminamos de assistir o segundo filme, eu vi que já estava tarde e disse que precisava ir embora. Me despedi de todos enquanto esperava Jake tirar a caminhonete da garagem e percebi que estava com muito sono quando senti meus olhos arderem com os faróis dos outros carros que passavam pela gente na estrada.
Quando o som do motor parou, virei meu rosto para o lado e percebi que estava na frente da minha casa. Tirei o cinto de segurança e pulei para fora da caminhonete. Senti o vento balançar meus cabelos e coloquei minhas mãos nos bolsos enquanto sustentava meu corpo encostado na lataria prateada da porta da caminhonete. Encarei minha casa imponente e assustadoramente grande e suspirei sabendo que aquela era minha realidade. Muito dinheiro e pouco carinho.
- No que está pensando?
Jake perguntou imitando meu gesto e cruzou os braços na altura do peito. Dei de ombros e sorrindo tentando dizer que não era nada demais. Ele sorriu de volta e voltou a encarar o jardim. Enquanto isso, eu fiquei apenas encarando seu rosto e como sempre deduzia que a cada dia ele estava mais bonito, como se fosse possível. Seu cabelo cresceu bastante desde a viagem, seus músculos estão mais visíveis e seus olhos tinham ainda mais brilho do que quando nos conhecemos.
- Você vai no jogo, não é mesmo? Preciso de você lá.
- É claro que eu vou!- Sorri empurrando o corpo dele com o meu e ele riu quando quase se desequilibrou- Apesar de que não deveria, já que você e seu irmão passaram a noite toda me perturbando com aquelas brincadeirinhas!
- Eu não estava brincando, Katherine.
Eu disse e ele se virou ficando de frente pra mim. Como ele era significativamente maior do que eu, levantei meu rosto e me arrependi quando me dei conta da proximidade que nossas bocas estavam. Eu podia sentir o calor das suas bochechas se misturando com o das minhas e eu podia ver o quanto ele estava nervoso pela forma com que ele me encarava.
- Acho melhor eu entrar e acabar com esse clima constrangedor antes que você desmaie ou algo do tipo.
Eu ri baixo enquanto me afastava dele e vi ele respirar fundo colocando uma das mãos na sua nuca.
- Você faria isso por mim?
- Qualquer coisa pelo meu namorado!
Levantei minhas mãos no ar e pisquei enquanto passava por ele. Ouvi sua risada atrás de mim e sorri balançando minha cabeça negativamente enquanto andava em passos lentos até a porta da minha casa.
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Highway || Gregg Sulkin
Teen FictionKatherine Baker Adams Herdeira de uma família rica, aparentemente ela sempre teve tudo que quis. Só aparentemente mesmo. Talvez por muitas vezes se sentir sozinha, Katherine sempre gostou de conhecer pessoas novas e se tornou uma boa ouvinte. Histó...