Highway || Gregg Sulkin

-19-

Deus, se você puder me ajudar agora por favor impeça de que eu bote pra fora toda pipoca que eu comi.

Isso foi tudo que eu pensei quando senti os lábios de Jake se chocarem contra os meus. De longe eu ouvia os gritos eufóricos de Louise e Nathan. Mas, eu não ligava para nada naquele momento. Eu só queria aproveitar cada segundo de cada beijo. Jake e eu só nos separávamos para tomar folego e foi numa dessas paradas que eu o empurrei levemente.

- Eu acho que você deveria tomar um banho agora.

Eu disse prendendo meus lábios entre os dentes. Entendendo tudo errado, Jake olhou para baixo me fazendo gargalhar.

- Você está suado, imbecil.

- Aah, isso!- Ele disse voltando a me encarar e sorriu de canto se divertindo com a situação- Certo, eu já volto.

Ele me deu um beijo rápido e eu sorri enquanto Jake e Nathan se afastavam correndo. Assim que virei minha cabeça senti minhas bochechas arderem, eu havia esquecido que os pais de Jake estavam lá. Eles sorriram para mim e eu sorri de volta sem saber o que fazer. Desviando os olhos deles, encarei Louise que tinha um sorriso presunçoso no rosto.

- Fala logo, Louise.

Revirei os olhos enquanto a garota se aproximava e comecei a recolher todo lixo que havíamos produzido durante a partida.

- Eu não vou dizer que eu te avisei que isso aconteceria!- Ela disse e eu ergui uma sobrancelha. Não era isso que ela estava fazendo?- Você sabe que eu só quero a sua felicidade e espero que seja Jake a completar essa missão.

Eu ri.

- Louise, não é como se eu e Jake estivéssemos namorando.- Expliquei antes começar a caminhar até uma lixeira e sorri- Mas, obrigada mãe!

Minha melhor amiga apenas balançou a mão em desdém e voltou a conversar com os pais do namorado. Larguei tudo dentro da lixeira e andei em direção a uma torneira que ficava atrás das arquibancadas. Lavei as minhas mãos e as balancei no ar na esperança de que elas secassem mais rápido. Voltando para as arquibancadas, eu percebi que Jake e Nathan já haviam voltado.

- Todos prontos para uma grande festa de comemoração?

Nathan perguntou me abraçando pelos ombros e eu passei meus braços pela cintura dele. Nathanael pode ser um bobão mas é um ótimo amigo, é como ter um irmão mais novo. Porque apesar da altura ele parece uma criança.

- Sim, todos prontos.

Jake me puxou pelo braço me afastando do irmão e eu ri enquanto Nathan me atirava beijos. Caminhei em silêncio até o carro enquanto ouvia os garotos discutirem sobre o jogo. Destrancando o carro, eu entrei e esperei quem quer que fosse comigo entrar. Louise pulou para o banco de trás junto com Nathan e Jake se acomodou ao meu lado no banco de passageiro. Esperei Richard arrancar o carro e comecei a segui-lo de perto. Pela visão periférica, eu vi um Jake inquieto. As vezes ele me olhava, abria a boca pra falar alguma coisa, mas sempre acabava balançando a cabeça e desviando o olhar para janela. Nós dois seguimos o caminho em silêncio enquanto Louise e Nathan conversavam.

Estacionei o carro perto da casa do treinador do time, onde a festa de comemoração estava acontecendo, e suspirei tirando a chave da ignição. Enquanto eu tirava o sinto de segurança, Nathan e Louise saltaram do carro, já Jake permanecia imóvel. Fiquei um tempo observando o seu rosto e não havia expressão alguma. O que eu deveria fazer? Respirei fundo tomando coragem e peguei sua mão que descansava no canto do banco.

- Jake? Tá tudo bem?- Eu perguntei baixinho e ele apenas fechou os olhos- Olha, se você se arrependeu de ter me beij...

- Nem ouse, Katherine. Não termine essa frase!- Ele me interrompeu finalmente me encarando e usou sua mão livre para tocar o meu rosto- Eu quis e quero beijar você, não tem a miníma chance de eu me arrepender disso, okay?

Assenti lentamente, eu sentia que ele estava sendo sincero mas eu ainda queria saber o motivo de estar agindo daquele jeito.

- Então qual é o problema?

- Kate, eu só estou um pouco cansado, não tem nada de errado.- Ele sorriu e tirou o cinto de segurança- Vem, vamos aproveitar a festa!

Resolvi deixar para lá o assunto e sorri saindo do carro. Jake e eu eramos amigos acima de tudo e eu sei que ele me contaria se estivesse incomodado com algo. Dando a volta no carro, Jake entrelaçou nossos dedos e começamos a caminhar até o jardim da casa. Anne e Richard estavam conversando com alguns professores da escola e Nathan e Louise já estavam na pista de dança.

- Vou pegar alguma coisa pra gente beber.

Jake disse e eu apenas sorri concordando com a cabeça. Cruzei os braços e passei a observar os outros adolescentes. Eu poderia apostar que muitos já estavam bêbados e a festa ainda estava começando. Senti uma mão no meu ombro e me virei apenas para ver Clar sorrindo.

- Hey, Clar!

Eu sorri e a garota me abraçou rapidamente.

- Eu não vi você no jogo, cadê o Tyler?

- Eu não fui no jogo, passei o dia ajudando os meus pais no jardim lá de casa.- Ela deu de ombros respirando fundo antes de continuar- Podemos não falar do Tyler?

- Claro!

Eu respondi dando um sorriso solidário a ela, Tyler é uma pessoa complicada e infantil, já Clar parece ser o oposto. Seria estranho se eles não brigassem quase todo dia.

- Oi, Clar!- Jake sorriu para a garota e ela retribuiu- O Tyler não veio?

- Não sei.- Ela suspirou e sorriu fraco- Eu preciso de uma bebida, já volto!

Depois de pegar o copo de cerveja que Jake havia trazido para mim, expliquei a situação para ele. Quando Clar voltou com um copo vermelho na mão igual ao nosso, resolvemos ir para pista de dança. Depois de rir muito das danças estranhas que Jake e Nathan fizeram, a morena parecia um pouco mais alegre. Eu e Louise dançamos juntas e cantamos todas as músicas sem nos importar com nada. Já fazia um tempo que nós duas não saíamos sozinhas e eu sentia saudades dessas coisas retardadas que nós duas fazíamos. Em uma certa hora da festa, o treinador avisou que tocaria algumas umas músicas antigas para os mais velhos da festa. Jake, Louise, Nathan e Clar saíram reclamando da pista assim como todos os adolescentes.

- Você não vem?

Jake perguntou quando me viu parada e no mesmo instante Richard segurou a minha mão.

- Não, ela vai dançar comigo!

Ele piscou e eu sorri. Meus pais são donos de um prédio onde existi uma academia de dança. Eu passei dois anos fazendo aulas lá, de todos os ritmos, esse mesmo prédio é na frente da empresa para qual Richard trabalha. Ele provavelmente já me viu por lá.

Enquanto eu e Richard dançávamos ao som de Beatles, Anne jogava cartas com os garotos e Louise e Clar conversavam. Pela primeira vez eu senti como era ter uma família normal e eu estava mais do que feliz.

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