Freefall Towards Its Darkness

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— Olá? — o lugar era escuro e eu não via nada além de um longo e extenso caminho à frente,minha visão ficou desbotada restando apenas os clarões em minha frente. O lugar era frio,abracei meu próprio corpo andando em direção ao vento forte que vinha de pequenas brechas de vento.

"Não vá... É perigoso..."

Eu sentia e ouvia vozes ecoando enquanto eu traçava meu caminho até estas brechas. Toque cada uma delas e tinta branca saía das mesmas,logo uma coloração vermelha como sangue ultrapassou todo o local me dando a vista de uma sala plana e quadrada.

Almas vazias se encontravam ali,cutucando seus corpos sem vida. Talvez se perguntando o por que de estar ali ou algo bem parecido. Olhei em volta e senti meu corpo estremecer a minha imagem que estava sendo passada á mim como se eu estivesse ali,jogada ao chão cuspindo sangue pela boca enquanto recito algumas palavras na qual eu não entendia.

— N. . . NÃO DEIXE ELE VIR. . . ATRÁS DE. . . MIM — meu eu destruído escrevia palavras na parede lisa e branca daquela sala contendo uma espécie de data depois da frase.

XX/XX/XXXX”

O que vai acontecer nesta data?

Me afastei indo em direção às brechas cor de escarlate que já estavam sumindo. Virei-me e o cenário atual havia mudado.

Uma sala toda acolchoada e em tons de madeira,moveis simples como uma mesinha de canto,cama e uma poltrona com um pano velho e sujo sobre ela.

— Que lugar é esse? — perguntei mesmo sabendo que não haveria resposta para mim. Eu parecia estar localizada dentro de meu subconsciente como num sonho,talvez ele fosse a resposta para meus problemas atuais e os do passado.

Com uma leve vontade de explorar fui até os poltrona tirando o pano com rapidez que escondia uma pequena caixa de madeira e bem cuidada. Peguei e abri a mesma,havia uma carta com diversas fotos de dois adolescentes um ao lado do outro,uma garota baixinha e um garoto bem mais alto.

Eles me lembravam algo,talvez uma história de amor falha? Minha memória estava bloqueada,como se aquela memória fosse me prejudicar terrivelmente.

“Por que você não desiste de seu passado? Ele é inútil agora”

— O que? — me virei para ver a dona daquela voz tão fina. Me assustei ao ver uma criança vestida de branco com seus cabelos escuros sobre o rosto.

Isso não vai te ajudar Boram... — Ela veio em minha direção. Meu corpo não se movia até que senti me encostar em uma superfície plana e fria.

Mãos horrendas começam a segurar e cravar suas unhas em meus ombros,solto um grito abafado de dor e começo a correr voltando para o mesmo cenário de antes que havia sido engolido por uma brisa forte.

O quarto estava branco,todas as almas haviam sumido e pouco à pouco manchas de tinta vermelha começavam a cair pelas paredes (imagem). A brecha continuava lá mas estava com um fundo negro e um pouco mais aberto,me pergunto se era possível me libertar deste sonho confuso.

Quando tentei abrir a brecha na parede percebi que era uma abertura e tinha uma passagem direto para uma luz que vinha em alta velocidade quebrando todos os obstáculos à sua frente com uma força monstruosa.

Dei dois passos para trás enquanto os gritos vindo da luz eram emitidos com força. Corri para trás e tentei sair daquele lugar,era a única coisa que eu podia fazer nesse momento era fugir.

Pensando com clareza aquilo poderia significar uma fase difícil da minha vida,o quarto significa o meu coração,a tinta significa o meu sangue derramado quando era torturada,os gritos são as súplicas para que parasse e a luz branca e forte que cortava a escuridão no meio poderia ser Chanyeol quando fodia com a minha vida de um jeito surpreendente.

Virei-me para frente automaticamente e vi um silhueta masculina,com vestes brancas sujas de sangue,suas mãos tremiam enquanto seguravam um machado,cabelos claros como a neve bagunçados cobrindo os olhos para que eu possa identificar quem seja mesmo já sabendo. Lágrimas cristalinas caíam do rosto do mesmo enquanto mordia com força suficiente para fazer o lábio inferior sangrar.

— O que foi? — perguntei e o mesmo se assustou. — Não pode me matar?

Ele tinha cordas ligadas ao teto do quarto e deduzi ser uma marionete de sentimentos culpados e assustados.

— Não se preocupe — sorri e vi a marionete levantar o olhar para mim,sem perceber eu tinha uma arma em minha mão e com ela coloquei em seu queixo.

A marionete segurou meu pulso com força e colocou-a apontando para seu coração,vendo em seus traços eu tinha certeza de que era ele,Chanyeol.

— Faça isso... — disse ele. Sua voz era completamente vazia e com um sussurro ele me fazia aos poucos querer apertar o gatilho. — Mate esse amor...Com suas próprias mãos.

Antes que pudesse apertar e matar o garoto,coloquei-o em minha direção se desfazendo com três tiros na região do meu pulmão e logo meu coração. Meu corpo atingiu o chão firme enquanto via o maior começar a chacoalhar meu corpo gritando palavras na qual eu não entendia. Sorri em resposta quando minha visão começa a se desbotar em claros — de cinza,vermelho e branco.

— Eu te amo... — foi a última coisa que eu disse.

• • •

O som da máquina que marcava meus  batimentos cardíacos soltavam um som agudo porém irritante,senti meu corpo leve pela primeira vez e dei um impulso para cima.

— Chanyeol — o chamei,tentei tocar o garoto mas o mesmo não sentia meu toque até que levantou o olhar triste e amedrontado,mostrando que não havia dormido na noite passada ou então que passara a noite chorando.

— Você não me vê? — me levantei indo até ele e tentei abraça-lo mas o garoto não sentia. Levantei meu olhar e percebi que meu corpo ainda estava ali,completamente enfaixado e coberto de tubos.

Dei-me conta de que eu estava em ponto de morrer e essa era uma das últimas chances de ver Chanyeol,mas eu não queria vê-lo assim. Queria vê-lo sorrindo com uma esposa e tendo dois lindos filhos,chamando Chanyeol de papai e o mesmo morrendo de vergonha e um pouco de raiva por não gostar de que o chamem assim.

Imagino nós dois com nossos destinos juntos e ao mesmo tempo separados,mesmo sabendo que eu não chegue até esse dia.

Eu não quero partir agora... Quero ficar à seu lado... — derramei uma lágrima deixando que as outras escorrecem à diante.










Não revisada...

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