Capítulo 11 - Célula Tronco

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DREW CAMPBELL saiu de casa mais cedo naquela sexta-feira. Não tinha nem dado tempo de tomar café da manhã. Tinha chegado em casa mais tarde que o normal, um pouco antes do toque de recolher começar e ficara estudando até quase duas da manhã. Depois do jantar com Olívia, Drew perguntou se ela gostaria de ir ver um filme e ela pareceu feliz em aceitar.

Drew chegou em casa praticamente pulando de felicidade. Isso atraiu a atenção de sua mãe, fazendo-a sorrir. Ela nunca tinha gostado muito de April, mas não julgava com quem ele namorava ou deixava de namorar. Drew não falara com seu pai, e aquilo deixou a mãe um pouco estressada querendo saber o motivo do desentendimento. Drew desconversou e foi direto para o quarto.

Estava ali, o carro esperando em ponto morto. Olívia saiu da casa antiga e Drew viu uma mulher parada à porta, acenando para ela. Os olhos azuis da mulher encontraram os verdes de Drew. A mulher voltou para dentro e fechou a porta com força. Olívia entrou no carro.

- Aquela era sua mãe? - perguntou Drew, Liv assentiu. - Acho que ela não foi muito com a minha cara.

- Por quê acha que não tinha amigos de onde eu vim? Ela é protetora demais, tem medo de que alguém me machuque - Liv disse dando um sorriso de dentes brancos, porém seus dentes do meio eram um pouco separados. Se ela fosse perfeita em tudo, Drew pensaria que Liv fosse um fruto de sua imaginação, mas aquela pequena falha lhe deu certeza de que não era.

- Eu nunca te machucaria - soltou o rapaz sem pensar direito. Liv o encarou, olhos arregalados e expressivos. Corada, do pescoço às orelhas.

Limpando a garganta e desviando os olhos dos dela, Drew voltou a dirigir se castigando mentalmente por ser tão idiota. Parou em frente ao Starbucks e olhou para Liv antes de sair.

- Quer um café?

- Sim, por favor - ela disse, tirando a carteira de dentro da bolsa, mas Drew apenas acenou para ela, dispensando.

- Eu pago.

Entrou e pediu ao atendente dois expressos para a viagem. Voltou para o carro e entregou um dos copos à Olívia, que aceitou com um sorriso agradecido. Ligou o carro novamente, mas nem deu tempo de sair da vaga antes que seu telefone vibrasse no bolso da calça. Tirou o celular de lá e desbloqueou a tela, abriu a mensagem do número restrito.

Seus olhos se arregalaram um pouco pela surpresa, a imagem na tela se mexeu por cerca de dois segundos, mostrando o pai e a enfermeira Pamela agarrados na sala. Era uma pequena parte do vídeo da câmera de segurança do consultório. Drew trincou o maxilar e viu a mensagem a seguir: uma pena se sua mãe soubesse disso assim, não é?

- O quê foi, Drew? - perguntou Olívia, preocupada de repente.

- Não é nada - disse Drew, apagando a tela do celular e guardando-o no bolso novamente. Sorriu para a garota e virou o volante para sair da vaga, pisou no acelerador e passou a marcha. Cerca de dez minutos depois, estava estacionando novamente.

Carros e alunos já chegavam aos montes. Drew viu o carro de James, o rapaz estava apoiado ao lado da caminhonete. Junto a ele estava Savannah, uma das melhores amigas de Danielle. Drew não se surpreendeu, James dava em cima de tudo que respirava - sim, incluindo garotos. No total, James já tivera três namoradas e três namorados.

- Ele dá em cima de todas ou é impressão minha? - perguntou Liv ao saírem do carro. Drew notou que ela olhava para James.

- De todos seria mais exato - ele respondeu, deixando a frase no ar para que Olívia entendesse sozinha, não cabia a ele contar a ela esse tipo de coisa, afinal... Era sobre James. Olívia pareceu entender. Drew agradeceu por isso.

Penumbra - Livro 1 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora