Capítulo 35 - Convite

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NATALIE MORGAN e Sarah Davis saíram da escola juntas. Tinham recebido as mensagens de Drew assim que acordaram naquele dia, era cedo e precisavam comparecer à escola, pois tinham algumas lições de casa para entregar, mas agora estavam livres e já tinham combinado que não iriam sozinhas ao hospital. Se o assassino do policial Xavier o matou enquanto estava de vigia, o quê fazia com uma garota desacompanhada?

Se bem que Natalie carregava na bolsinha de ombro aquela arma de choque que seu pai insistia para que ela carregasse para todo lugar. Sarah tinha um pequeno canivete que levava sempre no bolso da calça jeans. Formavam uma dupla e tanto.

Assim que entraram no Honda, que Natty pegara emprestado do pai, rumaram em direção ao hospital. Natalie não parava de pensar na conversa que tivera com Kyle antes dele apagar. Tinha ficado pensativa durante muitas horas naquele dia e não conseguira organizar os pensamentos nem os sentimentos confusos que ainda nutria por aquele garoto.

Kyle tinha falado tudo o quê sentia, e isso era um grande passo tanto para ele quanto para ela. O rapaz nunca tinha dito que a amava antes, talvez realmente não a amasse até ser forçado a encarar a morte de frente. Natalie respirava fundo, achava que Kyle talvez não se lembrasse do que tinha dito antes de apagar.

- Qual é o problema? - perguntou Sarah depois que passaram pelo segundo semáforo - Você está quieta demais.

- Estou preocupada com Drew - mentiu Natalie, mudando de assunto de propósito. Não era aquilo que a incomodava, mas era um dos vários fatores. - Acha que ele pode estar enlouquecendo? Sabe, como toda essa merda que anda acontecendo...

- Não - respondeu Sarah, dando de ombros. - Ele pode até ser um tanto sensível, mas é a pessoa mais forte que conheço no momento e me orgulho muito desse lado dele.

Natty relanceou os olhos para Sarah, sentada ao seu lado a garota olhava para fora do carro, em direção à rua movimentada. Não falaram mais nada uma com a outra até chegarem ao hospital, trocaram palavras rápidas com Jacky, a recepcionista que lhes deu dois crachás de visitantes.

Seguiram depois para os elevadores, os crachás nos pescoços. As portas de metal se fecharam a frente delas, deixando Sarah um pouco apreensiva. Sofria de claustrofobia, passava muito mal se ficasse trancada por muito tempo em espaços pequenos. As portas se abriram de novo e Sarah foi a primeira das duas a sair.

Percorreram os corredores em silêncio, até encontrar o quarto onde Drew as esperava na porta. Natalie não conseguiu saber o quê se passava na mente do rapaz. Sorria para elas de modo simpático e alegre como sempre, mas aquele era um sorriso que não abrangia seus olhos.

- Acordem ele só quando chegarem com o jantar. Ele acabou de dormir - disse Drew, a voz um pouco desinteressada. - Vejo vocês mais tarde - e sem dizer mais nada, passou por elas com a mochila nas costas, desaparecendo pelo corredor iluminado.

Natty e Sarah ficaram paradas sem entender muito bem o quê acabara de acontecer. Drew não estava nada bem e pelo que Natty sabia ele devia estar indo agora para casa. Devia estar cansado, mas isso não a impedia de se preocupar. Mandou uma mensagem de texto para Liv, assim que entrou no quarto onde Kyle dormia em seu catre, sendo iluminado pelo sol do fim de tarde que entrava pelas janelas do aposento.

Sarah deixou a mochila no sofá e se jogou nele, tinha o celular em mãos. Natty deixou a mochila ao lado do catre de Kyle, sentou-se na poltrona acolchoada em couro, ficou olhando Kyle dormir.

- Caramba, Natalie! - exclamou Sarah em tom baixo para não acordar o garoto. - O policial Moran foi encontrado do lado de fora do quarto com o pescoço cortado de orelha à orelha. Drew não tinha nos falado sobre isso. Aqui diz também que a luz acabou por alguns segundos, o suficiente para que o assassino atacasse.

Penumbra - Livro 1 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora