Capítulo 16 - Sozinha Em Casa

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ZOEY BACKER estava sozinha novamente sentada no sofá assistindo a um de seus filmes de suspense e terror favorito: A Hora do Pesadelo. Levou mais uma mão cheia de pipoca sabor manteiga à boca enquanto gritava com a personagem principal.

- Nancy, sua burra! Não ouse dormir! - gritou, mesmo sabendo que a personagem não podia ouvir e mesmo sabendo todo o rumo que a história iria tomar.

Quando o filme terminou, Zoey foi até a cozinha deixar o balde de pipoca. Aproveitou para verificar se a porta de correr que dava para o jardim e a área da piscina estava bem trancada, verificou as janelas de todo o primeiro andar. Estava tudo trancada, como o pai lhe ordenara que fizesse. Zoey rezava para passar aquela noite sem nenhum imprevisto.

Estava saindo da cozinha quando o celular em seu bolso começou a tocar no bolso de trás de sua calça jeans. Já era noite plena na cidade de Broken Arrow, Oklahoma. Zoey fechou os
olhos e retirou o telefone do bolso, ergueu-o e viu que não tinha nenhuma foto identificando quem ligava e muito menos um nome. Era desconhecido e ainda por cima ligava de um número restrito.

- Era só o quê me faltava, mais promoção - disse ela, levando o celular à orelha. - Alô?

- Como vai, Zoey? - era claramente uma voz masculina, com certo tom de estática, o quê tornava as palavras ditas meio difíceis de entender. - Como está a noite sozinha?

- Quem é que está falando? James se for você eu juro por Deus que arranco sua língua! - gritou ela para o telefone e desligou.

Subiu as escadas a passos largos, estava quase no topo quando o celular começou a tocar novamente. Zoey suspirou e olhou para a tela. Número restrito. Ela atendeu, já com os nervos a flor da pele.

- James, não tem a menor graça! Se você...

- Se você desligar na minha cara de novo juro que arranco seus dedos um por um e enfio nessa sua boca, vadia! - gritou a outra voz, furiosa.

- Mas o quê... - Zoey engoliu em seco quando percebeu com quem estava falando, ficara tão zangada que as palavras da pessoa do outro lado só fizeram sentido depois. Era o assassino, o Palhaço. - O-oquê você quer?

- Brincar - disse a voz em tom risonho.

- Não estou para brincadeiras, senhor Assassino - disse Zoey, tentando soar o mais descontraída possível, porém suas mãos e pernas tremiam de um jeito incontrolável. - Estou armada
e se...

- Zoey, Zoey, Zoey - disse a voz rouca e com estática. - Mentir é muito feio, omitir é pior ainda. A quanto tempo você não vomita depois de comer? A quanto tempo esconde isso de seus pais e amigos? As pessoa. descriminam pessoas assim como se fosse uma deficiência - houve uma pausa do outro lado da linha. Zoey tinha o coração aos pulos, ninguém poderia saber aquilo. - Você não merece a vida que tem. Então, sugiro que comece a correr!

Zoey ficou muda ainda com o celular grudado na orelha. Ouviu um rangido de uma porta sendo aberta e de repente, a porta de seu quarto se escancarou. Ainda estava parada no corredor em frente à sua porta. Zoey abriu a boca, assustada quando viu o desgraçado ali dentro e de relance viu a janela dentro do quarto aberta, as persianas balançando com a brisa fria da noite.

Do sobretudo negro do Palhaço surgiu um facão. Zoey não se deixou intimidar por nem mais um segundo, levantou uma perna e chutou a barriga do assassino, desequilibrando o desgraçado e fazendo-o cair no chão. Aproveitando a chance Zoey correu e desceu as escadas, pulou os últimos três degraus e correu pelo hall até a porta, girou a maçaneta, mas não conseguiu abrir.

- Merda - disse ela, lutando, desesperada para girar a chave e tirar a correntinha do trinco. Foi tarde demais quando finalmente conseguiu, Zoey olhou para trás no último momento ao sentir os passos do Palhaço vindo em sua direção e viu que ele estava mais perto do que tinha esperado. Tentou abrir a porta, mas foi para o lado no exato momento em que a lâmina encontrava o ponto exato onde sua cabeça estava.

Tropeçou em seus próprios pés ao se afastar em direção à cozinha, sairia pelos fundos e correria para a casa de Siennah, se o assassino estava ali ela também não estava segura.

Zoey entrou pela porta da cozinha aos tropeços, deu a volta na mesa e abriu a porta corrediça. Saiu para o ar frio da noite, olhou para trás e viu o desgraçado dando a volta na mesa. Zoey apressou o passo e praticamente se jogou no portão que separava seu quintal do dos Young. Caiu no chão ao tropeçar em um urso de pelúcia...

Levantou-se sem fôlego e sem forças, seu pé doia demais, já parecia ter inchado, latejava de um jeito que ela nunca sentira antes. Foi tropeçando até a porta corrediça da cozinha dos Young.

Testou a porta e viu que estava trancada. Gritou o nome da amiga, mas não obteve resposta nenhuma. Foi quando viu atrás do balcão de grânito um braço com algumas pulseiras, mas tudo o quê Zoey conseguiu enxergar ali foi a pulseira da amizade que dera a Siennah. A mão da amiga estava ensanguentada.

Zoey quis gritar, mas ao olhar para o vidro, viu que o Palhaço tentava se esgueirar por trás dela, a fim de pegá-la de surpresa. Jogou-se para o lado no momento em que a lâmina passou por sua cabeça, fazendo um corte superficial em sua bochecha e depois indo se chocar contra o vidro. A porta corrediça se estilhaçou e o assassino se desequilibrou, caindo para dentro da cozinha dos Young.

Zoey rolou sobre si e se levantou tentando nivelar o peso para sua perna boa. Queria gritar para o desgraçado, pegar uma faca e cortar a garganta de quem quer que seja. Ao invés disso, Zoey correu pelos lados da casa e saiu na fachada. Chegou até à calçada e voltou para os terrenos de sua casa.

Um carro tinha parado no meio-fio e dele, agora, saía seu namorado.

- Mason! - gritou ela, correndo o mais rápido que conseguia com sua perna machucada. Mason olhou para ela, sobrancelhas erguidas e os cabelos loiros bagunçados pela brisa.

- Zo? O quê aconteceu? - perguntou ele assim que ela chegou mais perto. Mason arregalou os olhos quando viu o corte em sua bochecha e o pé lesionado.

- O assassino... Ele veio atrás de mim... Acho que... Siennah está... - Mas Zoey não terminou a frase, sentiu o mundo girar em sua visão e de repente seu corpo se desestabilizou, caindo para a frente e sendo tragada pela escuridão.

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Voltei, pessoas!!!

Espero que gostem desse capítulo e que compartilhem a minha dor kkkkkkkkkkkkkkkk

Penumbra - Livro 1 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora