Penumbra - Livro 1 - Trilogia do Assassino

Capítulo 37 - Circo Dos Horrores

DREW CAMPBELL acordou na manhã de 4 de novembro, terça-feira com uma sensação ruim na boca do estômago. Levantou-se da cama meio letárgico, imaginando que tipo de reação seu corpo teria a seguir com todas aquelas pizzas que tinha comido na noite de ontem. Sua cabeça doía um pouco. Mas era apenas isso.

Pegou roupas limpas de dentro do guarda-roupa. Saiu do quarto e foi tomar um banho. Tinha acordado mais cedo do que o normal, mas já podia ouvir a mãe fazendo o café da manhã e a voz de Clare ecoando lá embaixo. Não ouvia a voz do pai em lugar nenhum, de uns dias para cá ele tinha começado a voltar para casa muito tarde e a mãe quase nunca parava em casa agora. Drew ainda sentia a culpa que carregava sempre que olhava para um dos dois.

Tomou um banho rápido, se secou e vestiu uma camiseta azul, calça jeans e tênis. Saiu do banheiro e pegou a mochila e o celular no quarto. O cheiro de bacon pairava no ar da cozinha. Sentou-se ao lado de Clare, aceitou o prato que sua mãe ofereceu.

Comeu, beijou a bochecha da mãe e da irmã, e saiu para mais um longo dia de aula. Ligou o motor do SUV e seguiu o caminho que dava na casa de Olívia.

Assim que ela entrou no carro, fechou a porta e se recostou no assento sorrindo para ele, Drew se inclinou e a beijou. Foi um beijo demorado e desejoso, que demorou mais do que ele previra. Sorriu para ela ao se afastar vendo-a corar violentamente.

- Amo ver você corar - disse ele em um sussurro, fixando os olhos no rosto dela.

- Ah, é? Posso saber o porquê? - perguntou Liv, desviando os olhos de Drew por pura timidez.

- Não sei. Sua timidez é algo que mexe comigo, não consigo explicar - respondeu Drew sentindo o rosto esquentar um pouco, mas seus olhos nunca deixaram o rosto de Liv. Sempre procurando ver qualquer reação negativa que ela pudesse ter. Porém, tudo o que viu no rosto dela foi mais timidez.

Dessa vez foi ela quem se inclinou para ele, beijando-o na face.

Como de costume pararam na Starbucks para comprar café. Mas dessa vez Olívia foi quem se ofereceu para pagar. Drew não discutiu, sabia que se falasse alguma coisa, acabaria ferindo o orgulho dela e não queria isso. Ela voltou para o carro trazendo o expresso de Drew em uma mão e na outra seu capuccino.

Drew bebeu um longo gole do café e voltou a dirigir.

Um silêncio confortável se seguiu até que chegaram na escola. Drew sentia-se muito a vontade com Olívia, parecia que a conhecia desde sempre. Conhecia a sensação que a atração causava em seu corpo, mas tinha certeza de que ainda não era amor. Demoraria muito tempo para que estivesse inteiro novamente e Liv parecia saber disso.

Estacionou o carro na mesma vaga de sempre, próxima à saída, saíram e rumaram para a escola. Drew parou antes que alcançassem as portas do prédio principal que dava para os corredores cheios de armários de metal.

O celular estava tocando no bolso de trás das calças jeans.

- Alô? - ele disse ao constatar que era a sra. Griffin, mãe de Mason.

- Olá, Drew, querido - disse a voz fina da mulher.

- Oi, sra. Griffin - estranhou Drew, a mãe de Mason nunca ligava a não ser para confirmar se ele estava com Drew ou com qualquer outro amigo. - Posso ajudar em alguma coisa?

- Sim. Pode me dizer se meu filho passou a noite na sua casa ou na de algum dos outros amigos? - perguntou ela soando um tanto apreensiva.

Drew sabia que Mason tinha levado Zoey para casa, era possível que ele tivesse dormido na casa dela e esquecido de avisar a mãe. Mas, olhando para dentro do prédio conseguiu ver que Zoey já estava na escola, mexendo no armário e nada de Mason.