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Desculpem os erros, eu sempre deixo passar algum. Boa leitura.

3 de Dezembro, 2020

A neve caia lentamente no chão. O sol era uma das coisas que quase não eram vistas naqueles tempos frios e congelantes. O Presídio de Constriction nunca conseguia garantir que os presidiários não sentissem tanto frio nessa época, mas também, pra quê? Se eles estavam ali, mereciam sofrer, não?

Louis, exclusivamente, sempre amou o inverno. Tanto porque isso indicava a proximidade do seu aniversário, quanto também porque ele sempre amou a neve. Quando criança, seu pai o levava para brincar na neve um pouco distante de onde o circo ficava, para que eles tivessem um pouco de paz sem o barulho de animais e pessoas juntos. Lembra vagamente de quando ele construiu um boneco de neve, mas seu pai fez questão de derrubar, fazendo-o ficar com raiva de Troy e o ignorar até o caminho de volta para o circo.

Essa lembrança fez Louis suspirar, tocando o pingente em seu colar em forma de cartola de mágico. Para as outras pessoas, isso não faria sentido algum. Por que eu teria um pingente de cartola de mágico? Bem, Tomlinson tinha um. Servia como um gatilho para lembrar-se de seu pai e dos tempos que viajava com o circo.

"E nunca se esqueça, Boo. As coisas nunca são como parecem ser."

Essa época de mágica e circo não durou muito. Quando completou 13 anos, Johhanah, a mãe de Louis, foi atrás dele. Ela queria sua criança em
casa e a salvo, e não viajando por aí com um mágico de circo. Foi nesse momento em que a vida de Louis começou a desandar. Jay não era uma mãe presente, sempre passava a noite fora e pela manhã estava de ressaca. No começo, Louis até se importava, mas quando cresceu e tomou consciência do que a sua mãe fazia e a generosidade acabou de vez. E junto com isso, a vontade de sair daquela casa também. Mas Louis nunca deixou de praticar, todos os dias reservava duas horas para treinar seus truques. Era uma paixão e eles nunca desistiria dela.

- Tomlinson. – uma voz dura o interrompeu dos seus pensamentos, fazendo-o sobressaltar-se e voltar-se para o dono da voz, o qual era apenas um guarda empurrando o seu almoço pela entrada respectiva para comida. – Hora do almoço.

Agora que Tomlinson tinha uma cela só para si (devido ao tanto de brigas e quase ter causado uma morte de um dos detentos), ele não saía mais dela. A não ser para higiene ou visitas (algo que ele nunca teve).

O moreno se arrastou até o local e se ajoelhou, pegando o recipiente de isopor e abrindo, tendo vontade de vomitar em cima daquilo, mas era o que tinha e ele não faria a frescura de ficar sem comer. Ele precisava sobreviver naquele lugar. Precisava mostrar que não importava aonde, ele continuaria forte.

Mas... Pobre Louis. Esses pensamentos serviam apenas para mascarar o que ele realmente queria: impressionar Zayn. Louis vem tentando (e sempre falhando) em impressionar Zayn desde o momento em que pusera os olhos nele. Sempre fez tudo pelo moreno, sempre atendendo às suas vontades e fazendo tudo o que ele mandava fazer, mesmo sendo contra a vontade de Louis. O garoto chegou até a se apaixonar por ele! Mas, para Zayn, Louis é só mais um. Malik não pode deixar de admitir que Louis é uma pessoa incrível, mas nunca o olhará do jeito que Tomlinson o olha.

Louis estava tão cego que mal via que Zayn só estava o usando.

Ele terminou de comer e deixou o recipiente em algum canto do quarto, em seguida deitando-se na cama (se é que aquilo poderia ser considerado como cama). Louis mal esperava para sair dali. Zayn havia prometido que iria buscá-lo, porém já se fazia dois meses.

Não se desespere, Louis. Com certeza eles apenas ainda não acharam o local. Afinal, eles não iriam colocar uma das pessoas mais perigosas de Londres em um presídio qualquer, não é? Apenas tenha calma. Era o que ele pensava toda a vez que a esperança de que os meninos iriam atrás dele começava a diminuir.

Exquisite Love  (l.s. au!criminal)Onde histórias criam vida. Descubra agora