Capítulo 3

92 13 0
                                    

SOPHIA

Estava no mercado, e logo ao chegar até o caixa vi um cartaz "Baile da Primavera", é um baile que tem todo ano aqui na cidade, no clube. E toda a cidade vai, é uma ótima oportunidade de tentar reencontrar minha melhor amiga Fernanda. Quando resolvi sumir dessa cidade, deixei o celular para trás e consequentemente perdi o contato da minha amiga. Passei minhas coisas no caixa, e ao chegar em casa encontro com Henri e meu pai assistindo a um filme.

- Oi Pai, Oi Filhote

- Oi mamãe

Ele se levantou e veio em minha direção, e eu me abaixei e o peguei em meu colo

- Pai, vai ter o baile da primavera no final de semana

- Você quer ir? – Ele me olhou confuso

- Quero ir para tentar encontrar com a Fernanda, fui lá na casa dela e ela não mora mais lá

- Você sabe que você vai encontrar com o Vitor né?

- Sei, mas é um risco, preciso encontrar minha amiga, pai

- Então vai filha, nós ficamos com o Henri pra você

- Obrigada

Ainda com Henri no meu colo, fui até em casa para descansar um pouco e curtir meu filhote

E então chegou o final de semana, passei o dia todo aproveitando cada minuto com o Henri, e na hora da soneca dele, aproveitei para fazer minhas unhas, e dar um jeito no meu cabelo.

Após tomar meu banho, coloquei um vestido com a estampa de algumas flores e fiz uma trança em meu cabelo, e fiz uma maquiagem básica com meu batom vermelho. Meu coração parecia que iria sair pela minha boca, e agora? E se eu encontrar com o Vitor mesmo, se ele vier falar comigo? "Ignora ele, somente ignora", minha consciência me dizia. Bom, na teoria vai ser fácil, mas e na prática? Enfim, os ingressos já estão comprados, vamos lá.

Deixei o Henri com a minha mãe na casa da frente, chamei um táxi e assim que ele chegou entrei no carro, com meu coração acelerado, mãos suadas e uma coragem que estava querendo ir embora.

Chegamos na frente do clube, e após pagar o taxista saí do carro. Respirei fundo e entrei em uma pequena fila, entreguei o ingresso para a mulher e ela liberou minha entrada. Algumas pessoas que me conheciam, e conheciam minha família já começavam a me reconhecer e cumprimentar. Caminhei até o bar e pedi uma água, olhei todas aquelas pessoas, a grande maioria me conhecia, e conhecia a história da Sophia fujona, da Sophia traída, da Sophia ingênua, da Sophia que acreditou no amor e saiu da cidade com um coração partido, e um filho na barriga mas isso ninguém sabe, e nem precisa saber. Abri minha garrafa de água, e comecei a andar por todo o clube, olhando toda a decoração que haviam caprichado por sinal, algumas pessoas rindo, outras bebendo, outras já comendo, outras dançando discretamente. Andei até a área da piscina, pensei que aquela área estaria vazia, mero engano. Porque ali, meu coração faltou sair pela boca, minha perna enfraqueceu, foi ali que eu o vi. Ele estava sentado com uma galera, a mesma galera que ele sempre andou. Muitas garrafas de bebidas ao redor, alguns fumavam, outros somente bebiam, e ele estava cheirando uma carreira de cocaína. Meu coração se quebrou, eu nunca senti uma dor tão grande, ver o homem que você amou e o pai do seu filho nessa vida. Virei para sair dali o mais rápido possível, as lágrimas já começavam a brotar. "Vai chorar por isso?" Minha consciência já tentava me acusar. E foi quando senti alguém trombar com tanta força em mim, que acabei me desequilibrando do salto, e fui direto para água. Por pura sorte, ou não todos olharam, saí da piscina e tirei meus sapatos

- Moça me descul... – A garota que trombou em mim começou se desculpando e logo parou – Sophi?

Olhei para a garota, e era ela, minha melhor amiga estava ali.

- Tinha que ser você mesmo né Fer? – Dei uma risada

Nos abraçamos tão forte, e deixei que todas as lágrimas que chorei por 3 anos de saudades dela, viessem a tona

- Amiga, que saudade, porque você sumiu?

- Foi necessário amiga, que bom que te encontrei apesar de estar toda molhada

Ela deu risada, e ao olhar para a galera do Vitor, estavam todos me olhando. Uns com curiosidade, outros rindo devido a minha queda, e Vitor confuso.

Ele levantou e veio em minha direção, minhas pernas vacilaram, ao invés de me ajudar e me fazer sair dali, elas simplesmente resolveram travar.

- Sophia? - Ele disse ao parar na minha frente


Um Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora