VITOR
Saí da casa do meu pai com um só pensamento, Ana Sophia vai me ouvir nem que eu tenha que gritar pro bairro inteiro ouvir. Como pode uma mulher esconder um filho assim? Ela é louca ou usou droga? Quem usa droga aqui sou eu, e nunca fui tão idiota. Cheguei na frente da casa dela, desci do carro e apertei a campainha, dona Flávia saiu e percebi pelo seu olhar o seu nervosismo.
- Oi filho
- Cadê tua filha ?
- Ela saiu, foi no mercado
- Eu espero
- Quer entrar? Você ta nervoso, vem tomar um chá
- Eu não quero chá não Flávia, eu quero mesmo é esganar sua filha, e fazer ela me ouvir nem que pra isso eu tenha que gritar pra esse bairro inteiro ouvir
Olhei para trás e lá vinha ela, com o garoto. Ela estava linda, ainda mais linda do que sempre foi, mas a maternidade fez com que ela ficasse mais ainda. Aquele garotinho, ele vinha rindo de algo e ela ria junto. Ao me ver, ela ficou tensa, ela foi se aproximando e a medida que ela se aproximava eu sentia que a qualquer momento eu fosse vomitar de nervoso. Ao mesmo tempo que eu tinha vontade de socar aquela garota, eu tinha vontade de agarrar ela ali mesmo e matar a saudade que eu tinha dela.
- Oi Vitor
- Oi Sophia, precisamos conversar
- Eu não tenho nada pra falar com você
- Ah mas você tem sim – Respirei fundo e olhei para ela sério
- Espera, vou levar ele pra dentro
- A conversa é longa, e é melhor que não seja aqui
Ela entrou e levou o garotinho para dentro, e logo voltou com uma blusa de frio.
- Aonde você quer conversar? Na sua casa é que não é né?
- E porque não? – Falei cuspindo as palavras
- Porque tudo que menos quero agora é estar em um ambiente fechado com você, até porque não sei o que vou encontrar lá né
Ela jogou uma indireta e eu saquei sobre o que ela estava falando, ela me viu louco. Ela entrou dentro do carro, entrei também e dei partida. A medida que eu andava com o carro para bem longe dali, cada minuto ela bufava e enxugava as mãos nas pernas, uma mania que ela tem quando está nervosa. Entrei em uma estrada de terra, e parei próximo a uma cachoeira. Essa cachoeira que vim muitas vezes sozinho para pensar. Desci do carro e ela ficou lá dentro
- Desce que agora você vai me ouvir
Ela desceu, e veio caminhando atrás de mim, enquanto eu dava alguns passos próximo a água.
- Primeira coisa, aquele menino, é seu filho certo?
- É, ele é meu filho
- Quem é o pai dele?
- Não interessa
- QUEM É O PAI DELE ? – Gritei – EU SOU O PAI DELE SOPHIA?
Ela deu um passo para trás pronta para correr, ou até mesmo ir até o carro novamente
- Não se atreva a sair daqui, você só sai daqui depois que eu falar tudo, agora me responde aquele menino que estava com você, é meu filho?
- Victor, por favor ..
- Eu quero saber, meu pai me mostrou uma foto de quando eu era criança, e ele se parece muito comigo e você vai me responder essa pergunta ou não saímos daqui hoje
- Seu pai não tinha esse direito – Ela falava e as lágrimas rolavam
- Se aquela criança for minha, sim ele tinha. – Falei com uma calma que eu não estava sabendo da onde estava vindo
- Henri Lucca, esse é o nome dele
- Então ele realmente é meu? Porque quando nós estávamos juntos nós escolhemos esse nome
- Sim, ele é seu
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Um Grande Amor
RomanceEssa é a história de duas pessoas que uma circunstância os separou. Vitor Hugo é DJ e desde que Ana Sophia sumiu se entregou as festas, bebidas e até mesmo as drogas. Ana Sophia é uma fotógrafa que com seus quinze anos foi morar com o tio na França...