Capítulo 31

52 7 2
                                    


Vitor 

- Filho, você que quis assim, então fica na tua ai curtindo teu filho e deixa ela

- Eu sei pai, mas é complicado eu amo ela

Sentei no chão e comecei a brincar com o Henri com o monte de carrinhos que ele trouxe, enquanto meu pai ficou sentado no sofá conversando comigo durante a tarde.

A campainha tocou, e minha mãe foi atender. Não demorou e entrou ela e o Felipe logo atrás

- Fala mano que saudade viado – Ele me abraçou forte

- Eu também mano, e ai como ta a vida sem mim? – Brinquei enquanto ele sentava no sofá e eu sentei no chão novamente

- Melhor impossível – Ele caiu na gargalhada e eu joguei uma almofada nele – Zoeira cara, é meio entediante mas logo você ta de volta

- Com certeza

- Tá sabendo da festa das mascaras que vai ter hoje a noite?

- Aonde?

- No clube, aquele clube lá só sabe dar festa

- E você vai? – Peguei um carrinho e comecei a mexer na roda dele

- Eu vou, pelo que eu sei a Sophia vai estar lá

- Vai ver ela vai com o novo namorado dela

- Ixi, de onde você tirou essa ideia ? – Ele me olhou confuso

- Eu ouvi ela falando no telefone com um cara hoje mais cedo

- Esse cara sou eu – Ele cantou e soltou uma gargalhada

- Você? – Perguntei já sentindo o ciúmes novamente

- Sim, eu precisava de uma ajuda com a roupa da festa e como minha irmã estava com as amigas, liguei pra ela

- Hum

- Mano, nem vem ficar com ciúmes de mim não, você sabe que comigo não rola, mulher de amigo meu pra mim, é homem – Ele riu e eu ri também

- Foi mal

- Quer ir comigo na festa?

- Não sei se é uma boa ideia, tenho um pouco de medo

- Mano, primeiro você vai estar comigo, segundo você precisa ter a certeza que você pode estar em todos os lugares e não ser contaminado com essas porcarias, não adianta ficar aqui trancado e não enfrentar o grande desafio

- Mas aonde vou arrumar uma mascara agora?

- To com uma reserva lá em casa, um amigo da minha irmã ia e acabou não dando certo e ela me deu

- Beleza, passa aqui então, eu vou

- Firmeza mano, mas fala ai como foi esses meses?

Contei pra ele como tem sido meus dias entediantes, até que nem tanto porque lá eu tenho que trabalhar, e isso até que mantem a mente ocupada. Final da tarde fui pro banho, coloquei uma calça social preta e uma camisa branca, minha mãe colocou a gravata em mim e o terno. Arrumei meu cabelo e peguei a máscara. Peguei minha carteira e meu pai soltou um "juízo" e assim que saí o Felipe chegou no carro dele. Entrei e fomos a caminho da festa. Chegamos e compramos nossas entradas, e entramos. A decoração estava bem caprichada, as pessoas já se cumprimentavam e conversavam, algumas se conheciam, porém outras não. Coloquei a mão no bolso e comecei minha procura, sim eu vim aqui por ela.

- Olha ela ali – Felipe falou e apontou para um pouco mais a frente

Ela estava com um vestido cor de vinho, com um sapato de salto preto. Seus cabelos estavam metade preso e metade soltos. Sua máscara era da mesma cor do vestido, e seu batom vermelho. Mesmo que o Felipe não tivesse falado eu a reconheceria a quilômetros de distancia.

- Como sabe que é ela ali?

- Eu vi a máscara dela hoje mais cedo

Fomos ao bar, e ele pediu um refrigerante para nós. A bebida é uma porta muito grande para eu querer mais coisas, então é melhor eu evitar. Minha máscara cobria uma boa parte do meu rosto, então eu poderia olhar a Sophia o tempo todo. A festa já estava lotada, pessoas já dançavam na pista, e uma menina veio tirar o Felipe pra dançar. Começou tocar uma música agitada, e a Sophia que estava perto de umas meninas, que começaram a dançar, ela movimentava o corpo de uma forma leve, me aproximei e comecei a dançar próximo dela, conforme as amigas foram se afastando, eu fui me aproximando ainda mais. Ela notou a minha presença e no início ficou um pouco tímida, mas depois começou a se soltar, a música mudou de repente para uma música mais lenta, mas ela continuou dançando, segurei em sua cintura e trouxe seu corpo para perto do meu, aproximei meu rosto próximo do seu pescoço e senti seu cheiro, aquele perfume perturbador, como ela sempre fez levou suas mãos até minha nuca e subiu até meus cabelos. Afastei-me um pouco e segurei em seu queixo, aproximei minha boca da sua e mordi seu lábio inferior, sua respiração estava descompassada, assim como a minha também estava. Selei nossos lábios e assim que ela deu a passagem iniciamos um beijo lento, com uma das minhas mãos segurei firme em sua cintura, e a outra levei até seus cabelos e o puxei levemente. Desci essa mão que estava em seus cabelos para sua cintura também e colei mais nossos corpos. Rompemos o beijo, e continuamos nossa dança. Ela se virou ficando de costas pra mim e encostou seu corpo no meu. Aquilo estava me deixando completamente louco, uma vontade absurda de levar ela pra casa. Me controlei, ela se virou de frente pra mim e levou suas mãos até meu rosto, intercalou seus olhares entre minha boca, e meus olhos. Ela sabia quem eu era.

- Eu sei que é você, de longe reconheci

- E porque não se afastou? – Perguntei com a boca bem próxima da dela

- Porque eu precisava disso tanto quanto você

Sorri e ela também sorriu, aquele sim era o sorriso que eu senti tanta falta, segurei em seu rosto e a beijei novamente.

Ela se afastou e foi passar o restante da festa com as amigas, saí do clube, e lá estava a rodinha de "amigos". Lá estavam eles na farra, com bebidas ao redor, cigarros e muitos deles riam muito. Outros apenas sentiam o "calor do momento". Usavam todo tipo de droga, o cheiro da maconha chegou até onde eu estava, me lembrei de tudo o que eu passei por inconsequência, por fraqueza. Reuni todas as forças, e entrei novamente para dentro do salão. Não encontrei mais com a Sophia, e o Felipe veio de encontro informando que precisava ir embora com uma gata. Ele me deixou na casa dos meus pais, entrei e fui direto pro banheiro. Tomei um banho, coloquei minha samba canção, deitei na minha cama, ao lado estava o Henri que dormia tranquilamente. Imagens da noite viajavam pela minha mente. Por fim, eu consegui pegar no sono.

Passei o domingo todo aproveitando cada minuto com o Henri, e logo no final da tarde, meu pai me levou de volta para a clínica.


Um Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora