Capítulo 32

53 9 0
                                    



SOPHIA

Quando aquele homem se aproximou de mim para dançar, de longe senti aquele perfume tão reconhecido para mim, ele não falou somente se aproximou e começou a dançar. Por um momento, pensei em sair de lá. Mas eu precisava, eu precisava ficar perto dele dessa maneira nem que fosse a última vez. Quando ele puxou minha cintura e aproximou nossos corpos eu senti uma descarga elétrica em meu corpo inteiro. Aproveitei aquele beijo o máximo que eu pude, e pra ser sincera se tivesse ficado mais cinco minutos com ele, teria ido pra casa ou para qualquer canto daquele lugar com ele. Agora estou aqui em casa, sozinha pois o Henri está lá na casa dos pais dele, com ele. Aquele beijo não me sai da cabeça, o toque de suas mãos, sua voz, e o que ele ainda causa em mim. No domingo, acordei quase na hora do almoço. Comi somente uma salada, e fui fotografar um aniversário infantil. No final da tarde, passei na casa da Lara e do Beto para buscar o Henri, mas com aquela esperança de vê-lo novamente, entrei na casa e o Henri estava na sala assistindo televisão

- Oi filho

- Oi mamãe - Ele levantou e pulou em meu colo

- Eles já foram – Lara falou com tristeza

- Vai passar rápido, você vai ver

Senti uma tristeza muito grande, eu queria vê-lo, nem que fosse por um ultimo segundo. Peguei as coisas do Henri e fui pra casa com ele. Ele correu para o quarto, ligou a televisão e ficou assistindo desenho.

DOIS MESES SE PASSARAM

- Oi Guga – falei no viva voz enquanto organizava o estúdio

- Fala Soso – ele riu do apelido ridículo que ele me deu

- O que manda?

- Seguinte, recebemos uma proposta

- E qual seria? – Abri minha agenda para verificar os clientes

- Abrir um estúdio em Miami, além de estúdio iremos dar aulas de fotografia, local já está comprado e equipado com tudo o que precisamos

- Oi? Como assim? – Larguei a agenda

- Um diretor de uma empresa aqui, já foi fotógrafo e abandonou tudo. E ele viu em nosso estúdio muito potencial, e ele tem um estúdio enorme em Miami, mas está fechado porque ele não conseguiu se virar sozinho e ofereceu para ser nosso sócio, já tem tudo no lugar

- Nossa Guga, é uma oportunidade perfeita

- Sim, iremos crescer muito, poderíamos deixar alguém responsável pelo estúdio daqui, você deixa alguém responsável aí e vamos pra lá

- Eu preciso pensar, eu não posso ser egoísta e deixar o Vitor sem o Henri novamente.

- Você tem que pensar na estabilidade financeira que você vai ter, vai dar tudo o que o Henri precisa, você precisa parar de abrir mão de tudo pelo Vitor, e deixar oportunidades como essa passar

- Estou pensando no Henri, ele vai sentir falta do Vitor

- Não, você está pensando em você. Você tem que parar, se ele não deu valor, paciência, segue tua vida e dá uma vida boa pro seu filho

- Guga, mas isso é pra quando?

- Daqui alguns meses, ele já começou dar uma reforma lá

- Tudo bem, então até lá eu penso o que eu vou fazer

- Ta bom Soso – Novamente ele riu

- Apelidinho ridículo hein?

- Te amo chata

- Eu também

Desliguei o telefone assim que a ligação encerrou, sempre quis ter um estúdio lá em Miami, agora com essa oportunidade. Mas e como fica o Henri? Ele agora entende que tem um pai, um pai que o ama e eu não posso fazer isso com ele. A campainha tocou me despertando, e abri a porta do estúdio para a minha primeira cliente do dia. Essa decisão vai ficar pra depois.

Dois Meses se passaram desde que recebi a grande proposta da minha vida. Minha cabeça não para de pensar em o que eu vou fazer, se eu aceito ou não.

Passei no Starbucks para pegar um café antes de ir para o estúdio. Caminhei até o caixa pagar, e ao me virar tive uma decepção muito grande, em uma mesa afastada estava o Vitor e a Luiza, sim a Luiza ex-namorada dele, ele não avisou que havia voltado, nem sequer para ver o Henri. Minha cabeça girava, e meu coração estava muito apertado, paguei meu café e saí daquele lugar, não consegui engolir o choro como dizia minha mãe, as lágrimas rolavam sem controle, entrei no carro e fui até o estúdio, estacionei e fiquei ali no carro mesmo chorando, tentando me acalmar pra atender minhas clientes. Tomei meu café, e respirei fundo. Sequei as lágrimas e saí do carro, cabeça erguida que os clientes não tem culpa da minha falta de sorte. No horário do almoço, liguei para o Gustavo

- Fala Soso

- Oi Gustavo

- Ihh, o que aconteceu? – Ele perguntou preocupado

- Nada, só liguei pra avisar que eu aceito a proposta

- Tem certeza que não aconteceu nada?

- Outra hora, está chegando cliente preciso desligar, beijos

Desliguei o telefone, fui até o banheiro e lavei o rosto. Meu coração estava em pedaços, eu realmente tinha uma esperança de quando o Vitor voltasse as coisas poderiam mudar. Mas eu me enganei, e com esse engano vou seguir a minha vida longe daqui, chega. Pra mim, já deu. Amo ele, amo demais. Mas não vou mais aceitar migalhas, não vou mais abrir mão de propostas boas e viver em favor de uma pessoa que ao invés de ir ver o filho está tomando café com a ex.

- Fer

- Oi amiga

- Vem aqui um pouco

- Oi – Ela entrou na sala

- Você acha que você consegue dar conta desse estúdio sozinha?

- Como assim fia? – Ela se sentou e ficou me olhando confusa

- Eu vou pra Miami, vamos inaugurar um novo estúdio lá. A principio eu não ia, mas agora decidi ir e quero deixar você responsável por esse aqui

- Claro que eu aceito, é uma honra poder cuidar de algo seu

- Obrigada amiga, eu vou te recompensar

- Me pagando uma viajem por mês lá pra Miami, tá tudo certo

Demos risada, e comecei a passar algumas coisas pra ela. Durante a tarde, cada cliente que atendi avisei que a nova responsável pelo estúdio seria a Fernanda. 

Um Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora