SOPHIA
UMA SEMANA DEPOIS
Cheguei no Brasil, desci do avião e fui pegar nossas malas. Assim que peguei caminhei de mãos dadas com o Henri, entramos em um táxi e fomos pra casa. Ao chegar, o Henri foi direto pra casa da minha mãe, enquanto eu fui pra casa deixar as bolsas e logo fui pra lá, tinha um belo de um almoço nos esperando, sentamos com eles na mesa e comemos.
- Mamãe, cadê o papai?
- Filho, o papai ta dodói, ele ta no médico se cuidando, logo logo você vai ver ele ta bom? – Dei um beijo na testa dele, e ele correu pra sala brincar com meu irmão
Ajudei minha mãe com as louças, enquanto conversamos sobre o Vitor, logo fui pra casa e dei uma arrumada lá enquanto o Henri matava a saudade da minha família. No fim da tarde, peguei o Henri e fui até a casa da Lara e do Beto, assim que toquei a campainha o portão se abriu, e nós entramos
- Vovóóóó – Ele correu até a Lara e deu um abraço nela
- Vovôôôô – E fez o mesmo com o Beto
Sentei no sofá, e o Henri correu para o quarto de brinquedo dele, aliás primeiro foi acordar a Bruna.
- E ele como está? – Perguntei
- Primeira semana sempre é bem difícil, está passando por algumas crises de abstinência, a visita é somente depois de um mês dependendo do paciente
- Ele vai conseguir – Lara falou confiante
- Vai sim
Continuamos conversando e eles me explicaram como tudo aconteceu, é tudo culpa minha, a primeira vez foi por eu ter ido embora, agora foi pelo mesmo motivo. Uma onda de tristeza muito grande me invadiu, fiquei ali por mais um tempo, e logo peguei o Henri e fui pra casa.
UM MÊS DEPOIS
Hoje completa um mês que o Vitor está internado, parece que faz tanto tempo. Sinto uma saudade tão grande dele que chega a doer, combinei com o Beto de ir primeiro, porque depois preciso trabalhar no estúdio, é eu montei um estúdio de fotografia para mim aqui na cidade, que tem me mantido distraída por uma boa parte do meu dia. Mandei o Henri para a escola, e avisei que quem buscaria ele era os avós, Beto e Lara. Preciso ir sozinha vê-lo, saber como ele está primeiro para ver se mando ou não o Henri. Entrei no meu carro e dei partida, o caminho todo meu coração parecia que ia sair pela boca, ao chegar, estacionei o carro e entrei. Dei meus documentos, e uma enfermeira me acompanhou até o local, ele estava sentado em uma mesa de concreto embaixo de uma árvore, andei em passos rápidos até ele, e então ele ergueu o rosto e nossos olhares se encontraram, minhas pernas quase vacilaram, eu sorri e ele sorriu, mas não era o mesmo sorriso, não era aquele sorriso que eu tanto amo. Me aproximei dele, e então ele se levantou e nos abraçamos
- Que saudades meu amor – Falei com a voz já embargada
- Eu também – Ele beijou o topo da minha cabeça
Nos sentamos e começamos a conversar, ele me contou sobre os dias dele, contou que ainda está bem difícil, está passando pelas crises de abstinência, perguntou do Henri, entramos no assunto da minha viajem, e eu expliquei tudo o que estava acontecendo no estúdio, mas que já estava tudo resolvido.
- Eu preciso falar algo sério – Ele falou enquanto segurava em minhas mãos
- Pode falar – Senti um calafrio, o mesmo que senti quando recebi a ligação da Lara
- Eu – Ele respirou fundo, fechou os olhos e ao abrir vi lágrimas brotando – Eu quero terminar nosso namoro, se é que pode chamar assim ainda
- Ei, porque?
- Você não merece isso, você é linda, é uma pessoa alegre, cativante, você se tornou uma mulher, tem seus próprios negócios, criou nosso filho tão bem, sozinha, e eu sou um fracassado, nem um emprego sequer eu tenho, e você não merece passar um ano sozinha, esperando eu voltar
- Eu quero te esperar, eu amo você – Respondi e segurei em sua mão
- Eu também amo você, e é por te amar que preciso que você vá, viva sua vida, seja feliz porque comigo talvez você só sofra, talvez eu nem saia dessa vida
- Eu sei que você vai sair, e eu decidi esperar
- Não espere, por favor. Viva sua vida, e se um dia ainda for pra ficarmos juntos, eu sei que vamos ficar
- É essa mesmo sua decisão? – Suspirei cansada
- Sim
- Tudo bem, fica bem, seus pais vão trazer o Henri pra te ver
Levantei e saí dali, cheguei no estacionamento, e entrei no carro e desabei, eu passei por tudo e agora ele simplesmente decide que eu não mereço e que eu tenho que seguir minha vida?
- IDIOTA !!
As lágrimas banhavam meu rosto, eu não conseguia enxergar absolutamente nada, ótimo, como vou dirigir agora? Assim que me acalmei, mandei mensagem pra Lara confirmando ela pegar o Henri pra levar ele. Fui direto pro estúdio, passei uma maquiagem no rosto e esperei meus clientes, afinal, eles não tem culpa das minhas dores.
Uma, duas, três semanas se passaram a dor da saudade, da falta que ele me faz ainda é viva dentro de mim, mas tenho tentado ficar bem, o Henri é um amor, ele me alegra e me faz querer todos os dias levantar e encarar a vida, consegui um número bom de clientes para meu estúdio, o que tem ocupado a maior parte do meu tempo. A Fernanda está trabalhando comigo, ensinei algumas coisas pra ela, e ela tem me ajudado muito nesse processo de adaptação. Quando fui embora, demorei um bom tempo a me adaptar, mas creio que conseguirei. Ninguém morre de amor, então morrer eu não vou.
Q'5
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Um Grande Amor
RomanceEssa é a história de duas pessoas que uma circunstância os separou. Vitor Hugo é DJ e desde que Ana Sophia sumiu se entregou as festas, bebidas e até mesmo as drogas. Ana Sophia é uma fotógrafa que com seus quinze anos foi morar com o tio na França...