Capítulo II - Não Perca a Esperança

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    22 de Dezembro de 1999.

–Rei Donovan e Rainha Amália estão mortos! – as palavras emocionadas de Máyin saíram dele como facas para a multidão abaixo dele, a comoção foi imediata e ele lutava contra a emoção avassaladora – Estamos aguardando mais informações, averiguando o que já temos e logo haverá a proclamação de um novo regente.

A reação deles já era esperada: revolta e tristeza. Não conseguiam acreditar que o rei e rainha tão jovens poderiam ter morrido.

–Foi hediondo! – berrou um deles. Uma reação não esperada, desde que os feiticeiros eram conhecidos pela sua calmaria, mas ele foi o estopim da desordem.

Máyin se acalmou para conseguir conter a multidão que se enfurecia aos poucos.

–Acalmem-se, por favor. – ele suspirou – Estamos averiguando. – repetiu, massageando o peito que ainda doía.

Os guardas, que estavam no andar de baixo dos muros da entrada do castelo da Lua, abaixavam a bandeira da lua cheia para erguer em seguida a bandeira de luto do reino, a bandeira da lua minguante.

Eles esperaram, todos eles olhando a bandeira ser levantada no mastro. Silêncio cortante se seguiu e Máyin viu que estava na hora de sair. Haveria caos a partir dali e sua presença apenas atrapalharia.

Antes que ele passasse pelo portal principal, houve gritos: "Justiça." Ele nem sequer olhou para trás. Não podia transparecer sua insegurança diante de tanta tormenta.

Príncipe Nutrix e seu amigo, Romeo, estavam sentados na sala oeste de visitas, esperando e conversando. O menino de apenas quatro anos estava inconsolável por ter perdido seus reis. Logo nesse dia, pensou Máyin, enquanto entrava no aposento aquecido. A criança, órfã e enfeitiçada, foi dada à ele para ser treinado. Entretanto era tarde demais, Máyin já tinha criado um afeto pelo menino.

–O que fazem aqui? – perguntou se aproximando deles.

–Eles... Todos eles? – Romeo estava com os olhos inchados, era maior que o príncipe alado, este já tinha seus 10 anos.

–Não acharam as princesas. Mas ainda há esperança... – Máyin foi interrompido por batidas na porta atrás de si.

Era Éfti, sua imediata. Também estava com os olhos inchados e as bochechas vermelhas.

–O conselho está reunido no salão norte, senhor. – anunciou sem soluçar, mas a voz saiu forçada. Como se doesse falar.

Máyin apertou o ombro de seu protegido, passou a mão na cabeça do príncipe e saiu, parando ao lado de Éfti no corredor.

–Leve-os daqui. – sussurrou – É uma ordem. Os dois. Aqui não é seguro. Não hoje.

–Levá-los para onde, senhor? – ela colocou a mão na boca, reprimindo o choro.

–Para o Norte, sua estúpida. – ele rangeu os dentes e prosseguiu rumo ao salão.

Ele escancara as duas portas, fazendo o cabelo ser jogado para trás. As portas se fecharam sozinhas quando ele caminhou para o interior. Todos os olhos se voltaram para ele.

O conselho só era reunido em extrema urgência, coroações e julgamentos. Era constituído por Tenentes Verlôs escolhidos pelo Rei Thadeus, Conselheiros Mansht escolhidos pelo falecido Rei Donovan e Ansiões, os alados mais antigos do reino Zonoorsh.

Os tenentes estavam furiosos no extremo da mesa retangular, eram três: Thá-anz, o carniceiro de Thadeus, sua companheira Dargô e o adicional Phel.

Livro um - O Reinado De JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora