Romeo para frente e me guia para fora, um ato que me lembrou da cortesia "Primeiro as damas", concluo que Romeo não é tão cavalheiro assim.
-O que gostaria de comer?
-Aqui tem aqueles brownies? – olho em volta procurando garçons ou o rei desses alados que dançam descontroladamente e gargalham incansavelmente.
-Acho que sim. Talvez. –Romeo também procura algo na multidão.
Ele começa a andar e eu o sigo. A música ininterrupta e eletrizante é convidativa, como se me atraísse a me mover sem medo de me machucar ou machucar os outros, mas me controlo ao extremo, apenas meu quadril mexe, pois ele tem vida própria. Enquanto corro para acompanhar os passos largos de Romeo, alguns alados me oferecem seus próprios copos com aquele líquido com cor de arco-íris pulsante e me lançam aqueles sorrisos ofuscantes, sinto-me rodeada por fadas, pois todos eles brilham a luz das estrelas.
-Kaya, oi. – Romeo grita quando nos aproximamos do fim da multidão. – Julieta pediu Colkin. Teríamos Colkin?
Kaya visivelmente foi visitada por Lucy, está usando um vestido vinho, ainda uma túnica, mas amarrado como um vestido curto, cavado e decotado. Seus olhos estão perfeitamente delineados e o azul parece se destacar como um farol. O cabelo trançado no ombro esquerdo e as asas absorvidas.
-Creio que não temos isso aqui. – ela responde com genuíno pesar – Sinto muitíssimo.
-Tudo bem. Só estou com fome. – passo por eles e fico ao lado de Nutrix que belisca cada canto com comida da mesa. – Quantas frutas! – encosto minha mão na dele e roubo uma uva, aparentemente uma uva.
Ele nem reage ao furto e pega um pão redondo.
-Protelis Uki. Pão com frutas e mel.
-Obrigada, rei Nutrix. – aceito o pãozinho e dou uma mordida. O doce faz minhas mandíbulas doerem.
-Não me chame assim. – ele pede.
-E como devo chamar você? – questiono enfiando o pão totalmente na boca.
-Minha mãe me chamava de pequeno botão, mas como já sou um adulto, não quero ser chamado de rosa ou flor. – ele pega outras frutas e divide para mim.
-Você quer um apelido? – reprimo uma risada.
Ele não responde, apenas dá de ombros.
Romeo fica do outro lado de Nutrix e enche a mão de pãozinhos.
-Minha lua, como amo essas bolinhas. – ele coloca uma atrás da outra na boca.
-Preciso me ausentar por uns minutos, poderia ficar de olho nela? Não deixe-a beber nada. – Nutrix pede a Romeo ainda focado nas frutas.
-Você sabe que eu o faria, mesmo sem pedir.
Nutrix pega um dos copos e vira de uma só vez.
-Saudade de quando isso funcionava? – zombou Romeo.
Nutrix apenas sorri e volta para Kaya.
-Os Anciões nos esperam. – ele enlaça o braço no dela e some na multidão na direção do castelo/árvore.
Como mais frutas e o resto dos pães com Romeo, quase brigando pelo último, nada que a frase "Sou sua rainha" não resolva. Converso com Romeo sobre humanos, ele alega que são superficiais, sem sentimentos e extremamente sem sentido, uma vez que não tenham uma única religião, um único criador, tudo se divide e se parte. Ele fez varias pesquisas sobre religiões e comportamento humano e, mesmo assim, é muito ignorante sobre o assunto.
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Livro um - O Reinado De Julieta
FantasíaJulieta levava uma vida estável e normal: Frequentava a faculdade, tinha um trabalho bem sucedido e até pensava em casar com seu namorado de longa data. Tudo mudou quando, no seu aniversário de vinte e um anos, seu namorado libertou as asas e revel...