<imagem: https://i.pinimg.com/564x/c2/51/cd/c251cd20adf972427d5c861ba2f2c194.jpg >
*
Olho atrás de Nathan, já perdendo o fôlego, ninguém vem atrás dele.
– Lucy. Cadê ela? – volto a perguntar – Cadê a minha irmã?
– Deixei-a em casa. Relaxa. – Nathan segura meus pulsos com carinho, não como Romeo o fez. – Não pude trazê-la até aqui.
Arregalo os olhos instantaneamente. Fico na ponta dos pés, quase dando pulos de ansiedade.
– Você foi à minha casa? Sozinho? Minha mãe...
– Tudo bem. Você está bem, né? – pergunta para mim, mas olha para Romeo. Enrijece a mandíbula ao ver as marcas das unhas de Dargô, embora não faça nada para me confortar.
Ele solta meus pulsos e se afasta. Como se Romeo tivesse falado algo. Percebo que ele está ferido em diversos lugares, os hematomas estão começando a aparecer.
– Você está bem? Isso parece horrível. – aliso seu abdômen reto de cima para baixo, onde há diversos cortes.
Ele estremece e se contrai, afastando-se mais uma vez.
– Precisamos conversar. – diz subindo a escada correndo.
Examino os degraus, inteiros e cobertos de cinzas, como se tivessem sofrido um incêndio e mesmo assim estivesse intacto. A fuligem secou e grudou. O prédio todo está assim quando olho ao redor, abandonado e imundo.
No momento que termino de examinar o local, meus olhos encontram os de Romeo, ele simplesmente sorri, divertido e convencido. Acho por um instante que ele quer que eu retribua, mas então, olho para o topo da escada, Nathan nos observa sério, quase sombrio. Pode ser apenas a falta da iluminação do local, mas ele parece um vampiro, branquíssimo no meio das trevas, um vampiro ou Bruce Wayne.
Romeo se volta para uma janela e desmancha o sorriso, focado em algo do lado de fora. Sem a atenção dele, subo a escada e sigo Nathan pelo corredor largo com várias portas trancadas, muitas cinzas e mais fuligem. Entramos na penúltima porta a esquerda, a única aberta.
O cômodo é um quarto. As paredes um dia brancas, agora acinzentadas e manchadas, o piso de mármore trincado e as janelas enormes de alumínio com os vidros quebrados. Há um colchão no canto do quarto, este está forrado por um lençol azul claro limpo e uma vela no prato ao lado, na frente dela um banquinho de madeira. Na parede onde colchão está encostado, há uma porta que talvez dê acesso a um banheiro, ou closet.
Nathan espera que eu entre e aponta o banco de madeira polida.
Recuso com um aceno de cabeça.
– O que tá acontecendo, Nate? – pergunto chegando mais perto, em tentativa de me aquecer.
Ele se distancia novamente.
– Vou começar do começo, Ok? – ele passa a mão no cabelo, jogando-o para trás. Um hábito que ele tem quando estava nervoso, quase perdendo o controle.
– Por favor. – abraço meus braços, o que piora o frio.
– Meu nome não é Nathan.
Dou um sorriso.
– Meu nome é Nutrix, Rei de Zonoorsch, o reino norte do Plano Superior. O reino dos alados... Asas, sabe? – ele aponta as tatuagens nos ombros.
– Cara, – digo praticamente rindo – Que droga foi essa que o Kim arrumou. Jesus!
– Você não está drogada, Julieta. Você é a futura rainha de Manheidum.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livro um - O Reinado De Julieta
FantasiJulieta levava uma vida estável e normal: Frequentava a faculdade, tinha um trabalho bem sucedido e até pensava em casar com seu namorado de longa data. Tudo mudou quando, no seu aniversário de vinte e um anos, seu namorado libertou as asas e revel...