{Lucas}
Poderia ser um ano qualquer como todos os outros que passaram. Nesse exato momento eu poderia estar em qualquer lugar da escola. O ideal seria na Sala de aula, mas também poderíamos estar no pátio, no corredor, na quadra ou até mesmo no banheiro, mas o destino escolheu que eu deveria estar justo no lugar dos punidos. Isso mesmo, não poderia estar em um lugar melhor que na Diretoria.
- Lucas Sant e Jhenny Barros? Me acompanhem, por favor - Disse a Vice Diretora com uma postura séria.
Então, eu e Jhenny nos levantamos do banco em que estávamos sentados a frente da Diretoria, e a acompanhamos com passos um pouco mais lentos. Conheci Jhenny há 3 anos atrás, às vezes paramos na diretoria. Nunca vai só eu ou ela, sempre que eu vou, ela está junto.
- Minha mãe vai me matar - eu cochichei olhando para Jhenny.
- Eu ouvi isso - Disse a Vice em nossa frente - Se vocês lessem as normas de uma escola antes de entrar nela, seria tão bom - seus passos firmes, faziam com que o clima ficasse com mais tensão - Entrem por favor - Disse ela, abrindo e segurando a porta.
Jhenny teve a iniciativa de entrar primeiro, então fui logo atrás, devagar, e a cada passo eu podia sentir meus pais falando que eu era um incompetente e irresponsável. Muitos membros de minha família já estudaram aqui, e sempre foram obrigados a serem dedicados e educados, inclusive meu pai foi um deles. Então uma advertência seria um grande motivo de vergonha para meus pais.
- Vocês são as primeiras pessoas do ano a entrarem aqui - Disse ela, se apoiando em sua mesa e nos olhando com uma frieza vindo de dentro de seus olhos - Vocês sabem que o professor pode denunciá-los por isso, não é? - continuou ela, então abaixei minha cabeça - Aloprar um professor por bilhete já virou algo tão clichê entre vocês jovens, mas ainda é uma falta de respeito...
- Nós só... - Jhenny ia interrompê-la, então eu dei um pisão leve em seu pé.
Enquanto ela pegava os papéis, novamente o silêncio tomou conta de tal situação - É Lucas... Eu gostaria mesmo que você fosse como os seus parentes - disse ela, começando a assinar os papéis - Eu já fui assim como vocês, fazia as coisas sem pensar, mas uma hora tive que acordar pra vida, ou a vida iria me acordar - terminou ela nos entregando os papéis - Não preciso falar mais nada, né?
- Não senhora - dissemos, nos levantando.
- Amanhã, sem falta, as duas advertências assinadas, podem sair agora - então, saímos da sala e fechamos a porta.
- Pensei que iria ser pior - disse eu, olhando para a cara de Jhenny que estava como se nada tivesse acontecido.
- Tivemos sorte que ela estava desestressada.
- e você querendo interrompê-la - disse eu, rindo.
Ela me deu um soco no ombro - mas você como sempre me brecando - e retribuiu a minha risada.
- pensei que ia falar oque sempre nós escutamos dela - então, comecei imitá-la com uma voz fina - você, tão bonito mas com uma mente tão vazia.
- E você é uma loira tão esperta, mas é uma má influência mimimimimi - e demos mais risada.
- meus pais vão ficar mais chateados por ser o primeiro dia de aula - disse eu, olhando para a minha advertência.
- Se liga, Lucas - disse ela, me dando um empurrão fraco - minha mãe não vai assinar isso aqui - ela disse, mostrando sua advertência.
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Queria que fosse ontem (Romance Gay) - Completo
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