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"É... desculpa a pergunta, eu sei que eu posso estar sendo um pouco intrometido... Eu nem te conheço e... e..." O garoto pareceu envergonhado. "P-por que você... se machuca desse jeito?"

Tyler olhou-o, procurando uma resposta. Ele nunca havia realmente parado para pensar o porque de se machucar tanto.

"Cara, eu entendo que você esteja com vergonha de conversar comigo. Eu sei que a gente sempre se encontra nessas horas meio estranhas... mas... você não precisa ficar com medo de mim. Eu quero que você não se machuque." Ele realmente parecia se importar com Tyler. "Não importa o que está acontecendo na sua mente, por favor, não deixe seus próprios pensamentos te machucarem."

Tyler olhou-o sorrindo. Por um momento, sentiu vontade de perguntar seu nome, mas tinha medo de estragar tudo.

"Você é a primeira pessoa que eu conheço que parece dizer a verdade. Obrigado por tentar me ajudar." Joseph disse ao garoto, fazendo-o sorrir. "Ah... Seu sorriso é tão fofo."

Os garotos olharam-se, ambos rindo. Aquilo fora o mais perto de um amigo que Tyler já havia tido em muitos anos, mesmo que eles não soubessem nada um do outro.

"Então, por que saiu da missa?" O garoto de cabelo rosa perguntou com um certo tom de curiosidade em sua voz.

"Eu não sei exatamente... sabe quando as vozes de todos juntos torna-se algo..." Tyler disse, sendo interrompido pelo garoto.

"Metálico, enjoativo, comum. Como se não expressasse nenhum tipo de emoção..." O outro completou.

Tyler balançou a cabeça, concordando.

"A maioria dos que estão ali não sabem o que estão realmente fazendo. Se duvidar, não sabem nem para qual deus estão rezando." Tyler disse com um tom irônico em sua voz.

"Sabe... é engraçado que a gente fica aqui conversando tão... eu não sei... normalmente?" O garoto perguntou-se qual seria a palavra certa para descrever o diálogo que estavam tendo. "E bem... nós não sabemos nada um do outro, e eu sinceramente estou me dando melhor com você do que com algumas pessoas que conheço desde sempre. Isso é estranho..." Riu.

"Significa que nós não precisamos de rótulos para nos entendermos, entende?" Tyler perguntou.

"Não exatamente. Não sou bom com metáforas." Respondeu.

"Okay, vamos , imagine a si mesmo como uma lata de refrigerante. Simplesmente uma lata metálica, sem marca alguma estampada no rótulo. Ninguém vai te conhecer se você não tiver nada no rótulo, vai?" Tyler tentou explicar calmamente.

"Eu... acho que não." Respondeu, incerto.

"Então, seu nome é tipo... uma marca. E do mesmo modo que determinada empresa faz vários produtos de marcas iguais, várias pessoas vão ter seu nome e... você nunca vai..." Tyler aos poucos perdeu o entusiasmo em sua voz, passando para um tom desanimado. "Nunca vai ser... único. Que merda..."

O garoto de cabelos coloridos olhou para o outro; Poucos segundos depois, estavam rindo. Era como se não pudessem ficar tristes quando estavam conversando.

"Então, quer saber de que marca eu sou?" O garoto falou, recebendo como resposta um "sim" tímido. "Joshua, se você quiser me fazer passar vergonha. Mas se você for alguém legal, me chama de Josh."

"Josh. J-O-S-H." Tyler repetiu. Por algum motivo sentia-se bem repetindo esse nome. "E eu sou Tyler. Tyler. Algumas vezes minha mãe me chama de 'Ty', mas por favor, não me chama assim, é meio estranho."

"Não é estranho, é... engraçadinho." Josh sorriu.

"Não vai me apresentar ao seu amiguinho, Joseph? Que mal educado."

toxic; tøpOnde histórias criam vida. Descubra agora