Duas Vezes Amor

Capítulo 17 - Depois

Hi lindezas!!!

BOA LEITURA!!!!

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-Não é um encontro- digo a Sinu na manhã seguinte, quando ela pede os detalhes sobre o passeio ao parquinho com Lauren e Sofia. Ela está sentada á mesa bebendo seu chá preferido em uma caneca velha da Northwestern que encomendou milhões de anos atrás; sua pele bronzeada é macia e sem maquiagem. Eu odeio aquela caneca- ela só quer passar um tempo com Sofi, então falei que podia- faço cócegas nos pés de Sofi, que está na cadeirinha, e ela ri- beijo, por favor- peço, e espero até que ela me dê um antes de me virar para Sinu- na verdade, acho que é um comportamento bastante adulto de minha parte.

Sinu me avalia por cima da bebida, como se achasse, talvez, que estou disfarçando.

-Soube que você e Sofi tem uma vida social muito agitada- é tudo o que ela diz.

-Ah, você é hilária- faço uma careta.

Agora são três e meia da tarde e faz trinta e um graus lá fora. Lauren e eu empurramos Sofi no balanço para bebês do parquinho da escola de ensino fundamental, o asfalto está quente e grudento sob nossos pés. Meu carro ainda esta no mecânico, e Lauren me buscou em casa, exatamente como costumava fazer. Lana Del Rey tocava no rádio, e precisei me concentrar muito para olhar pela janela; não queria me partir em pedacinhos bem ali no assento do passageiro. Não lembro por que concordei com isso. Nem mesmo pareceu uma boa idéia na hora.

-Então, o que a fez mudar de idéia?- Lauren quer saber agora. Ela veste jeans e uma camiseta, boné de beisebol baixo sobre a testa. Ela toma mais uma raspadinha e trouxe uma para mim também, sabor Coca-Cola, que está congelando, suando agradavelmente em minha mão.

Ergo as sobrancelhas, dificultando as coisas.

-Sobre o que?

-Não sei- responde ela, assumindo meu posto quando me afasto do balanço. Estamos trocando de lugar há quase meia hora, com a cadência de um metrônomo. Sofia poderia se balançar durante dias, as perninhas gorduchas de bebê chutando alegremente; ela descobriu como bater palmas alguns meses atrás e de vez em quando bate as mãos juntas com algum tipo de felicidade secreta de bebê- isto. Eu.

Sacudo a cabeça.

-Não mudei de idéia quanto a você.

Lauren ri com deboche.

-Ai.

-Lauren...-perco a compostura, bufando um pouco- estou tentando, sabe?

-Eu sei- responde ela.

Empurramos em silêncio, pacientes. O sol está forte. Meus pulmões doem como se estivessem cheios de poeira, secos e estéreis.

-Qual foi o melhor lugar que visitou?- pergunto, por fim, não tanto porque quero saber. É quase mais seguro não saber, acho. Mas não consigo pensar em outra coisa para perguntar, e o silêncio me dá nos nervos. Há um estêncil do mapa dos Estados Unidos, com tinta preta, no asfalto do playground. Imagino se pequenas coisas como essa algum dia deixarão de me fazer ficar triste por causa de tudo o que perdi- qual foi seu preferido?

Lauren olha para mim uma vez, parecendo surpresa, então pensa por um momento.

-Nashville- decide, por fim- você gostaria muito de Nashville.

Murmuro um pouco, misteriosa.

-É?

-Sim, Camz- responde Lauren- acho que gostaria.

-Fola- diz Sofi muito claramente, e Lauren ri.

-Fora?- repete ela.

-Fola!