Capítulo 45 - Depois

940 63 10
                                    

Hi little Unicórnios e Dragões *----*

BOA LEITURA!!!

--------------------------------------

Deixo Sofia com Stef e dirijo rápido demais até o hospital, com uma muda de roupas e um sanduiche para Sinu no assento do carona, ao meu lado. Ela tem uma aparência arrasada, mas meu pai parece bem, considerando a situação: ele está grogue e abatido, um soro preso ao dorso da mão. Tenho cinquenta coisas para contar a ele, mas nenhum de nós diz nada e me sento na beira da cama enquanto assistimos ao Today Show, um trecho incrivelmente chato sobre encontrar os melhores vegetais no verão. Aquilo me faz querer mirtilos. Fico inquieta. Penso em como ele ficaria desapontado se soubesse que passei as últimas doze horas repetindo todos os erros estúpidos que já cometi com Lauren, ou se esse é o tipo de decisão errada que papai espera de mim depois de tanto tempo. Sinto-me tola acima de tudo, por me deixar acreditar que poderia fazer dar certo depois de tudo o que aconteceu.

-Você me assustou- digo a papai por fim. Quero dizer desculpe, mas não sei por onde começar- não faça de novo.

-Sim, senhora- ele assente e se recosta nos travesseiros, a pele sob os olhos pálida e cinzenta. A barba de um dia se espalha pela face- Sinu já me deu um sermão.

-Voltarei mais tarde com Sofia- prometo, encaminhando-me para a saída. Dou um beijo na testa de papai e não choro até chegar ao estacionamento, como se eu tivesse um ferimento grave.

Lauren aparece dez minutos antes das sete para assumir o lugar de Joe, que me entrega uma bala Dum Dum de caramelo para Sinu antes de voltar para casa, para a esposa. Lauren cresceu atrás daquele bar, assim como o resto de nós, e logo se acomoda em meio ao Southern Comfort e ao xarope de romã, preparando-se como se jamais tivesse partido.

Tento ao máximo não observar, não reparar que ela lança um sorriso experiente para uma mulher de meia-idade com maquiagem pesada ou fala de beisebol com dois executivos que estão na cidade para uma conferência. Mesmo assim, o restaurante não está muito cheio, e não temos muito o que fazer. Eu me escondo na cozinha por um tempo, conto a Carlos o que está acontecendo com meu pai.

Ás oito da noite, o lugar enche o bastante para que eu consiga entrar em um tipo de ritmo estranho e familiar: contas divididas e azeite, facas e pratos sobressalentes. Faço meus pedidos de bebidas pelo computador no corredor dos fundos e nem olho para Lauren.

Por fim, ela repara que não estou reparando, me encara quando sigo para a cozinha equilibrando pratos sujos nos braços. Não sei o que estou esperando exatamente, mas não é o sorriso impassível de ancora de noticiário que Lauren me lança.

-Precisa de alguma coisa, Camila? - pergunta ela.

Preciso, na verdade; só não registrei no sistema ainda.

-Duas Amstels- digo a Lauren, sem rodeios. É a primeira coisa que digo a ela a noite toda.

Lauren ergue as sobrancelhas, provocando.

-Qual é a palavra mágica? - pergunta ela.

Faço cara de brava.

-Lauren, cale a boca e pegue as cervejas para mim.

-irritada- diz ela, e me mostra a língua. Lauren se vira para pegar os copos, os músculos se movendo por dentro da camisa de uma forma que faço o possível para não repara. Reviro os olhos para disfarçar, tentando parecer bastante irritada.

-sabe- digo a Lauren, com malícia- se fosse você, tomaria cuidado com o que faço com essa língua.

-Ah, é?- o olhar dela percorre meu corpo de cima abaixo descaradamente- onde seria o lugar perfeito para ela?

Duas Vezes AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora