Capítulo 25 - Depois

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Hi little Unicórnios e Dragões *---*

BOA LEITURA!!!

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Mordo o lábio inferior de Lauren na cozinha dos pais dela; passo as mãos pela penugem onde seus cabelos costumam ficar.

-Aí está você- diz Lauren depois de um minuto, com as palmas das mãos de cada lado de meu rosto como se quisesse ter certeza de que não estou planejando ir a lugar algum. Ela dá um sorriso grande e alegre contra minha boca.

-Oi- beijar Lauren é familiar, mas também novo, uma música que não toca no rádio há muito tempo- precisa mexer o risoto.

-Quem se importa? - Lauren mordisca o ponto em que meu pescoço encontra o ombro- nossa, Camz- murmura ela, aproximando o nariz da minha orelha- senti uma saudade absurda de você.

-Shiuuu...- digo para faze-la calar, me concentrando. Lauren tem gosto de sal e verão, como sempre- não sentiu, não.

De imediato, Lauren exibe no rosto uma expressão que faz parecer que eu lhe dei um tapa e me apoia no balcão com um ruído que ressoa pela minha coluna.

-Ai! Caramba, Lauren- levo a mão á costas para esfregar o cóccix- isso doeu.

-Desculpa- o rosto dela se suaviza por um momento- mas não sei se gosto de ver você agindo como se não acreditasse em uma palavra que sai da minha boca.

Solto uma risada rouca, incrédula.

-Eu não acredito em uma palavra que sai da sua boca.

-Por que?

-Porque você é uma mentirosa!

-Bem, então por que está aqui? - explode ela.

Olho com raiva para Lauren, envergonhada. Isso foi um erro. Eu sabia que seria um erro aparecer, mas fui mesmo assim. Você não aprende, penso, odiando Lauren e a mim na mesma intensidade. Burra.

-Olhe, Camila- diz Lauren baixinho. Ela se aproxima um pouco mais, com cuidado, a respiração quente no ponto atrás da minha orelha- cedo ou tarde, acho que vamos fazer isso.

Eu me afasto como se ela fosse radioativa.

-Vamos o caramba.

-Vamos, sim- diz Lauren, como se fosse simples. Quero descer do balcão, mas ela está na minha frente- e não fale como se não quisesse também, porque, se não quisesse, não apareceria na minha casa ás onze da noite para que eu cozinhasse um segundo jantar que você nem quer comer- Lauren parece tão segura de si que quero matá-la- mas não vou deixar acontecer até que me perdoe.

-Bem, então acho que não vamos fazer nos próximos cem mil anos.

Lauren ri com deboche.

-Acho que não.

-Ah, de repente você é a favor de adiar o clímax? - estou atirando em todas as direções, sem discriminar. Quero feri-la o mais rápido e da pior maneira possível. No fogão, o arroz está fervendo, um chiado forte.

-Você está com raiva- diz Lauren, os olhos semicerrados. Posso ver que acertei aquele golpe, mas não é tão satisfatório quanto deveria- então vou deixar essa passar.

-Que caridoso da sua parte.

Lauren dá de ombros.

-Se eu só quisesse sexo, poderia conseguir sexo. Pode apostar, já consegui. Mas quero você.

Quase dou um tapa nela.

-Nossa, você é tão babaca.

-É uma doença.

-É, deveríamos das uma festa beneficente para você.

Ela sorri.

-Está ficando rabugenta com a idade.

-Bem- quero sujar aquela cozinha perfeita, arrancar as panelas do armário e desenhar nas paredes como a bebê, com uma canetinha- engravidar e ser abandonada faz isso com a pessoa.

-Eu não sabia que você estava grávida!

-Não importa!

Lauren suspira ruidosamente.

-Então, o que vai fazer, fugir de mim de novo? Porque...

-Na verdade, sim- disparo de volta. Desta vez, dou um salto para o piso de azulejo e empurro Lauren com força para fora do caminho- é exatamente o que vou fazer- pego a bolsa da mesa e passo roçando por ela. O cheiro de arroz queimado fica impregnado em minha camisa.

Chego em casa e subo a fim de ver a bebê; ódio, exaustão e aquela vergonha infinita ainda chacoalhando como moedas soltas em minha cabeça. A casa está fria e silênciosa, o corredor escuro, exceto pelo brilho da luminária de Sofia espalhando-se, fraco, pela porta entreaberta; entro e a encontro bem acordada e esperando, calma como a superfície de um lago frio e plácido.

-Oi, mama- diz ela, alegre, sorrindo como se tivesse ficado acordada só para falar comigo e se sentir feliz consigo mesma por ser tão inteligente. Os olhos dela são tão, tão profundos.

-Oi, bebê- deixo a bolsa no chão e atravesso o tapete, de súbito cem por cento certa de que vou chorar. Estou estupidamente aliviada por vê-la, só isso; aquele milagre de dez quilos que achei que, com certeza, me faria prisioneira, pés e mãos atados. Ás vezes ainda tenho essa sensação, para ser sincera, mas, neste momento, estou feliz até os ossos.

Engulo as lágrimas, devolvo o sorriso.

-Oi, sofi- repito, tirando-a do berço e aconchegando-a contra o corpo, esfregando a cabeça quente e de fios escassos dela contra a minha bochecha. Sofia está ficando pesada agora, deixando de ser um bebê. Isso me faz sentir estranhamente nostálgica e amarga- o que ainda está fazendo acordada, hein?

Sofia não responde- ela sabe palavras, mas ainda não consegue conversar muito. Em vez disso, apenas se aconchega em meu corpo, os braços surpreendentemente fortes sobem até meu pescoço.

-Mama- murmura ela de novo.

-Sou sua mama- digo, afundando na cadeira de balanço e dando tapinhas com a palma da mão em suas costas minúsculas de bebê- sou a única que você tem, pobrezinha.

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Até o próximo *---*

Duas Vezes AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora