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Marsha POV

O Nate olha para mim,nunca em um milhão de anos eu ia imaginar vê-lo no meu trabalho. Mas ele está aqui.
Continuo encarando-o por um momento até que vejo a senhora ao seu lado.

Ela não parece ter mais que quarenta e cinco anos,e esbanja jovialidade no sorriso que me oferece. Ela se parece muito com ele. Se não for sua mãe,talvez seja algum tipo de irmã precoce,

"Pois não?" pergunto,minha voz falha um pouco e eu escarro coçando a garganta.

"A garota me disse para vir aqui." Nate fala rápido. A garota deve ser a Cami.

Dou espaço para eles entrarem e a mulher tem um pouco de dificuldades para andar. O Nate segura ela e a leva para o assento de frente a minha mesa. E quando põe a mulher no assento,ele olha para mim e se senta no outro lugar.

Parece que não está acontecendo,como se fosse uma visão louca que estou tendo na ressaca.

"Qual o motivo da vinda de vocês?" Tento ser simpática apesar de estar de frente com o cara que queria longe.

"Quero marcar uma consulta para,
m-minha mãe na terapia ocupacional." Nate puxa o cabelo para fora da testa e tira o pequeno elástico dele para o prender novamente.

Mãe?

Me perco em suas palavras e olho para a mulher ao lado dele,sua mãe.

Ele nunca me aprensentou a ela.
Na verdade,ja cheguei a pensar que ele não tinha mãe...

"Algum problema?" Ele me pergunta. Parece envergonhado e totalmente nervoso por esse acontecimento.

"Não,é,..." Eu penso no que dizer que pego um formulário limpo da planilha. "Qual é o seu nome?" Sorrio para a mãe dele.

Ela me devolve um sorriso amigável,
"Kate Maloley."

Kate... Eu sorrio de novo. Olhando para ela.

"Seu nome de solteira?"

"Ah,não,meu nome de casada. Eu sou viúva na verdade.." ela explica enrolada e meu estômago se revira.

"Sinto muito.." digo me referindo a morte se seu marido.

"Oh,querida,isao foi a muito tempo." Kate me diz e eu me sinto bem depois de pensar sobre o pai do Nate.

Por falar nele,não disse nenhuma palavra e eu me vanglorio disso. Qualquer coisa que ele falar vai ser direcionada a me provocar.

"Okay," eu sorrio de boca fechada,"Preciso que a senhora preencha a ficha com seus dados." Digo entregando o formulário vazio para ela,mas mudo de direção e dou para o Nate.

"É melhor o Nate fazer isso." falo e entrego a ele.

A mãe dele me olha questionada por sí própria e me da um meio sorriso. Ela deve estar pensando,'como ela conhece meu filho?'. Ainda bem que ela não sabe.

Espero cerca de cinco minutos até que o Nate me devolva o papel. Pelo o que li,ela sofre de depressão a três anos e só afunda a cada dia que passa. Dois filhos,o Nate, e uma garota chamada Jenna. Ambos moram com ela e a Jenna não tem um emprego.

Ela toma cinco tipos de remédios para controle da doença.

Vendo ela na minha frente,nem parece que sua vida é assim.

"Terapia ocupacional,é bem legal,acho que a senhora vai gostar." sorrio simpática para ela.

"Senhora não,pode me chamar apenas de Kate!" Ela ri um pouco e se levanta do assento.

Nate segura nos braços dela para ajuda-la a andar até a porta.

Quando eles cruzam o corredor,eu faço meu caminho atrás deles para levar o formulário até a recepção. Deixo o papel em cima do balcão de atendimento e olho para o Nate colocando sua mãe na cadeira da área de espera.

Kate diz algo a ele,eu não sei o que ela disse mas isso faz com que o Nate olhe para mim e sorria. Ele responde para ela,e suas mãos descansam dentro dos bolsos da calça larga. Eu resolvo ir até ele.

Tenho que saber o que significa isso tudo.

Saber se ele não está apenas usando a desculpa de sua mãe ser adoentada, para se aproximar de mim,isso seria maldade.

"Nate,posso falar com você um instante?" peço. Minhas mãos estão úmidas de suor e nervosismo,ele pode muito bem se virar contra mim e me mandar embora como eu fiz com ele,todos esse dias..

"Claro." O Nate sorri pra mim.

Eu fui enganada por meu consentimento e ando para longe da área de espera,Nate me segue. Paro na parede da sala de psicologia infantil e meu ex amigo de benefícios olha para mim,

"O que foi,Mar?" Ele tosse em escarro.

Não sei como perguntar a ele se isso com sua mãe é uma brincadeira. Deixo isso para lá e pergunto outra coisa,

"O que são aquelas marcas no braço da sua mãe?" fungo um pouco. Eu havia notado todas aquelas marcas que ela possui assim que eu a vi. No pescoço,colo e braços.

Ele se mexe desconfortável e da de ombros para minha pergunta.

"São marcas de agressão?" Eu engulo a seco.

"Não." Ele estala, "a enfermeira disse ser falta de ferro e cálcio." Ele explica.
Nos dois olhamos para a mãe dele sentada na cadeira.

"Ela se parece com você." Tento uma ironia.

"Não diga a ela que me conhece." Ele pede encolhendo os ombros dentro da t-shirt cinza.

"Eu não queria dizer mesmo." Estalo sorrindo fechado para suavizar minha frase.

"Obrigado," Nate sorri irônico, "Vou leva-la para casa."

"Okay." concordo.

Ele se afasta de mim caminhando num ritmo bom e fala com a mãe, posicionando seus braços nela e levantando-a para sair do lugar. Eles saem do edifício e entram no carro dele,partindo para o destino da rua.

Eu permaneço na recepção junto com a Leslie,uma funcionário de estágio como eu e minha conhecida,eu peço a ela que confirme meu pedido de férias de fim de ano e ela o faz,concluindo meu turno de hoje.

Logo a Cami aparece dentre a sala de administração,saindo acompanhada do Dylan. Eles tem andado muito juntos ultimamente,

"Marsha." O Dylan me cumprimenta sorridente. "Pronta para o clima natalino?" Ele fala olhando para meu pedido de férias.

"Não tanto." rio. Meu natal vai ser solitário,como é desde que cheguei a Chino. Obviamente meus parentes no Texas vão mandar mimos e presentes,mas não é a mesma coisa se não estou com eles...

"Eu e a Cami vamos ir almoçar num lugar diferente,quer vir?"

"Ah,não,eu não estou com fome." Sorrio para eles.
"Obrigada pelo convite."

"Então nós vamos." A Camilla pediu e me deu um beijo na bochecha.

O Dylan sorriu e os dois sairam.

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